Ajudando as Vítimas

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Sorento estava sentado na poltrona do quarto onde ele e o herdeiro dos Solo estavam hospedados. Mexia em algumas das malas que eles trouxeram, seu objetivo era pegar sua flauta. Seus olhos de um rosa intenso estavam fixados na janela que dava para fora, havia uma vista bela de uma grande praça italiana. Crianças brincavam, correndo de um lado para o outro. Um deles era um garotinho de cabelos castanhos e olhos verdes.

— O mundo... será que este sobreviverá a fúria do meu senhor, o grande deus dos mares? Ele está longe, mas posso sentir... Sua aura emana uma profunda violência. Nunca senti pena dos humanos, concordava com Poseidon em tudo. Devíamos limpar a terra dos vermes mortais, mas agora ele está selado. O que devo fazer?

— Sorento, que bom que você pegou aua flauta. Pode tocar alguma música para mim? — Julian disse.

— Sim, senhor. — ele respondeu.

— Tem sido difícil ver tantos desastres causando mortes e muitos feridos pela Europa. Dizem os noticiários que também a Ásia e as Américas foram atingidas há cerca de 4 dias atrás. Penso que sua música possa me deixar mais calmo. — disse o senhor Solo.

— Sim, tenho visto os desastres também, são ondas gigantescas.

Então o general de cabelos roxos começou a tocar uma doce melodia, suas notas eram suaves e mostravam a devoção que seu coração possui pelo rei dos oceanos. Sirene estava mais calmo, mais ainda pensava muito na situação. São cerca de 11:30h da manhã e logo os dois iriam almoçar. Julian planejava ir até as áreas afetadas para levar dinheiro e comida para os familiares fas vítimas.

Os cabelos sedosos e azuis do herdeiro estavam sendo cuidadosamente penteados pelas mãos do mesmo, ele pegava uma mecha e começava a passar o pente por dentre os fios. Julian Solo era um belo jovem, ele não deixava de emanar um grande charme para quem quer que o olhasse. Seus azul-esverdeados olhos eram da cor exata do mar, profundos e parece que obtinham toda a beleza dos oceanos.

— Sorento... — ele disse — devemos ir logo, estou preocupado com as crianças.

Sirene assentiu com a cabeça e ambos desceram ao térreo. O cheiro de comida era forte, haviam muitos recipientes com lagostas, macarrão e lasanha. Julian estava com fome, seu estômago roncava bastante.

— Ah, como é bom matar a fome! Não é, Sorento? Está gostando?

— Sim, senhor! O macarrão daqui é perfeito. Amo principalmente o molho ao sugo com queijo ralado.

Então eles comeram, o senhor Solo pediu um vinho também.

— Un vino, per favore.

Na tradução, a frase acima significa: "um vinho, por favor".

— Você fala muito bem em italiano, senhor. Não dá nem pra perceber que sua origem na verdade é grega. — Sirene disse.

Julian deu uma risada baixa, sorriu e disse:

— Obrigado, Sorento. Eu aprendi muitas línguas há muitos anos, quando meus pais levavam professores europeus de alta classe até a nossa mansão.

— Interessante. — ele respondeu.

Então ambos saíram do hotel, após comerem. O herdeiro estava ansioso, porém também sentia receio. A limousine de Julian os levava até o lado Sul de Roma, onde milhares de pessoas haviam morrido há alguns dias atrás.

De repente, o mestre Solo teve uma visão. Era Poseidon em sua armadura de batalha, reluzente em laranja e dourado. Segurava seu tridente forte e seus olhos estavam emanando um grande brilho, em seu semblante havia um sorriso perverso. Ele pôs a mão em seu rosto rapidamente, mas logo a imagem sumiu de sua mente. O deus dos mares estava planejando algo grandioso e vingativo em segredo.

Ao chegarem, ambos viram um abrigo onde estavam muitas crianças. Era uma casa simples, mas era um bom lugar. Haviam desenhos feitos de giz de cera por elas.
O segurança do local barrou Julian de repente.

— Senhor, este lugar é apenas para feridos e familiares dos mortos vítimas dos tsunamis aqui na região.

— Mas eu estou aqui por conta disso, meu nome é Julian Solo e eu estou em viagem para ajudar todos com dinheiro e comida. Estou aqui em auxílio. — o jovem respondeu.

— Ah, senhor Julian! Desculpe, não o reconheci de primeira. Pode entrar.

Ele agradeceu e entrou, junto de Sorento. Quando ele abriu a porta, viu algumas das crianças sentadas em um tapete vermelho que estava no chão. Todas pareciam assustadas, estavam com medo das ondas que invadiram a costa. Julian pegou uma menina no colo que parecia ter uns seis anos.

— Oi, garotinha. Meu nome é Julian e eu estou aqui para ajudar. — ele sorriu.

— Xulian... eu quero o papai. — ela choramingou.

— Que fofa, qual o seu nome, menininha?

— Bianca... — ela disse e se agarrou nos braços do jovem, que a segurava.

— Não chore, o seu pai... quem é ele? — Julian perguntou.

A moça que estava auxiliando as crianças do local sussurrou em seu ouvido que o homem pai da menina estava desaparecido ainda.

Ele arregalou os olhos, mas logo tentou esconder esse susto, não queria que a menina se assustasse.

— Ern, bem... O tio Sorento aqui vai tocar uma flauta pra você, tá bom?

Então Sirene tirou o instrumento da mala e começou a melodia. A menina sorriu e chegou perto do senhor Solo. O jovem se lembrava de ter feito algo parecido, mas algo que não era naquela época, e sim, há muito tempo atrás. De repente, ele começa a chorar. Sua vontade de ser um pai era grande.

— Droga, Saori me rejeitou... Eu queria tanto uma filha! — ele pensou — elas são tão fofas e lindas, eu queria uma delas só pra mim... Que péssimo!

— Tio Xulian... — a menina percebeu suas lágrimas.

— Não é nada, Bianca. Não se preocupe comigo.

O senhor solo estava emocionado com isso, sentia falta de uma menina. Porém, ele não sabia que isso era uma lembrança da alma de Poseidon, que também chorava de saudades. Sua ligação com o deus dos mares era maior do que todos pensavam.

Até o próximo capítulo!

O Renascer do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora