Epílogo

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 As vezes, tudo que você precisa, é de uma segunda chance.

As coisas podiam ser diferentes se algumas vidas fossem salvas.

As coisas podiam ser mais felizes se algumas vidas fossem salvas.

As coisas podiam ser mais leves se algumas vidas fossem salvas.

Uma mulher de preto andava por dentro da tumba daquela seita no meio da noite. Suas mãos passavam suavemente pelos caracteres cravados em cada caixão, absorvendo a energia restante ali.

Havia ódio, rancor, tristeza. Mas por incrível que pareça, também havia paz.

Mas aquela mulher não estava ali para buscar a paz da morte. Ela estava ali para buscar a paz em vida. Paz essa que havia sido arrancada de dedos cheios de vida e futuro, por manipuladores baratos.

Suas mãos finalmente pousaram nos caixões que ela buscava, as tampas se moveram sem nenhum esforço, revelando a palidez sem vida dos corpos que repousavam ali.

O homem e a mulher pareciam em paz, paralisados na beleza eterna do dia em que suas vidas foram tiradas. Seus corpos não haviam se decomposto pelos últimos anos, como ela havia planejado.

Ela se apressou para que pudesse concluir aquilo naquela noite...Precisava ser naquela noite.

Passando as mãos pelo peito do homem, onde havia remendos de um buraco que havia sido aberto pelas mãos do general fantasma, deixando a pele alva novamente, no corpo perfeito.

Logo depois, procurou o pescoço da mulher, que haviam linhas grosseiras juntando a cabeça no local em que havia sido cortada. Sussurrando os mesmos encantamentos, com a luz fraca emanando de suas mãos. A pele estava perfeita novamente.

Um barulho soou na noite ao lado de fora da tumba.

O barulho não causou nenhum estranhamento na mulher de negro, que continuou a se mover entre os dois caixões, escrevendo com sangue na base dos caixões, com caracteres tão pequenos que ninguém nunca poderia ver.

Passando por cima de caracteres feitos anteriormente com a mesma caligrafia.

Uma luz forte começou a sair de ambos os caixões, fazendo parecer que o Sol havia se alojado dentro do local apertado.

Mesmo com a luz ofuscante, a mulher não piscou.

Assim que a luz diminuiu, e foram ouvidos passos apressados do lado de fora, e vozes gritando, ela conferiu os corpos uma última vez.

A cor havia voltado aos lábios e bochechas, os peitos se moviam com força em busca do ar que finalmente voltariam a respirar.

Ela sorriu. E como fumaça, sumiu.

Deixando o casal adormecido para ser descoberto pelo grupo que já havia acordado o líder da seita, e seu atual mentor.

E ela esperava, que a partir daquele momento, as coisas ficassem bem, como deveriam ter sido.

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