Era mais um dia comum... Os raios do nascer do sol iam adentrando a cortina florida e vinham cegando a pequena garota, que se escondia do frio embaixo de grossas cobertas. Aquilo a lembrava que mais um dia havia se iniciado, mas, como sempre, ela aguardava o toque de seu despertador para poder iniciar suas tarefas.
Quando o barulho semi endurecedor do despertador soou, a menina já estava adormecida outra vez, porém, despertou aos espantos com o início do barulho.
Sabendo que não seria possível mais enrolação, ela logo levantou, bufando, é claro, caminhou até o banheiro, encarou seu rosto ligeiramente inchado e apenas suspirou e começou a se despir.
Terminando de tirar suas roupas e encarar por alguns milésimos de segundos seu corpo nu em seu reflexo, a garota foi-se em direção ao chuveiro e o liga, observando ao passo, o espelho e o vidro embaçarem.
Sentiu a água quente queimar suas costas e seus ombros, fechando os olhos para sentir tudo: toda reflexão do universo, toda ação, toda sinestesia, toda emoção, tudo que ela tinha em si.
Era sempre a mesma coisa: uma vida monótona, para falar a verdade, pensava isso o tempo todo, enquanto penteava suas madeixas negras, estas, ligeiramente onduladas...
"A vida é uma fábrica de robôs! "
Sempre a mesma coisa, é sempre a mesma rotina! seres humanos fazem sempre o mesmo quesito de viver: suspirar, crescer, ir pra escola, faculdade, casar e viver sem sentido, depois seriam vinculados à morte incerta. Mas não era isso que ela queria. Não era isso.Diante de todos os problemas da humanidade, todo sentido de vida e problemas da existência, por quê? Qual sentido de tudo isso?
Parecia que era condenada à abstinência de sentir indignação e não sentir absolutamente nada em suas veias.O dia estava claro, assim como suas ideias.
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One, Two, Three.. Contava cada rosquinha colorida em seu cereal, no qual pra ela, não havia cor alguma ... E era tão dispersa! Atrasada estava, claro!
- VÁ PARA A ESCOLA AGORA! - exclamou Genevive, sua tia; Com seu ar de sempre, ranzinza, e com sua medíocre voz de mulheres mal resolvidas e iludidas dos anos 60.
E pensava:
"Eu não preciso ir à escola... Mas tinha. Era regra de vivência.."
...Buzinas, buzinas e mais buzinas! Barulhos de carro, prédios tão altos que chegavam as nuvens!
Sem contar, a fumaça que provavelmente lhe causaria um câncer em um futuro distante(ou próximo, que sabe por sorte, ou azar....) Então começou a pensar outra vez... E pensar pra pensadores, é a droga que beira os devaneios... Porém, sorte que uma de suas características era: garota extremamente equilibrada e forte. Ao menos, ela tinha o que pensar.Sentiu com carinho, como se tivesse muita importância pra ela, uma simples mistura de água, sódio e sais minerais que por mais curioso que lhe parecesse, saíra do canto de seus olhos. E viu, uma gota de lágrima se dissipando junto ao seu café.
Café com uma Pitadinha de indignação! E olha que tinha seus objetivos.... E como tinha, sorriu depois...
O sino da escola tocou.
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A Chave da Vida
AdventureSobre uma menina que é indignada com os problemas mal resolvidos da sociedade, que luta pelo que acredita, mas no meio de um mundo tão sufocante quem sai do padrão é visto com maus olhos. Não aquentando a pressão foge e encontra um lugar livre de pr...