Passou-se uma, duas, três semanas. Na verdade o relógio do coelho branco estava totalmente fora de contexto, a menina estava apenas vivendo normalmente, o que detestava, mas não tinha noção de quanto tempo mais aguentaria o fardo de algo que nem sabia o que era exatamente. Talvez, a combinação da cinícidade de sua tia, ou as patricinhas do colégio ou mesmo o fato de ser tão monótono seu estilo de vida, poucas rotas em suas rotinas passageiras. Já estava quente, o inverno tinha se passado... Levando consigo sua ira.
.......Quando chegou em "campos poluídos" como se referia a seu colégio, sempre que lembrava então de seu apelido sincero,sorria cômica para o vento, ele que trouxe consigo o então boato que teria alguém novo na sua sala, carne nova como ouviu a loura oxigenada se referir a possível verdade, não sabia de nada e não queria se prender a isso: boatos e não fatos.
...........
Sentou- se na cadeira e quando seus dedos com um velho esmalte roxo estava preparado para iniciar algo novo em seu caderno de desenhos, um homem negro e careca chegou com uma menina do lado, era o diretor, já a menina então uma desconhecida: ela tinha cabelos lisos e franja cujo em seus cabelos tinha uma mecha formada por fitas então coloridos com um dente preso ao final.
Em seu braço um "desenho", era uma bela tatuagem.
Ela era amarela, era uma Índia.- Gente, essa é a nova aluna que veio da Amazônia para cá, acolham ela com muito carinho e tentem ajudar ela, Alicia! Ajude ela nas tarefas.-ele encarou uma menina sentada nas últimas carteiras,Alícia era a melhor aluna da escola mas era muito orgulhosa e fria, iria ajudar com os trabalhos escolares e atividades. - se apresente!
Ele insinuou de encostar em sua costa e sorri para ela apontando para então nova turma de maneira receptiva.
- Olá -Disse de forma que seu corpo exalava timidez- meu nome é Iara e como ela disse, sou da Amazônia. É..
Tinha sotaque.
A maneira que Iara falava brincando com as palavras na visão da garota era atraente e a deixava encantada, poderia ficar o dia inteiro ouvindo-a falar sobre si com aquele sotaque que tanto lhe deu prazer.
Assim que tudo acaba a garota com um grande livro preenchido de desenhos faz um sinal discreto a chamando para sentar ao seu lado.
Mesmo do outro lado da sala consegue se ver Iara com um sorriso nos lábios e segurando a mochila em seus ombros e caminhando em direção a carteira livre ao lado da desenhista.
-Eu...eu... Posso me sentar aí?- a novata com as mechas de cabelo tão lisas e brilhantes coçou a cabeça de maneira nervosa
- claro! - a menina falou extasiada
-Seu nome?
- me chamo Laguna.
-As águas de um lago de mi tribo é encantada com um azul , dizem que águas são cristalinas e lindas, é mi lugar que mais gôsto, amo lá.O sinal tocou, fazendo ambas darem pequeno pulo reverente ao susto que tomaram.
- ei! Quer lanchar comigo?
A garota encarou torto a então desenhista
- comer
-Vamos- deu um sorrisoSe dirigiram à lanchonete e conversaram bastante, laguna não se cansava de ouvir as histórias e se deliciar com o vocabulário novo que aprendia cada vez mais....
.............
Com o passar do tempo, depois do verão, passava em frente à praça, passava a mão no cachorro do senhor e ia para a escola, era um prazer, pois tinha conhecido alguém diferente, que realmente a entendesse.
E por tal, esquecia completamente de sua tia, que ficava cada vez pior.Sua felicidade era quando estava no colégio, quando estava com Iara e tentava lhe ensinar a falar português de maneira clara, ela vinha de uma tribo para a cidade grande, ela ainda não entendia muito bem o porquê disso. Sempre que ia embora seu então sorriso de orelha a orelha desaparecia e se transformava em lágrimas e machucados feitos por sua querida tia.
Ela só queria ir embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Chave da Vida
AdventureSobre uma menina que é indignada com os problemas mal resolvidos da sociedade, que luta pelo que acredita, mas no meio de um mundo tão sufocante quem sai do padrão é visto com maus olhos. Não aquentando a pressão foge e encontra um lugar livre de pr...