𝑻𝒂𝒏𝒈𝒍𝒆𝒅 ↬ 𝓑𝓮𝓵𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮

༺ 𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒓𝒆𝒆 ༻

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Excitação.

Excitação era tudo o que Clarke sentia naquele momento.

Seu coração poderia sair pela boca, o vento batia em seus cabelos e erguia o seu vestido. Ela não sentia como se estivesse pulando de uma enorme e antiga construção na qual morou por anos. Não.

Ela sentia como se estivesse mergulhando na sua tão sonhada liberdade e quando os seus pés enfim tocaram a grama verde e macia, Clarke podia dizer que nunca havia se sentido tão feliz. Nem mesmo quando sua mãe trouxera de presente a ela um conjunto de tintas novas no seu aniversário de quinze anos.

Ela não conseguia acreditar que estava mesmo ali, com os seus dedos dos pés mexendo na grama e seu cabelo de 21 metros caindo ao seu redor como uma manta dourada. Clarke sentiu seu rosto doer de tanto que os seus lábios se abriam para sorrir, ela não conseguiu se aguentar, apenas se jogou contra o chão para sentir a maciez da grama, era exatamente como ela já havia imaginado, com um cheiro delicioso de planta natural, e não como as de mentira que tinha em casa. Ao redor dela haviam diversos dentes de leão inclinados na direção do vento, quando ela olhava para eles da torre, sempre via apenas pontos brancos que ela comparava com pedaços de algodão.

Quando deitada Clarke conseguia ter uma visão muito mais ampla do céu e seu coração saltou de alegria em seu peito. Ela sentia como se conseguisse alcançar o mundo e isso só parecia mais real quando ela afundava seus dedos na terra. Essa era uma sensação que ela não queria nunca perder.

Como ela conseguiu viver tanto tempo sem isso? Sem conseguir tocar em terra de verdade, sem sentir o vento forte soprar por todo o seu corpo, sem conseguir ver de perto o pequeno lago que, agora que ela conseguia ver, se estendia até uma linda cachoeira atrás da torre?

O sonho fantasioso e as perguntas de Clarke foram desagradávelmente interrompidas quando uma cabeça cheia de cabelos castanhos apareceu no seu campo de visão, a expressão mal humorada e assustada a impedindo de vislumbrar a beleza das nuvens no céu.

- Você está ficando louca?! - gritou Flynn Rider, sua expressão era um misto de confusão e susto quando Clarke o empurrou para longe dela e se ergueu até estar sentada na grama.

- Como assim? - ela perguntou, suas sobrancelhas franzidas enquanto ela buscava a força dormente dentro de si para enfim ficar de pé.

Clarke não estava gostando do olhar no rosto de Flynn. Ele a encarava como se ela fosse louca.

- Você pulou de uma torre. - ele disse.

- Sim.

- Você pulou de uma torre alta pra caralho - ele repetiu, sua expressão passando de susto para incompreensão. - Está tentando se matar?

Ainda não entendendo o porquê de tanto alvoroço, Clarke se virou para encarar a torre atrás deles. Era estranho precisar erguer a cabeça para conseguir enxergar a ponta do telhado em vez de se inclinar contra a janela para tentar enxergar o fim dos tijolos sujos de lodo, mesmo essa estranheza não a impediu de ainda não conseguir entender qual era a grande questão de Flynn.

Ela olhou para Flynn novamente.

- Por quê se importa de eu ter pulado? - perguntou Clarke - Você nunca pulou de uma torre?