capítulo 29

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Naquela noite eu não consegui dormir. Eu estava perturbado e transtornado. Eram tantas informações ao mesmo tempo e meu cérebro fervia sem descanso. Naquela noite, eu havia passado no mercado e comprei alguns chás calmantes e fiz uso de alguns deles, porém nenhum adiantou. Joguei meu celular em cima da cama e fui pra frente da TV, coloquei algo aleatório pra distrair, porém quando voltava a mim, eu estava com os pensamentos em todas as revelações que meu pai jogou na minha cara sem dor nem piedade. Desde aquela noite, já haviam se passado uma semana.
Taehyung falava comigo todo dia e dizia que seu primo continuava do mesmo jeito, e que sempre reversava com o namorado dele as noites no hospital. Eu estava preocupado, ansioso, angustiado. O sonho do meu pai poderia ser uma premonição e eu estou com muito medo. 

As intenções do Kim mais velho não eram nem de longe boas, dava pra ver em seu olhar que ele não era um homem bom, e temo que Taehyung debande para o mesmo lado, tenho medo que experimente do veneno do pai e goste, eu temo pela vida e sanidade de Taehyung. Ele é como o chão debaixo dos meus pés, se ele desabar, eu desabo junto.

Mas, naquela manhã, algo diferente me passou pela cabeça. Eu havia dormido apenas duas ou três horas e acordei com vontade de ir até Daegu. Seriam poucas horas de avião e eu retornaria logo. Talvez no dia seguinte eu já estivesse em casa. Durante essa semana não houve reunião alguma, pelo menos não que eu tenha conhecimento. Peguei uma mala pequena e já estava chegando ao aeroporto quando recebo uma ligação de Taehyung. Ele disse que seu primo está melhor nessa manhã, e que os médicos só iriam cedar ele se ele reclamasse de dor. Eu fiquei feliz por isso, e também porque assim eu vou poder arrancar algumas coisas do mesmo, tentando claro, não ultrapassar os limites.
Após algum tempo eu entro dentro do avião e em poucas horas eu já estava em Daegu. Taehyung havia me enviado o endereço do local e não ficava tão longe dali. Peguei um táxi e me dirigi até o local indicado. Taehyung já me aguardava na recepção.

- Hoseok. - Sorriu e me deu um abraço. - Eu estava com tanta saudade de você.

- Eu também, Tae. Como está?

- Estou bem, hyung. Mas estou preocupado com o Jin. Isso que aconteceu com ele não foi um acaso.

- Você também acha isso? - Ele me puxou num canto e pediu pra falarmos mais baixo.

- Sim, eu acho. Mas, não desconfio de ninguém por enquanto. - Taehyung suspirou. Ele estava com olheiras profundas e um semblante triste e cansado fazia parte da sua fisionomia. Mesmo sorrindo eu podia ver ele triste.

- Essa história é bem complicada. Eu quero ver seu primo. Vamos?

- Vamos. Ele está com o namorado dele no quarto. Bom, eu acho que são namorados. - pegou na minha mão, me levou até o balcão onde fizemos o meu cadastro e fomos até o quarto do primo do Tae. Ao chegar me deparo com aquele mesmo cara que eu tava morrendo de ciúmes quando estava no mesmo apartamento com o Taehyung. Agora ele parecia tão pálido e frágil. Ao seu lado estava um homem alto, de lábios grosso e de cabelos tingidos, mais claro que os nossos. Ele me encarou e logo me saldou. Tive a impressão que já tinha visto ele em algum lugar.

- Sou Namjoon, Kim Namjoon. - Estendeu a mão para mim e eu apertei. E foi aí que acendeu a luz em minha mente. Eu já o tinha visto nos arquivos algumas vezes.

- Prazer, Hoseok. - fiz um cumprimento menos formal possível e ele riu revelando suas covinhas. Jin observava tudo com muita atenção, ele aparentava ser um bom observador e eu não quis demostra nenhuma das minhas intenções pra ele. Eu coloquei as mãos no bolso da calça e me aproximei de mesmo.

- Então, como se sente? - Ele me olhava e eu notava um certo esforço para tentar falar. - Se não se sente bem em falar não precisa. - tentei parecer amigável. Notei que o celular do mais recém conhecido começou a tocar, o mesmo pediu licença e se retirou do local deixando apenas nós três sozinhos.

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