Capítulo 3

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" Tem certas coisas que não sei dizer" Lulu Santos

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" Tem certas coisas que não sei dizer" Lulu Santos


Rayssa

— Você viu que aquele bonitão veio hoje de novo – ouvi uma mulher falar.

Estava numa das cabines do banheiro feminino e curiosamente aquilo me chamou atenção.

— É a segunda vez que ele vem. Deve ter conseguido um emprego aqui por perto e assim como nós vem almoçar aqui – agora é a voz de outra mulher.

As duas prosseguiam na conversava e se materializava o Gabriel na minha mente. Sexto sentido ou não, mas aquilo estava mexendo comigo. Estava curiosa para confirmar quem sabe até ansiosa para revê-lo?! Desde aquele dia que ele trouxe os meninos aqui, e eu covardemente o evitei, ele vem almoçar aqui, ou seja, a segunda vez como uma das mulheres falavam.

Vesti-me apressada. Infantilidade minha, porém queria chegar ao salão primeiro que elas, mas ainda deu tempo de escutar:

— Um homem daquele se me desse bola eu não soltava nunca mais.

— Aquele jeito rústico dele – suspirou – desse ser o cara na cama!

Isso foi o estopim para minha curiosidade fui até a pia lavei as mãos e observei-as pelo espelho. Elas retocavam suas maquiagens e eu segui para confirmar minha suspeita.

Segui para o caixa e fixei meus olhos naquele homem. Ele tinha um magnetismo sem igual. Parecia não perceber os olhares lançados em sua direção. Observei-o por alguns instantes e decidi que ele era realmente tudo aquilo que as mulheres falavam no banheiro.

Depois que ele terminou sua refeição veio em direção ao caixa.

— Boa tarde, moça! – Sua voz era rouca. Um conjunto perfeito.

— Boa tarde – respondi simpática – você é o irmão da Lucélia, não é? E te vi no casamento. – Senti, de repente, uma necessidade de que puxar assunto.

— Sou sim. – Respondeu sorrindo – me viu e nem quis falar comigo? – falou divertido - Eu não mordo não, galega.

— Uau! – vi-me murmurando e simplesmente meu corpo todo se acendeu. Ele é um conjunto de perigo ambulante.

— Mas eu também lhe vi na festa por pouco não me apresentei. Meu nome é Gabriel. Só os pirralhos me chamam de...

— Tio Gabe. Eu sei. Prazer me chamo Rayssa – estendi minha mão para ele.

— Prazer é todo meu, galega – a junção dessa última palavra de voz rouca e o toque quente vindo da sua mão descarregou uma sensação boa em mim.

Não posso dizer que não gostei.

Passamos alguns segundos sentindo aquela coisa que não sei explicar. Foi rápido uma fração de segundo, mas pude acompanhar seu olhar em mim. Esquentando, aconchegando.

— Até amanhã, galega.

— Até. – Respondi no murmúrio.

Aquela voz ficou impregnada em mim e até quando não estava mais no ambiente podia ouvi o "galega".

Cheguei ao meu apartamento, que divido com minha prima Pâmela, exausta. Senti o peso do fechamento do caixa nas costas é desgastante.

— Oi, prima! – A Pam falou toda produzida.

— Nossa! O Beto hoje vai se dá bem – minha prima estava engatando um romance com seu colega de trabalho. Eles estavam se dando bem. E torcia por eles.

— Vou conhecer a família dele hoje. Como estou?

— Maravilinda!!! Mas está nervosa. – Peguei suas mãos. – Relaxa. Vai dá tudo certo. Quem não gostaria de você?

— Tomara. Sei que eles são bem tradicionais. Tenho medo que eles não me achem adequada para o único filho.

— Para de bobagem. Você sempre foi a nora que toda sogra gostaria de ter. Certinha até demais.

— Ah, para com isso! E você? Está com uma carinha de cansada.

— Estou mesmo, mas é só tomar um banho e descansar.

—Quem é você? O que fez com minha prima? – Sorri me jogando no sofá – só falta me dizer que colocou juízo nessa cabecinha oca e acabou com aquele plano falido de encontrar um marido rico.

—Rico não. Riquíssimo! E não. Não desisti. Estou muito cansada mesmo. Ser responsável pelo financeiro daquele restaurante não é mole.

— Nada na vida é mole, priminha. Mas nunca é tarde para aprender. E, principalmente, para criar juízo. Espero pelo dia em que você vai se apaixonar e esquecer de vez essa história maluca.

— Vira essa boca para lá! – A campainha tocou – olha lá sua hora chegou! Divirta-se! – Levantei fui para meu quarto. A Pam poderia ser filha da minha mãe, as duas se combinam mais do que ela e eu.

*

No dia seguinte perto da hora do almoço ele adentrava no restaurante. Com sua habitual calça jeans, camisa branca com outra, xadrez aberta por cima e bota nos pés. E junto com ele um frisson. Uma expectativa.

— Boa tarde, galega! – Saudou-me e sentou-se de frente para onde eu estava.

—Boa tarde! – Por um instante me vi desejando que ele falasse mais comigo. Ele é muito intrigante.

Segui com meu trabalho até que uma garçonete veio até mim.

— Você, hoje está com tudo! – Aproximou-se – aquele carinha ali – apontou para um homem bem vestido e de pele tão limpa e bem cuidada – mandou te entregar isso – e o outro da mesa seguinte. -Era o Gabriel – não tira os olhos de você.

Peguei o papel e era um cartão de visita. Ele era um empresário, palestrante e coaching. Era meu objeto de desejo. Guiei meu olhar na direção deles e no mesmo campo de visão estavam os dois. No primeiro plano o desconhecido que sempre esperei encontrar aqui no restaurante e mais atrás o Gabriel. O chique e o rústico me acenando para a vida. Agora, só me resta escolher o caminho certo a seguir. E esse já está em minhas mãos.

É, estou conseguindo vir com mais frequência por aqui. Vcs gostaram da surpresa? Olha que nem avisei lá no grupo!!!

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BJOCAS e até o próximo cpt!

Meu amor é teu 2º livro da série "Laços que nos une"Onde histórias criam vida. Descubra agora