João Pedro, pode me acompanhar até a minha sala?

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Maria

Eu bati na porta da sala do diretor, que logo foi aberta pelo mesmo. 

-Olá Maria - O homem disse alegre. 

-Oi diretor... - Falei tentando sorrir, mas foi em vão. - Eu preciso falar com o senhor.

-Claro, pode entrar. - Ele percebeu o clima estranho, mas me deu espaço para entrar. 

-Maria? - João me chamou, preocupado.

-Não precisa... - Falei me referindo à ele entrar na sala.

João

Eu queria entrar junto com Maria, mas ela preferiu que não, então vou atender ao seu pedido. Quando eu estava saindo, ouvi ela dizendo "Acho que seria bom chamar a professora de direito."

Eu fiquei pior ao ouvir essa frase, não sei porquê. A professora de direito obviamente é advogada, então ela sabe ao certo o que fazer. 

Eu saí dali, pois não havia nada que eu pudesse fazer. E eu estou puto, quero achar esse Carlos e pedir qual é a dele. 

Andei até o refeitório, procurando por ele. Vi o mesmo de pé, perto da mesa onde seus amigos estavam sentados. 

-João...?! - Arthur me chamou, me vendo entrar no refeitório.

Eu ignorei meu amigo e continuei andando rápido até Carlos, extremamente bravo. 

-E aí, Bragança? - Carlos falou animado. 

-Qual foi, Carlos?? - Falei empurrando o mesmo, resultando naquele monte de bosta ir para trás e quase cair. - Qual é a tua, babaca??

Fiquei olhando para ele com a cara fechada, e provavelmente quase todos do refeitório estavam assistindo. 

-O que que deu, cara? - Carlos pediu sem entender, babaca mesmo. 

-"O que que deu, cara?" - Falei imitando-o. - O que passou na tua cabeça pra fazer aquilo com a Maria Helena? Você tem algum problema??

Falei chegando bem perto dele e eu acho que minha voz estava mais alta que o normal. 

-Fala alguma coisa, Carlos - Falei empurrando ele de novo, o que fez seu corpo bater na parede.

-Eu não sei do que você tá falando, João - Carlos falou tentando revidar. Mas ele sabe que apanha, é menor que eu. - Fica calminho aí se não quiser se machucar.

-Você fica bem na tua, seu babaca - Nós dois estávamos bem próximos um do outro. 

-João, João, João.... - Escutei Arthur chegando perto de mim. - Vamo pra lá, vamo...

-Você fica longe da Maria, escutou? - Falei empurrando Carlos mais uma vez.

-Vai fazer o que se eu chegar pertinho dela de novo?? - Carlos pediu me irritando, com seu sorriso cínico. 

O ódio estava maior que eu já, e foi involuntário. Acertei um soco em seu rosto, tenho quase certeza que depositei toda a força que eu poderia ter em seu rosto. 

-João, tá ficando louco?? - Arthur gritou me puxando pra longe de Carlos. 

Carlos só não caiu por conta da parede que havia atrás de seu corpo, mas não tenho dúvidas que ele está sentindo muita dor. E merece!

Todo mundo ficou surpreso com a minha ação, e acho que ninguém tinha entendido nada. Alguns amigos de Carlos chegaram perto dele pra ver se ele estava bem. 

-Você vai me pagar ainda, seu bosta - Carlos falou, com seus amigos o acalmando. 

-Quem vai pagar é você - Falei ainda muito bravo. 

-Vamo vamo vamo - Arthur falou mais baixo e me puxou. 

-Me larga mano - Falei, para Arthur, sem pensar, em um tom mais baixo. Eu saí andando, nem sei para onde, só fui. 

-Vamo no banheiro, pra você jogar uma água fria nesse rosto e se acalmar. - Arthur falou enquanto saímos do refeitório. Todo mundo ficou olhando com cara de choque. 

Fomos até o banheiro, e enquanto eu jogava água fria no meu rosto, Nicolas, Matheus e Igor entraram no cômodo. 

-Mano o que foi aquilo??? - Igor pediu sem entender nada. 

-Eu achei maneiro demais - Matheus falou rindo. 

-Alguém tinha que ter abaixado a bola dele faz tempo - Nicolas se referiu à Carlos, eu espero.

-Tá mas por que você bateu nele?! - Arthur pediu ainda surpreso.

-Porque ele é um babaca, por isso - Falei com o rosto todo molhado. 

-O que ele fez com a Maria? E onde ela tá? - O melhor amigo da menina pediu preocupado.

-Ele assediou ela - Falei com nojo na voz. - E ela tá na sala do diretor. 

Ficamos no banheiro até eu me acalmar. Na verdade até o diretor entrar, bravo mas "calmo". 

-João Pedro, pode me acompanhar até a minha sala? - O mais velho pediu e eu já sabia o que aconteceria. 

Assenti e segui o homem. No corredor do colégio haviam vários alunos curiosos, loucos pra saber o motivo da briga. 

-Cada um em sua sala, vocês tem aula. - O diretor falou mais alto, e rígido. 

Perto da sua sala, vi Maria junto com suas amigas. Ela me olhou de uma forma preocupada.

Eu queria ir falar com ela, mas acho melhor não agora

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Eu queria ir falar com ela, mas acho melhor não agora. Pisquei com um olho só para a menina e então entrei na sala do diretor. 

Eu não esperava um parabéns ou algo parecido, pois sei que o que fiz foi errado, mas que Carlos merecia um soco daquele, merecia! O diretor me deu um sermão por ter começado uma briga, e disse que eu ganharia um dia de suspensão. 

-Mas e o Carlos?? - Pedi indignado. - Ele não vai sair livre disso né?

-Já tomamos as devidas providências com a situação do Carlos. - O diretor falou. - E sobre você, nós iremos ligar para seus pais, avisaremos da sua suspensão e o motivo. 

-Tá bom - Me levantei da cadeira.

-E peço que você não comente com ninguém. - O homem pediu e eu assenti, antes de sair de sua sala.

O que será que acontecerá agora entre Maria e João? E Carlos, ele será suspenso? Continua...

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