CONTO LGBTQ+
Arthur e Jonah se encontravam, em plena madrugada, todos os dias e caminham até um lugar deserto da praia sem nenhum motivo aparecente.
Ou pelo menos era o que Arthur queria desesperadamente acreditar.
Sentavam e conversavam por horas e...
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"O máximo que ele pode fazer é dizer não".
"Ao menos você vai saber".
Fora o que Melissa havia dito ao irmão. E como ela estava errada.
Jonah poderia ficar repulsivo para com os sentimentos de Arthur, poderia achar nojento, poderia se afastar de Arthur, acabar com a amizade dos dois. Ou pior, podia sentir pena dele, continuar a amizade com nada mais sendo como antes.
Sem mais idas a praia, sem mais nascer do sol, vento e areia fofa e sem mais ele.
Sabia que Jonah não queria nada com o garoto, se quisesse não estaria com Taylor, no lugar deles.
Voltou para casa derrotado, pulou a janela, mas não ficou em seu quarto.
Abriu a porta do quarto da irmã e entrou, a empurrou sem muita cerimonia e a mesma apenas chegou para o lado e levantou a coberta apenas meio acordada, Arthur se deitou ao lado da irmã enquanto ela se aconchegava em seu peito, voltando a dormir imediatamente.
Logo após isso, o garoto conseguiu dormir também.
Havia poucos lugares em que ele se sentia seguro, completamente. Como tinha acabado de perder um, pelo que parecia, correu imediatamente para outro.
Acordaram não muitas horas depois com o despertador de Melissa gritando uma música insuportável.
—Eu odeio essa música —Arthur grunhiu ao se espreguiçar.
—Ah, cala a boca. Hannah Montana é um ícone cultural sem restrições de barreiras temporais —a menina se esticou para desligar o despertador.
—Claro que é —ele disse ao se dirigir para o próprio quarto.
Pegou sua toalha e se dirigiu ao banheiro e colocou a água do chuveiro o mais quente possível, tentando se concentrar apenas nela e mais em nada, mas durou pouco tempo com Mel batendo na porta.
—Quanto tempo você vai ficar aí dentro?
Quando saiu, tentou não pensar em Jonah. Tentou e falou. Pensou nele enquanto se vestia, enquanto tentava arrumar os cabelos, enquanto pegava a mochila, enquanto escovava os dentes e enquanto colocava leite no cereal.
Ao menos não precisava falar sobre ele.
O que mudou no momento em que Melissa entrou na cozinha.
—Então, eu adivinho que você tentou conversar com ele e não deu certo?
—A mãe ainda está dormindo?
—Sim— Melissa revirou os olhos a resposta do garoto— mas eu coloquei o despertador do trabalho ontem a noite quando levei ela para o quarto. E não mude de assunto.
