- VOCÊ É UM IRRESPONSÁVEL! COMO FOI QUE CHEGOU A ESSE PONTO? POR ACASO, VOCÊ JOGOU NO LIXO TUDO QUE EU TE ENSINEI?
Os gritos de Alana Hudson ultrapassavam as paredes do hospital, e faziam com que quase todos os presentes ali escutassem o sermão que ela passava ao seu filho. Seus olhos estavam vidrados no Felipe, e ao mesmo tempo que carregavam preocupação, mostravam decepção.
- Mãe, por favor...não grite, a minha cabeça tá doendo.- o Felipe disse com a voz rouca. Ele tentou se ajeitar naquela cama desconfortável do hospital, mas apenas conseguiu endireitar as costas. O que mais lhe incomodava era a agulha presa a veia do seu braço para o soro.
- É CLARO QUE DÓI!- ela continuou gritando, e apenas respirou fundo quando o Carlos apoiou ambas mãos nos ombros dela.- Não acredito que chegou a esse ponto, Felipe...você nunca foi de beber tanto...
- Na verdade, beber ele sempre bebeu...agora chegar a esse ponto que era difícil.- o Cody disse, anunciando a sua presença. Ele se apoiou no vão da porta e coçou um dos olhos que se custava a ficar aberto.
Depois do desmaio do Felipe após não terem resposta da emergência, o Cody e o James colocaram o loiro no carro e saíram em disparada em direção ao hospital mais próximo. A Vanessa e a Cupido tentaram acorda-lo durante o caminho, mas nada funcionou, e isso apenas fez com que o Ferraz se estressasse cada vez mais, especialmente quando chegaram no hospital, e tiveram que se ajeitar nas cadeiras duras e desconfortáveis da sala de espera.
- Já é o horário das visitas?- a Sra. Hudson perguntou, encarando o Ferraz que apenas confirmou com a cabeça.- Tudo bem...vou avisar aos outros que já podem entrar.- ela forçou um sorriso e beijou a testa do filho antes de sair acompanhada do Carlos.
O Felipe encarou o Cody e forçou um sorriso para disfarçar o clima tenso que se instalou entre os dois. O Ferraz apenas respirou fundo, e se ajeitou na poltrona azul posicionada ao lado de todos os aparelhos que controlavam os batimentos cardíacos do loiro.
- Vocês passaram a noite aqui?- o Felipe disse ao ouvir a voz da Cupido chamando pelo James no corredor.
- Sim.- deu de ombros.
O loiro engoliu em seco. Algo parecia incomodar o Cody, e estava visível em sua cara, o Felipe só não sabia o que era.
- Você está...- o interrompeu.
- Quero que me diga uma coisa que não sai da minha cabeça...- o Cody começou, inclinando o corpo para apoiar os cotovelos sobre as coxas.- Eu conversei com a Vanessa antes dela dormir ontem, ela estava se sentindo culpada por sua situação, enfim...está ficando cada vez mais difícil de entender porque deixou a Camila te beijar...
- Ahn...eu não estava esperando isso dela, juro.- falou, erguendo o tronco para se sentar.- Mas, me arrependo de verdade...
- Arrependimento não leva a gente em lugar nenhum...- respirou fundo, abaixando o olhar para a lajota branca e quadriculada do chão.- Nunca a defendi...sabe?
O Felipe franziu as sobrancelhas.
- Quem? A Camila?
- A Vanessa...em algum momento, eu até tive pena da Amanda, mas da Vanessa eu nunca tive um pingo de compaixão, e eu estava errado. Entendo tudo que ela sente, e é uma frustração do caralho quando as pessoas trazem mais confusão pra dentro do nosso interior já bagunçado. É falta de consideração...
- Eu não estou entendendo...
- Eu odeio o jeito que você e a Camila fazem eu me sentir perante aos outros. Vocês são tão bonzinhos...não fazem mal a ninguém, né?! Porque o grosso sou eu, então tá tudo bem se eu machucar alguém, e faz parte da porra da vida se alguém quebrar meu coração quando eu resolver que estou bem comigo mesmo...- passou a mão pelo rosto.- E, a verdade é que não tá nada bem. Não superei a Jade em dois anos, e não vai ser em um mês que vou conseguir superar você e a Camila.
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My Sweet Little Cupid
Teen FictionDesde sempre gostando de Alison Carter, sua melhor amiga - ou então desde que descobriu que garotas não são nojentas como todo garotinho pensa -, James Crawford se vê preso a esse sentimento inacabável. Por essa razão, um ser com fama no "amor", e...