Os olhos são como cachoeiras

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A penumbra que cai
sobre teu rosto distante
Nesse teu olhar famigerado
que tanto fala aos prantos
Ao longe teu grito se dissipa
pelas ruas solitárias
E no amargo amanhecer
tua figura se põe a penar

Deste teu cais zarpou
o navio que logo se afundou
por mero descuido
Sem zelo se foi para sempre
De nada adianta o teu choro
Muito menos em outro por culpa
Esqueceu a coisa particular
tomou para si toda a lastima
Nesse tempo de cólera
Os olhos são como cachoeiras
E o tempo não passa
Tudo se sente

No fim do dia a espera acabou
A noite turva tomou de conta
Não se vê mais as águas
Um suspiro baixinho quis enganar
Sem querer entregar o pranto
Uma última despedida sincera
Deixou de lado o azar que segue
Não mais remoeu a culpa
Esqueceu o pensamento que faz chover
As horas se foram e o sono bateu forte

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⏰ Última atualização: Mar 09, 2020 ⏰

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