My Sweet Little Cupid

Capítulo 40

"Você poderia encontrar um jeito de me decepcionar aos poucos?
Eu espero que você possa me mostrar um pouco de compaixão;
Se você for, eu ficarei tão solitário;

- Alec Benjamin- Let Me Down Slowly.

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- Lorenzo Crawford, você tem visita...- a voz grave do oficial invadiu o pequeno espaço de concreto que o homem ocupava.

Atrás das grades, no aguardo do seu julgamento, o Sr. Crawford nunca se viu tão frustrado com a vida. Seu parceiro de cela, era um idoso de quase noventa anos de idade que soltava pum a noite inteira...

Seu crime? Ter assumido culpa pelo assassinato que seu filho mais velho cometeu. De acordo com o que foi descoberto, o idoso estava na cadeia há cerca de quinze anos e nunca tinha recebido uma sequer visita do seu filho.

O Sr. Crawford levantou da sua cama desconfortável e parou na frente do oficial quando este abriu a cela. Suas mãos foram algemadas e não demorou muito para que ele recebesse um puxão que o levaria daqui até a sala das visitas, à força.

Porque, ao menos, que seu advogado tivesse surgido com boas notícias, nenhuma outra visita era possível em sua mente. E, por isso, ele detestou sair daquela cela em uma ocasião que não envolvia comer a péssima comida que serviam ali.

Os olhos castanhos do homem correram pela sala toda, e ninguém foi reconhecido, exceto por uma garota. Iluminada pela luz do sol que invadia o local por conta das janelas abertas, a jovem de cabelos pretos vestia uma jaqueta de couro preta e tinha a visão fixa no homem que agora caminhava à ela, em passos tão lentos quanto o de uma tartaruga.

- Vanessa Topez...- o Lorenzo disse assim que sentou na cadeira prateada a frente dela.- A que devo a honra dessa visita?

- Eu sei de tudo.- ela engoliu em seco e respirou fundo.

Vários policiais andavam de um lado para o outro no espaço sem cor repleto de mesas prateadas. Alguns prisioneiros também recebiam visitas, e estes, assim com o Lorenzo, eram bem observados.

- Não sei do que está falando...a menos que se refira aos motivos que me colocaram aqui dentro...isso te convém?- espremeu os olhos e a garota respirou fundo mais uma vez.

- Por que você é tão ignorante com os seus filhos?- ela apertou os punhos, controlando sua vontade de acertar o rosto desse homem.

- Oh...- suspirou.- Vanessa, não se preocupe com eles...nenhum filho meu está aqui.- moldou um sorriso debochado no rosto.

- Vai negar que eu sou a porra da sua filha agora? Eu falei com a sua esposa, vi os papéis...e...- a interrompeu.

- Me perdoe pela insensibilidade. Eu sei. Só estava te testando para você soltar a informação...não estaria aqui se não soubesse sua verdadeira árvore genealógica.- deu de ombros.- Continue...você viu os papéis e...- balançou as mãos mesmo estando algemadas uma na outra.- Ah, antes, uma coisa...falou com os seus pais?

A Vanessa desviou o olhar por míseros segundos e pensou nos seus pais. Ela sabia que precisava falar com eles e expor o que sabia, mas lhe faltava ideias de como fazer isso sem que surtasse no caminho.

- Não mude o assunto, eu sei que você é o meu pai...- engoliu em seco. Por mais que ela se mantivesse firme por fora, seu interior desabava apenas de encontrar a semelhança dos seus olhos com os desse homem.

- E, quer um momento feliz de pai e filha?- arcou as sobrancelhas.

- Não. Eu quero saber o porquê diabos me esconderam isso a vida inteira...- bufou.