༺ 𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝑻𝒘𝒐 ༻

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༺ Atualmente ༻

         Clarke não sabia o que fazer. Ela sentia medo e pânico. Suas mãos começavam a suar enquanto ela segurava o cabo da frigideira preta que segurava. A única arma que ela conseguiu encontrar para se defender quando percebeu que alguém estava entrando em sua torre.

         Ela nunca achou que seria capaz de nocautear alguém, ou se teria a força necessária para tal. Sua mãe sempre dizia que ela era uma flor delicada, como ela conseguiria ser forte o suficiente para fazer alguém perder a consciência?

          Mas ali estava o resultado de sua força com uma frigideira. O invasor era um homem a qual ela, obviamente, nunca havia visto na vida. Estava agora caído no chão em um ângulo desconfortável, os cabelos ondulados e castanhos não deixando Clarke ver seu rosto direito, então ela não sabia dizer se ele era jovem ou velho.

         Não podia ser coisa boa. Simone não tinha parentes e ninguém visitava Clarke. Como ele poderia ter chegado ali? Ele a estava caçando? Queria sequestrá-la? Era perigoso? Como era idiota esse pensamento, claro que ele era perigoso. Simone ficava careca de sempre repetir isso para Clarke: todos os homens são perigosos.

         A ideia apenas a fez estremecer.

         A loira apontou a frigideira para o corpo adormecido no chão que ela tinha acabado de varrer, e se aproximou dele devagar, a ansiedade em seu peito crescendo com o medo de que ele poderia acordar a qualquer momento. Mas mesmo o seu medo não a impediu de virar a frigideira em suas mãos, assim usando o cabo dela para mexer no invasor.

         Clarke virou a cabeça cheia de cabelos castanhos um pouco mais para o lado, as ondulações escuras tampavam o rosto do homem e seus lábios eram cheios, Clarke conseguia ver a sombra de uma barba crescendo em sua pele. Era tão estranho, ela nunca tinha visto alguém assim antes. Não que tivesse escolha.

         Wells desceu do ombro de Clarke e pousou silenciosamente ao lado da cabeça do estranho. Seus olhos gigantes pareciam analisar o invasor antes de desviar a atenção para Clarke, como que encorajando-a a fazer uma pequena inspeção. Ainda com a ponta do cabo da frigideira, ela afastou as mechas castanhas dos olhos do homem que, como esperava, estavam fechados.

         Ela engoliu em seco e novamente se aproximou, lembrando-se que sua mãe sempre dizia que os homens tinham dentes afiados que podiam devorar você e matá-la em poucas mordidas. Mas quando ela ergueu levemente os lábios do invasor, ele tinha dentes brancos e normais, todos de tamanhos iguais dependendo de seu formato normal.

         Clarke se afastou novamente, mas desta vez seu medo era substituído por curiosidade. Aquele homem, seja lá quem fosse, não parecia ser perigoso. Ele não tinha cara de mal ou dentes afiados como era de se esperar. E olhando para ele na distância em que ela estava, Clarke até poderia dizer que ele era...bonito. Lindo, não que ela pudesse comparar com outros tipos de beleza. Mas...ele com certeza era lindo.

          Como será que ele chegou até ali? Estava perdido? E se...

— Ahm... — o invasor abriu os olhos.

         Wells se afastou e Clarke gritou de susto, acertando o estranho com mais uma pancada de sua frigideira.

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𝑻𝒂𝒏𝒈𝒍𝒆𝒅 ↬ 𝓑𝓮𝓵𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora