Casa da minha Namorada

156 16 18
                                    

Vanjie

A campainha tocou. Olhei para Cracker.

—Sua casa.

Ela revirou os olhos.

—Te odeio.

—Beijos.

Ela atendeu a porta, não conseguia ver quem era e muito menos ouvir. Mas percebi que Cracker estava aflita, a cada dois segundos ela me olhava.
Decidi caminhar até ela. Brooke chorava, sua postura melhorou ao me ver.

—O que houve? –Perguntei preocupada.

—Aquaria. –Disse Cracker.

Ela parecia paralisada, eu resolvi entrar e sentar no sofá para conversar. Cracker não faria o mesmo, estava com a cabeça nas nuvens.

—Meu irmão. –Ela engolia o choro. —Ela foi até ele e ele bateu e...

Eu a abracei. Foi por impulso, ela se assustou mas retribuiu. Ela se aconchegou em meus braços. Eu me afastei, não queria tirar proveito da situação.

—Peguei uma água.

Cracker entregou a Brooke, a qual agradeceu. Esperamos ela beber.

—Eu mandei mensagem pro Ruan e ele foi até a minha casa, bem alterado. Tentei conversar, mas ele começou a gritar e Aquaria tentou acalmá-lo, ele... –Ela me encarou. —Ele a atacou.

Cracker mechia nas mãos nervosamente.

—Depois a mãe dela veio buscá-la, enfim, nós não podemos mais nos ver.

—Não foi sua culpa, foi do seu irmão.

—Eu sei. Infelizmente não tem nada que eu possa fazer, a mãe dela está certa. Ela foi atacada.

Cracker caminhou até a porta.

—Cracker?

Ela me ignorou. Puxei Brooke pela mão e fui atrás da loira.

—Onde vai?

Ela continuava a andar.

—SAPATÃO, ONDE VAI?

Ela parou e virou.

—Foi minha culpa.

—Enloqueceu garota?

Ela parecia triste, prestes a chorar.

—Aquaria queria me ver quando saísse da casa de Brooke, eu a ignorei.

—Ela me disse isso, mas não foi sua culpa. Afinal ela beija tão mal assim?

Eu dei uma leve risada.

—Não é isso. –A voz de Cracker continuava manhosa. —Aconteceram coisas.

—Que coisas?

A loira me olhou, eu assenti.

—Ela mandava bilhetes para Vanjie.

Brooke riu.

—Ela fingiu ser eu.

Eu a encarei, ela corou.

—Sério? –Perguntou Cracker esperançosa.

—Sim. –Disse um pimentão atrás de mim.

—Agora me sinto mais culpada ainda. Eu preciso vê-la.

—Não acho que seja uma boa hora. –Disse eu.

—Okay, só vou mandar uma mensagem.

Cracker voltou para dentro de casa.

—Ela é ben resolvida, não? –Disse Brooke.

Eu ri.

—Você não faz ideia. –Respondi ironicamente.

Cracker mechia em seu celular com um sorriso enorme.

—Como sabia que eu estava aqui? –Perguntei a Brooke, ela se mostrou surpresa. —Eu deduzi que não veio por ela, e sim por mim.

Ela corou.

—Eu fui até a sua casa e sua mãe me avisou que ia dormir aqui.

—Como sabe onde eu moro?

—Aquaria. –Ela disse tristemente. —Ela stalkea demais a Cracker.

—Poxa.

—O que foi?

—Pelo visto você não me stalkea o suficientemente.

—E_eu.

Eu dei um gole no meu chá gelado deixando uma loira gaga.

—Ai piranhas, vou pedir pizza, querem do quê?

—Calabresa.

Brooke concordou comigo.

—Quero outra de doritos.

—Para de ser estranha.

—Doritos com bacon. –Cracker gritou do sofá.

Eu fiz cara de nojo.

—Você já comeu coisas piores.

—Doritos com bacon. –Fiz barrulho de vomito.

—Eu não acho ruim. –Disse Brooke.

—Obrigada.

—Acho horrível.

Eu ri e bati em sua mão.

—Vão se fuder, literalmente.

Ela piscou. Eu mostrei meu dedo do meio.

X

—Alguém tem dinheiro pra uber? –Perguntou Brooke.

—Não. –Respondi com uma fatia em mãos.

—Dorme aí.

—Minha mãe disse para eu fazer isso, ela acha que eu estou na casa da minha namorada.

Ela riu. Cracker me olhou com aquela cara. A palavra namorada ecoava em meus ouvidos.
.
.
PERA. Uma luz me acendeu, ela disse que Aquaria havia fingido ser ela e agora isso? Será quê?

Olhei para Brooke, ela sorriu e olhou para o chão ainda sorrindo.

Isso quer dizer que eu tenho uma chance?








A Few Notes (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora