Luxúria

Capítulo 12

-Me desculpe.-fala Konan pesaroso no almoço.-Minhas atitudes ontem não foram muito boas.

-Ao menos você percebeu isso!-respondo emburrada.

Ele respira fundo reagindo a minha audácia com as palavras.

-Não tem nada para falar além disso?

-Sou órfã.-espero que ele fale algo mas ele permanece calado então continuo.-Nunca conheci meus pais, fui deixada no orfanato quando nasci mas nunca fui adotada. Então me usavam, eu tinha que fazer todo tipo de coisa para conseguir um prato de comida. Eles sempre diziam que eu não servia para nada, que eu era inútil. Tinha que limpar as enormes escadas que sempre pareciam intermináveis, e quando terminava tinha de começar de novo porque já estava no fim do dia. Acha mesmo que teve uma vida mais dura que a minha? Está bastante enganado Konan.

-Nunca disse que tive uma vida mais dura que a sua! Disse que minha vida foi difícil. Mas agora quero saber mais, você pode perguntar para qualquer pessoa neste castelo e contarão à você o que quiser sobre mim, mas eu particularmente não sei nada de você.

- Não devo nada à você!

Konan levanta ruidosamente da cadeira e atravessa a sala em questão de segundos, quando chega até mim coloca uma das mãos em meu pescoço levantando-me da cadeira em que estou e me enforcando.

-Konan.-consigo balbuciar com o pouco ar que me resta.

-Você está abusando da sorte Estella!

Ele me solta e eu caio tossindo na cadeira, levo as mãos ao pescoço e o sinto arder. Com toda a certeza meu pescoço está marcado.

-Está ficando louco?

-Se fizer mais uma pergunta dessas para mim...

-O que vai acontecer?-interrompo-o-Você vai me matar? Pois se vai, sugiro que faça isso logo porque nada, absolutamente nada é pior do que ter que conviver com você todos os dias sem sequer poder pensar o que quer! Você já controla o que eu visto, o que eu como, para onde eu vou, mas não pode controlar o que eu penso. E você é um monstro Konan e nada vai mudar isso.-quando termino de falar, percebo que estou gritando e minha garganta dói ainda mais.

Ele puxa a cadeira mais próxima à minha e senta com uma expressão chocada no rosto. Tenho certeza de que como príncipe e rei ele nunca alguém falou com ele dessa maneira.

-Então me ensine a ser o homem que você quer que eu seja.

-Não é o homem que eu quero que você seja mas sim o homem que o seu reino precisa.