-Nuno.-nomeio o corsel caramelo.
Konan sobe em seu cavalo negro e eu observo o medalhão em sua sela, Ômega, acompanhado do símbolo grego.
Seguimos trotando pela floresta, Konan vem logo atrás, então diminuo o ritmo procurando a peculiar mas familiar segurança dele em meio a escuridão das árvores vastas e densas.
Paramos em uma clareira recoberta por pedras escuras, um lugar profundo em meio à todo aquele verde. Mas Nuno parece não gostar muito do lugar, não consigo manter as rédeas alinhadas com o cavalo puxando para todos os lados.
-Puxe com força, ele vai parar.-fala Konan depois de todo o silêncio de nosso passeio.
Faço o que ele diz, mas Nuno recusa-se a obedecer. Então Konan desmonta de seu cavalo e vem me ajudar.
Ele puxa as rédeas e tenta acalmar o cavalo, mas nada funciona. Até que Nuno empina assustando Ômega e me fazendo cair em cima de Konan.
Ambos os cavalos saem em disparada, nos deixando sós no chão em meio à floresta.
Konan não parece estar muito feliz com isso, ele fecha a cara e olha para os lados como se esperasse que Nuno e Ômega voltassem. Não consigo conter uma risada da cara de indignação dele.
-Do que está rindo?
-De você! Acha mesmo que os cavalos irão voltar?-falo entre risos.
Konan pragueja falando um palavrão e se levanta limpando a própria roupa, faço o mesmo e sento em um tronco de árvore caído.
O sol está alto no céu e ilumina a clareira, diminuindo as longas e intimidadoras sombras das árvores, e de repente a floresta não me parece mais tão densa.
-É incrível como o sol sempre faz tudo parecer bem menos assustador.
-Acha a floresta assustadora?
-Não é isso... acho que a floresta é muito escura, e eu não gosto muito de lugares escuros.
Konan senta ao meu lado no tronco caído e olha para o céu como se estivesse à procura de algo. Um pássaro canta ao longe e ele respira fundo com os olhos fechados.
-O que está pensando?
-Nada.
-Nada?
-Só estou sentindo.
-O que?
-Não sabe parar de fazer perguntas?
-Não!-quando respondo, Konan vira-se para mim com um olhar de repreensão e eu lhe dou um sorriso.
Levanto, e mesmo não fazendo ideia de onde viemos, caminho até o outro lado da clareira. Uma trilha de pedrinhas , quase imperceptível em meio a folhagem leva- me mais adentro na floresta.
O caminho me leva até um pequeno córrego de águas claras. Peixes muito pequenos nadam seguindo a corrente, e moedas douradas reluzem ao fundo.
-ESTELLA?
Não respondo e penso em ficar ali para sempre, o córrego adentra a floresta em ambos os lados e se alarga mais à frente. Sigo entrando na água, que encharca minhas botas até os tornozelos.
O som da água corrente se intensifica e o córrego começa a ficar mais fundo, continuo pelas margens a seguir as moedas douradas.
Paro quando vejo uma moeda diferente, não é dourada como as outras é feita de prata e detém a insígnia da casa real. Não é uma moeda, é uma medalha de mensão honrosa.
Ela se encontra no meio do córrego, em uma parte mais funda. Preciso pegá-la, ela parece ser especial, com toda certeza foi especial para alguém. Há muito tempo diria, está recoberta por uma fina camada de lodo.
A água já chaga aos meus joelhos quando finalmente consigo alcançá-la.
-Estela.-Konan me observa com a medalha na mão e sua expressão muda-Onde encontrou isso?
-Aqui.-falo apontando para o fundo do córrego.
-Deixe onde achou, não é seu.
-Mas foi de alguém, alguém que se importava com isso.
-Estella, deixe, onde, escontrou.-Konan rosna respirando fundo e tentando manter o controle.
Olho para a medalha em minha mão, "Rei Augustus", provavelmente pai de Konan, acho que vi um dos retratos do castelo com esse nome, e sua reação ao ver a medalha em minhas mãos entrega tudo.
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Luxúria
RomanceA vida perfeita que toda garota sonha não é tão perfeita assim. Estella levava uma vida normal até o sequestro. Levada a Dublin à força e vendida como noiva para o príncipe de Luxemburgo, Estella vai do céu ao inferno para se adequar ao novo padrão...