Chapter 31

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- A séculos atrás em the Betelgeuse...

"Eu sinto muito. Eu sinto muito mesmo." Taemin falou em meio ao seu choro. "Diga a Irene que eu realmente sinto muito."

Foi sua última frase antes de disparar.Em milésimos de segundos meu coração parou ao ver o corpo cair bruscamente no chão.
 

...
 
 
Deserto da Patagônia, Argentina, Ano de 2018.

Jennie's Point Of View.

Olhei confusa para Taemin e o vi começar a soluçar de tanto que chorava. Senti meu coração se apertar e um nó se formar em minha garganta com o que tinha acabado de ver. Tudo parecia acontecer em câmera lenta. Minha visão estava embaçada pelo choro e a chuva forte só aumentava ainda mais as marteladas em minha cabeça. 

Olhei o sangue escorrendo no chão e sendo levado pela água da chuva me deixando desesperada. O corpo já pálido e sem vida caído a alguns metros longe de mim. Corri para Lisa e a abracei forte, chorando
copiosamente em seu peito, tentando de todas as formas a sentir mais perto de mim. Braços fortes rodearam meu corpo já completamente encharcado pela chuva me fazendo respirar aliviada. 

Taemin havia atirado em Jaebum

"Saiam daqui!" Ele falou em soluços. "Preciso que saiam. Vou me livrar do corpo." 

Olhei para o corpo no chão. Taemin havia lhe acertado bem no centro de seu peito, certeiro.

Eu via que ele sofria, afinal Jaebum era parte de sua família. Corri para ele deixando Lisa alguns minutos sozinha e o abracei.

"Eu sinto muito, eu sinto muito. Eu não queria que precisasse fazer isso." Falei sincera. "Mas mesmo assim ...Obrigada por isso. Por acreditar em nós"

Falei enquanto lhe apertava mais em meu abraço.

"Ele era ruim de coração e Deus..." Ele disse me afastando e passando a mão no próprio rosto. 

"Lalisa é um anjo. Ela não tem culpa de nada aqui. Eu precisei fazer isso porque se não ele contaria a alguém sobre ela." Ele parecia bastante atordoado ainda.

"Eu sei que Irene sabe. Vi em seus olhos e se ela sabe e está tudo bem com isso então eu confio em vocês."

"Eu nunca serei capaz de agradecer o suficiente por ter salvo o amor da minha vida." Falei sincera.

"Bem, continue cuidando do amor da minha vida com o cuidado que cuida e serei imensamente grato." Ele falava de Irene. Sorri e assenti. Taemin tinha um bom coração. 

"Agora saiam daqui que preciso me livrar dele e inventar uma boa desculpa para seu sumiço."

Assenti e lhe lancei um olhar, agradecendo novamente antes de correr pra Lisa e a puxar pela mão. Ela o agradeceu, ainda em pânico,meio perdida pelos acontecimentos e pelo medo dos trovões que não cessavam.
 
"E Jennie..." Ele gritou quando eu já estava longe. Parei e o olhei. 

"Diga a Irene que eu sinto muito, eu não queria ser um assassino." Sua feição arrasada.

"Ela jamais te verá assim." Falei voltando e lhe dando um beijo na testa. "Cuide-se." Falei sentindo outra lágrima escorrer antes de voltar para Lalisa.

Ela e eu corremos até o carro e entramos, dei partida e tratei de sumir dali o mais rápido possível. Bem...nem tão rápido assim, afinal de contas chovia muito e o que eu menos precisava era de um acidente.

"Você está bem?" Perguntei  depois de um tempo em silêncio e ela assentiu, colocando uma mão em minha coxa e assustada pelos trovões. Liguei o som no último volume para disfarçar o barulho das trovoadas.

O caminho foi longo. Quase 4 horas depois chegamos em casa. Lisa ainda muda, com a feição séria. A conduzi para o banheiro e me livrei da minha roupa molhada. Fiz o mesmo com ela já que ela estava estranha. Liguei o chuveiro e a empurrei para a água morna.

"Fale comigo, amor." Falei calmamente. Entrei com ela e senti a água relaxando todos os meus músculos.

