Lying

pegando fogo

João

Sei lá, tô com uma vontade enorme de beijar a Maria. Ela é linda, tem um sorriso lindo, seus lábios são avermelhados... não tem como não a querer. 

Esquece isso João Pedro, você tá na oficina de natação agora.

O tempo passou e a aula acabou. Foi bem cansativo, mas eu amo piscina e calor. Eu, Nicolas e Arthur saímos da área da piscina e fomos até o vestiário tomar uma ducha e trocar de roupa. 

03:40 pm

Maria

Eu e Amanda estávamos sentadas em uma mesa do refeitório, esperando o tempo passar para o ônibus chegar e ir para casa. Arthur me mandou mensagem pedindo onde eu estava, então falei. Depois de alguns minutos, ele junto de João e de Nicolas chegaram e se sentaram na mesma mesa que nós duas. 

lugares na mesa

Nicolas    João       Eu

                   Arthur    Amanda

-O que cês tão fazendo? - Arthur pediu vendo nossa cara de cansadas. 

-Olha, jogando futebol - Amanda falou irônica.

-Nossa - Arthur falou fingindo estar triste e todos nós rimos. 

-Coloca uma música aí - Nicolas falou me entregando a JBL dele. Fiz o que ele pediu e coloquei a minha playlist de músicas brasileiras tocar.

Nós ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, até que chegamos no  assunto "carinho na nuca".

-Mas é altos bom - Dei a minha opinião. - Relaxa a pessoa, e dependendo do jeito pode até dar umas coisas a mais. 

-Mas e qual a diferença? - Nicolas pediu rindo.

-Pois é, pra menino é tudo igual os carinhos na nuca - Arthur falou rindo.

-Ai que tongo - Falei rindo também. - Eu tô falando que às vezes a pessoa fica de boa, e às vezes sobe um fogo.

-A gente entendeu isso - João me respondeu. - Mas como que vocês diferenciam quando é carinho fofo e carinho que dá tesão?

-Sei lá na verdade - Falei olhando para o moreno. - Se nunca rolou um clima entre os dois, e um faz carinho na nuca do outro digamos que seria o "fofo", mas se rolou um clima, uma troca de olhares diferente e faz carinho na nuca... se foi...

-Vamos testar isso então - João disse e colocou a mão na minha nuca, fazendo carinho. 

Seu olhar era de quem não vale nada, e todo mundo na mesa (inclusive eu) ficou surpreso com a ação dele. Sua mão "segurava" minha nuca e seus dedos passavam lentamente, me causando sensações que definitivamente não eram fofas. 

Eu olhei pra ele e soltei uma risada envergonhada.

-Vou nem falar qual que é - Falei olhando para outra direção e todos riram, inclusive eu. Eu sentia que minhas bochechas estavam vermelhas e quentes, e então João tirou sua mão da minha nuca e soltou um riso.

-Aiai que estranho - Arthur falou quando parou de rir. 

-Por que vocês não vão pra um cantinho de uma vez? - Amanda pediu brincando e Nicolas soltou um "iii intimou". 

-Não dá pra forçar quem não quer né - João falou para a loira, e eu estranhei. 

Como ele não percebeu que eu quero e MUITO beijar ele?

Soltei um riso e olhei para baixo. Senti seu olhar sobre meu rosto, e então olhei para ele. Arthur percebeu o clima estranho e começou a falar sobre outra coisa. 

-Maria, nosso trabalho de química já tá pronto né? - Meu melhor amigo falou e então desviei meu olhar de João.

-Sim, está - Falei arqueando uma sobrancelha. Nicolas soltou uma risada alta e o clima ainda estava estranho. 

Cada um ficou na sua, e ninguém estava conversando. Os meninos pegaram seus celulares e eu pensei "foda-se não vou puxar assunto". Senti o olhar de João e então olhei para ele. O menino balançou seu celular que estava em sua mão e então desbloqueei o meu. 

neguin: não sei se entendi errado ou o que

neguin: mas cê quer né? lkkk

eu: KKKK ai que bobinho

eu: sim eu quero

-Falou amigos - João disse se levantando. Os meninos não entenderam, até eu levantar também. 

-Ih laia - Amanda falou surpresa. Soltei uma risada mas fui seguindo João. 

Passamos pelo corredor do colégio e algumas pessoas ficaram olhando, o que me deixou com vergonha. 

-Aonde que a gente vai? - Pedi imaginando quais lugares ninguém vai aqui no colégio.

-Só me segue branquinha - João falou e sorriu. Ouvir branquinha de novo me arrepiou.

Nós andamos até perto da guarita do colégio, onde havia algumas árvores e arbustos. Eu achei estranho, não vou beijar ninguém no meio do mato.

-Calma, dá a volta aqui - O moreno falou vendo minha cara de desgosto. Ele foi para o lado desses arbustos e havia tipo uma "passagem" pra um banco de praça, em cima do chão de paver.

-Meu Deus, desde quando o colégio tem isso? - Pedi surpresa. 

-Boa pergunta - João disse se escorando no muro que havia ali. - Mas descobri esses dias.

-Trouxe as outras ficantes aqui? - Pedi arqueando uma sobrancelha, antes de soltar um riso. 

-Elas não valem a pena o esforço de vir até aqui - O moreno falou sério, me olhando no fundo dos olhos. - Vem cá, chata.

Peguei na mão de João, que havia a estendido. Ele me puxou cuidadosamente e nossos corpos de chocaram. 

-Sabe que se eu descobrir que cê fala isso pra todas, acabou nós dois ficar né - Falei séria, olhando em seus olhos.

-Eu sei - João falou olhando para minha boca. Suas mãos foram para meu rosto, "segurando-o". - Finalmente. 

Sorri com seu comentário e nossos lábios se colaram. Confesso que eu estava com saudade do seu lábio carnudo no meu. Coloquei minha mão esquerda nas suas costas, na altura da cintura, e então João pediu passagem com a língua. Ficamos assim por alguns segundos, até ele descer sua mão para minha cintura, e a outra deixou em minha nuca. Levei minha mão desocupada para sua nuca, arranhando levemente. O beijo foi esquentando e nossos corpos se colavam mais do que nunca. Eu sentia a mão do moreno apertando minha cintura contra seu abdômen, e consequentemente eu sentia seu membro em minha intimidade. Sua mão que estava em minha nuca subiu um pouco e puxou me cabelo, me fazendo ir para trás. Sorri com sua ação, e então ele mordeu meu lábio inferior. Nos olhamos por alguns segundos, então desci minha boca para seu pescoço, dando chupões fracos, para não deixar marca. 

Eu já estava pegando fogo, e acho que ele também. 

Seria um erro de Maria aceitar beijá-lo novamente? Continua...