Lorena e a livraria

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Lorena trabalhava como subgerente em uma livraria famosa na cidade. Quando não estava festejando com os amigos, estava imersa na vastidão da literatura e até arriscava escrever suas próprias histórias.

Naquela tarde, a livraria estava com pouco movimento. Para sua sorte, pois era dia de inventário, o estoque estava uma loucura. Ela andava por todos os lados, ora na loja, ora no estoque.

Estava levando uma pilha de livros para uma das prateleiras, quando sentiu um encontrão em suas pernas. Os livros do topo escorregaram e caíram ao redor. Parou assustada e viu uma criança se levantando.

— Lucas! Olha o que você fez, pega os livros que você fez a moça derrubar.

Lorena abaixou a pilha de livros que ainda tampavam parte de sua visão e conheceu a voz firme e doce que dava bronca na criança. Era linda. Uma beleza comum, com leves olheiras de cansaço, o corpo de quem se cuida, mas não tem tempo para malhar. O perfil de quem ela se apaixonaria.

As duas se encararam e a mulher à sua frente sorriu. Lorena sentiu leves cutucadas nas pernas, era o garoto tentando devolver os livros. A mãe dele se aproximou e ajudou, suas mãos tocaram-se. Eram macias, não sabia se estava delirando, mas sentiu um carinho naquele toque. E depois, uma aliança.

— Mamãe, vou ali desenhar com a moça no infantil.

— Tá bom, meu filho. Comporte-se — ela respondeu sem tirar os olhos de Lorena.

Elas carregaram juntas os livros até a estante — Obrigada!

— Desculpa...meu filho ter trombado com você. Culpa minha.

— Não, tudo bem. Nós gostamos de ver crianças por aqui.

— Ah é? Que bom...mas só as crianças?

Lorena sentiu o tom de voz da mulher se alterar, ficando mais intenso. Seus olhos fixos e o sorriso no canto da boca começavam a despertar um arrepio em seu corpo.

— MÃE! Olha o que estou desenhando — Lucas gritou, levantando o desenho que fazia.

— Lindo, filho! Agora se concentra aí e me mostra quando terminar.

Ela se voltou para frente e Lorena já não estava mais. Caminhou entre as prateleiras e nada. Viu uma portinha aberta no fundo da loja. Olhou ao redor e todos pareciam distraídos com seus afazeres.

— Oi, você sumiu.

Lorena levou um susto quando viu a mulher parada à porta — Desculpa, tenho muito trabalho por aqui. A senhora precisa de algo?

A mulher entrou e fechou a porta. Se aproximou e ficou bem perto do ouvido de Lorena — Estou procurando "50 tons de cinza", ouvi falar que é bom, o que você acha?

— Eu nunca li, mas vende bem — disse Lorena segurando toda a sua vontade de agarrar aquela mulher que, claramente, estava querendo algo. Se não estivesse em seu trabalho, com certeza já tinha feito.

— Na prática deve ser melhor que na teoria, não acha?

As duas se encararam mais uma vez e Lorena não conseguiu se segurar mais. Agarrou a mulher que retribuiu o beijo intenso. Colocou-a em cima de uma das pilhas de livros, mais especificamente de um pastor que estava em alta. Empurrou com os pés uma caixa cheia para travar a porta.

Logo percorria com a boca todo o pescoço até chegar aos seios da mulher, duros, excitados. Com uma das mãos segurou o outro seio e, com a outra mão, segurou a mão da mulher. Sentiu a aliança novamente e ficou com ainda mais tesão.

A mulher estava de vestido, então logo Lorena já tocava em sua calcinha molhada. Queria enfiar a cara ali, mas não podiam demorar, o risco de alguém entrar era enorme. Abriu bem as pernas da mulher e enfiou dois dedos nela enquanto massageava o clitóris com outro. As respirações ficaram ofegantes.

Ela mesma estava quase gozando, sem que a mulher mal encostasse nela. Os gemidos eram abafados, a mulher se esforçava ao máximo para isso, mas por dentro estava pegando fogo, queria gritar. Ela se virou e ficou de quatro em cima daquelas pilhas de livros. Lorena fazia com ainda mais intensidade quando a mulher chegou ao ápice.

Lorena esboçou um abraço, mas a mulher apenas se recompôs, deu um beijo nela e saiu discretamente do estoque. Ela ficou por mais alguns segundos imóvel, tentando digerir o que tinha acontecido, até sair também.

Pegou a pilha de livros que precisava guardar e, do outro lado da estante, viu a mulher com o filho. Ela a encarou e o sorriso sacana apareceu novamente.

— Pai! Mãe, o papai chegou — e o menino correu em direção ao cara que entrava na loja, com sua aliança dourada reluzente.

A mulher encarou Lorena pela última vez e foi embora.

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