"Aquele homem morreu por minha causa, não foi?" Ela perguntou baixinho. A olhei e então entendi o que se passava em sua mente. A puxei para mim e a abracei.

"Não, Liz...Você não teve culpa. Olha para mim." Falei e vi seus olhos pousarem em meu rosto. 

"Ele era um homem ruim. Ele te machucaria e Taemin só quis te defender. Você não tem culpa, meu amor."

Falei enquanto ajeitava delicadamente os fios da sua franja agora crescida já raspando levemente seus olhos a deixando com uma feição mais angelical.
 
"Você promete? Eu …eu não aguentaria saber que tem sangue em minhas mãos. Você promete... que não tenho culpa?" Seus soluços começaram a  invadir o lugar fazendo automaticamente o meu coração se apertar.

"Eu prometo. Eu prometo quantas vezes quiser, amor. Você não tem culpa." Falei juntando nossas testas e acariciando suas costas. Ela enterrou sua cabeça em meu pescoço e ficamos assim por sabe-se lá quanto tempo, apenas sentindo a água quente nos acariciando e aliviando da tensão causada pelos acontecimentos recentes.

Assim que saímos do banho, nos enxugamos e vestimos apenas blusas leves e shorts de algodão. Deitei na cama ouvindo o leve farfalhar dos lençóis e a abracei delicadamente raspando o meu nariz em seus ombros inalando o seu cheiro. O silêncio ainda ocupava o ambiente me fazendo ficar levemente preocupada com sua falta de diálogo.

"Você é louca." Ela se virou para mim e disse depois de um certo tempo, deixando um risinho baixo sair e fazendo meu coração acelerar. As borboletas voando todas juntas em meu estômago me fizeram sorrir. Era bom ouvir sua risada, acalmava a minha alma e o meu coração.

Ah...como eu amo esse som.

" Sim ? E por quê ? Posso saber ?" Perguntei passando a mão por entre os fios de cabelo molhados de sua franja.

"Você entrou na frente de uma arma por mim. Nunca mais faça isso, por favor, amor."

"Ameaçaram a minha mulher. Se fossem te matar teriam que matar nós duas." Sussurrei encarando seus olhos e a vi sorrir.

"Sua mulher, hum? Acho que gostei disso." Falou se inclinando e aplicando um beijo demorado em meus lábios. 

"Espero que seja assim com nossos filhos também." Sussurrou. Não consegui esconder o sorriso ao imaginar mini lisas ou a mini versão masculina dela correndo por toda a casa, os olhinhos cor de âmbar. 

Ok. Ainda falta tempo para isso.

"Com certeza serei." Ao me ouvir falar isso, ela se apoiou em um cotovelo e lentamente tomou meus lábios. A doçura de seu gesto misturado com o amor que eu sentia por ela só fazia tudo parecer ainda mais perfeito. Ela tomou para si vagarosamente meu lábio inferior, me arrancando suspiros. 

"Eu amo você."

"Eu também te amo" Falou. 

"Jen?"

"Hm?"

"Ore...ore para a família do Jaebum, por favor?" Arqueei uma sobrancelha.

"Mas você..."

"Eu ainda não acredito, mas talvez exista a supra racionalidade: a razão além das definições normais dos fatos ou da lógica baseada em dados. Algo que só faz sentido se você puder ver uma imagem maior da realidade. Talvez seja aí que a fé se encaixe." Falou deixando um longo suspiro se esvair. 

"Acredito que quando você acredita muito em algo, ela acaba se tornando real para você e eu sei que ele era religioso, ele sempre falava." Apenas sorri e assenti.
"Eu vou orar por eles, tudo bem? Agora durma, você está cansada e o dia foi cheio." Falei lhe dando um beijo na testa. Me virei de costas para ela e como um hábito comum entre nós, ela me abraçou por trás e plantou leves beijos por minha nuca antes de cair no sono.

Estava tudo bem...

Ela estava segura, e só isso importa.

...

jenlisaonce amor seu pedido foi atendido ok?? Esse anjo comentava todo dia pedindo att ksjsj obrigada pelo incentivo viu!

The Betelgeuse - Jenlisa VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora