Eu esperei. Esperei, esperei e depois esperei um pouquinho mais. E o Tempo nunca me visitou pra ajudar. Todos os dias eu esperava na janela, pegava o cobertor, fervia o chá, esperando o Tal do Tempo, aquele que ia me curar.
Me deixou esperando e nunca chegou a me diagnosticar, marcou a consulta pra algum dia desse ano... não especificou a data, nem a hora, nem o lugar. Eu olhava pra janela e admirava o céu, ia dormir um pouco mais feliz, um pouco mais triste, as vezes meio impaciente, as vezes com vontade de voltar...
Mas a vida vista pela janela parece um quadro que você nunca manda emoldurar, eu tinha tanto medo de sair e quando voltasse... ele não estaria mais lá. Me lembrei então das palavras do Cupido "pessoas assustadas não estão prontas para amar"
Pensei que talvez o melhor jeito de me sentir melhor seria simplesmente...
Parando de esperar.
Sua ferida não sara enquanto você está olhando, ela sara quando esquece que sequer está lá, quando você aceita que ela vai demorar a fechar e segue andando até a hora...
que o Tempo levar.
Saí porta a fora, sem saber bem onde ia, nem o que ia encontrar. Tomei um chocolate quente, voltei a caminhar, cheguei em casa e lá estava ele... Entrou sem bater ou ligar pra avisar, dessa vez com olhos mais escuros e com o cabelo de outra cor.
O Cupido estava sentado no meu sofá, sorrindo, mas dessa vez sem sarcasmo, sem ironia, sem dor. Disse
-"Vem aqui" Como se fosse dono da casa e depois falou "Tenho que te apresentar um amigo, o nome dele é Amor"
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Recomeço
Teen FictionApós ter o coração partido uma menina se depara com o Cupido em sua janela, ele veio buscar sua flecha. Metáfora pra um amor que já não a pertencia mais. Desse dia em diante a garota se encontra com a personificação de vários sentimentos em seu apa...
