Capítulo 9

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Não vejo Konan desde que ele ficou bravo comigo no lago hoje de manhã. Nenhum vestido chegou, então levanto da cama e começo a procurar algo no grande armário de madeira escura no canto do quarto.

Encontro um vestido marfim solto de alças finas, é simples, mas são quase dez da noite de acordo com o relógio de parede fixado sob a porta de entrada, então não preciso usar nada muito sofisticado.

Quando chego à sala de jantar, passam da meia-noite e estou com bastante fome. Há um banquete, muito maior que o do almoço que fiz sozinha.

A mesa retangular com espaço para doze pessoas está posta de uma ponta à outra, com um prato em cada extrrmidade.

Konan entra, eu começo a me aproximar da mesa enquanto ele me observa quieto. Quando faço mensão à puxar a cadeira, ele se apressa, me surpreendendo, puxa-a para mim. Sento-me e ele empurra a cadeira atras de mim para que eu me acomode. Então se senta na outra extremidade da mesa e começa a se servir.

-Desculpe não ter comparecido ao almoço. Fui chamado pelo conselho para resolver um problema.-fala ele enquanto corta um pedaço de porco.

-Então não foi por quê você não queria conversar comigo sobre a medalha no lago hoje de manhã?-falo tirando os olhos do prato vazio e fixando-os em Konan.

Ele levanta os olhos do prato, respira fundo e volta a comer.

-Você não vai comer? Está tarde.

-Você não vai me contar a história daquela medalha?

Konan solta os talheres na mesa com força.

-Podemos não falar sobre isso!

-Não!

-Não foi uma pergunta Estella!

Fico em silêncio por alguns segundos, pensando se devo continuar a insistir.

-Pertencia ao seu pai, não é? Você jogou ela lá.-falo baixinho.

-Isso não importa mais.-responde ele amargurado.

-Se não importa mais por quê está tão relutante em me contar o motivo do seu surto quando peguei a medalha do fundo do lago?

Konan se cala, ele não tem argumentos quanto a isso.

-Sim.-fala firme.-A medalha pertencia ao meu pai e fui eu quem jogou ela lá, mas não pelo motivo que imagina.

-Eu não imagino nada.

-Você não sabe ficar calada e só escutar?-Konan grita, o que faz sua voz grave reverberar pelo salão.

Fico calada e sinalizo com a cabeça para que continue.

-Ele morreu.-faço menção à falar, mas ele continua.-Duas semans atrás.-sua voz sai pesada e dolorida.

Me mantenho estática.

-Ele se suicidou, e o reino precisava de um novo rei. Então o conselho começou a me pressionar, falando que um príncipe que iria se tornar rei precisava de uma rainha ao lado. Nunca soube lidar muito bem com mulheres, então quando avistei você naquele leilão, sabia que precisava que você fosse minha rainha.

-Então você me comprou porquê o conselho te obrigou a casar uma semana depois da morte do seu pai?

-Basicamente.-responde ele indiferente.

LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora