Gabriel, ou tio Gabe, é o irmão mais velho da Cely. Um homem do campo que de longe pode até assustar por sua altura e modos rude, mas, grande mesmo é o seu coração. Homem generoso, atencioso, carinhoso e fácil de se apaixonar. Ele conhece a linda e...
Espero que gostem da leitura e apreciem sem moderação. BJs
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"A paixão certeira que nos alcança/Quem poderá prever" Jorge Vercilo
Falar com ela foi uma das melhores coisas que já pude fazer. Você deve estar pensando que é exagero meu, mas não. Essas mulheres da cidade dão pouco valor para um cara feito eu. E ela me deu trela! Eu vi como ficou mexida comigo. Ah, Galega! Agora que você me deu brecha eu vou mostrar o que tenho de melhor para você. Vou te dá o céu e todas as estrelas que há nele.
Desde ontem avisei a dona Ana e dona Tereza que não precisavam se preocupar com almoço para mim. Vou ficar almoçando aqui no restaurante e aproveito para falar com a minha dama.
Quando eu cheguei hoje fiquei doido para falar mais de perto, mostrar para que vim até aqui, mas não vou atrapalhar seu serviço. Eu vi que está sobrecarregada com a falta do Miguel. Por isso, só cumprimentei e sentei de frente para ela. Mais tarde vou chama-la para dar uma volta. Quem sabe busco ela aqui quando largar.
A comida daqui é realmente muito boa. Porém a presença dela é melhor. Ela domina os espaços por onde anda. E eu vou ter que me acostumar com muito marmanjo cobiçando o que será meu. Eu não brinco em serviço se ela me quiser. Será a minha esposa e mãe dos meus filhos.
—Galega – cumprimentei-a quando fui pagar a minha conta. Demorei o máximo que pude na refeição, mas não posso esquecer dos meninos. Era por isso que estava na cidade para ficar de olho neles. — Que horas você larga?
Ela parecia surpresa com a minha pergunta. E me olhava intenso com aqueles olhos de gata siamesa.
— Eu... Eu – fixei meus olhos naqueles lábios que se movimentavam buscando uma reposta.
— Não importa – afirmei – estarei te esperando bem ali na porta. A menos que você me peça que não venha. – Falei hipnotizado com a cor daqueles lábios.
— Você não faria isso? Nem te falei do meu horário – ela estava me desafiando?
— Você é que pensa. Galega, não sou homem de meias palavras. Quando eu quero, eu busco. Mas já disse que vou respeitar se me disser que não.
Beijei sua mão e me retirei deixando-a como pedra plantada no chão.
*
Quando a noite chegou me vesti como sempre, mas apenas com uma camiseta branca, sem colocar outra por cima como sempre faço. Aqui na cidade é tem mais mormaço que no sítio. Meu chapéu que parece que já faz parte da minha cabeça. Nunca me separo dele. E minhas botas. Fiz a barba e caprichei no perfume que a Lu me deu de presente. Ela sempre reclamava do meu perfume e dizia que com ele não conquistaria ninguém. E para ser sincero é bem melhor mesmo, tenho certeza que a Rayssa vai gostar.
