A minha jornada

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(Rugido de Dragão)

-Enfim o sinal de partida tocou meus pequeninos ouvintes... - Disse uma sabia que lia o encadernado grosso o fechando contra a sua mesa de carvalho rustica - Continuaremos amanhã.

Ironicamente "os pequenos ouvintes" que ali estavam presenciando as narrativas de seu passado antes da descoberta do mundo magico pelos humanos não pareciam nem ao menos se importar com as histórias, as tragédias e os erros incorrigíveis das guerras passadas não passavam de meras palavras desinteressantes. Histórias velhas de gente morta que "não trariam nada ao futuro", crianças que não davam valor ao passado, ou aprendiam com ele.

Raramente alguma criança iria se importar com a velha história, mas na primeira fileira, um garoto de cabelos lisos e sem cor estava prestando atenção a aula inteira, em cada palavra, porém, mesmo com a sala não se importando muito com a história, algo faltava, não aceitavam o fato de a história acabar sem um fim definitivo, então tentaram convencer a sabia a continuar.

O alvoraçar das crianças insistentes fez-se uma situação irritante, principalmente para uma pequena bruxinha mais ao fundo da sala. Estava solitária, afastadas das demais crianças, mas não se deixou passar desapercebida, tinha cabelos coloridos, verdes água, como um rio cheio de musgo e mantinha uma tigela de bronze como capacete

Reclamara e debochara de todos ali. Não compreendia tamanho interesse repentino numa história que não fala nada sobre ela, sobre o presente, por que saber do passado para aprender o presente?

Mantendo um ambiente nada agradável para a turma, a menina irritada não admitira que aquelas leituras poderiam lhe ajudar. Pelo contrário, ela acreditava que lendas e histórias antigas não tinham valor, já que nenhum herói de uma história fantástica poderia aparecer de repente para salvar o dia. Estava cheia de tudo, aparentava estar no limite da paciência, mas então a sabia, ofendida com blasfémias da criança negligente, tentou uma correção. O que só agravou mais a fúria da garota. O conflito se estabeleceu por alguns instantes, e quando perceberam a sua volta, estavam a sós, discutindo. Então a sabia na sua maior autoridade deu-se o basta!

Ao saírem para retornar a suas casas, o menino de cabelo sem cor estava no aguardo de sua sabia na saída.

A menina agora, mais tranquila, vai ao encontro do garoto, mas antes de alcançá-lo, o mesmo a percebe, mesmo estando de costas. Ao alcança-lo, o menino indaga:

 Oi! Eu sei que você está me observando "Panelinha" - ainda olhando para a mesma direção que estava olhando antes o garoto começa a se divertir com sua colega - Isso é um tanto assustador, não? 

 Hm?! Como você me percebeu? Eu estava a uma boa distância de você - um pouco confusa com a situação a garota fica irritada- E eu não reclamo quando VOCÊ fica me observando!

 (Risos), você é engraçada as vezes, você não vê, eu não enxergo, então eu não te vi, eu te senti...  - O menino fala em tom simpático ainda olhado para frente, mas com um sorriso adorável em seu semblante - Há! A minha "observação", é que eu não consigo parar de no-... Errr, (sorriso sem graça), esquece...

Beleza, você acabou de entrar pra minha lista de meninos mais estranhos do Coven - Diz ela com um sorriso bobo no rosto - Eu tenho que ir.

Hum! Aí este seu sorriso, (risos) viu? Até mesmo "nervosinhas" como você podem sorrir - Por conseguir fazer sua colega de classe sorrir, o menino de cabelos sem cor parece feliz- tome cuidado! 

Cala a boca garoto! - Retruca a menina com cabelos esverdeados - Eu sempre tomo cuidado, mesmo que você não acredite.

Enquanto discutiam, a sabia de repente apareceu no ciclo estável como uma avalanche de neve desmoronando sua autoridade de repente sobre suas cabeças. Mais uma vez a pequena bruxinha estava estressada, e no final a sabia apenas lhe alertou sobre os problemas da Capital: eles não admitiriam uma bruxa rebelde, e ela sabe disso, mas em tom de zombaria a bruxinha mais uma última vez se refere como dona de seu destino, pois aquela é sua jornada.

A Noite das Criaturas MágicasOnde histórias criam vida. Descubra agora