capítulo 36

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O suor descia pelo seu rosto, suas costas estavam inundadas pelo líquido salgado que insistia em mana de si, líquido este que serve como um escape de um corpo superaquecido internamente em busca de resfriamento. Embora o corpo soasse, as mãos permaneciam gélidas, iguais como quando chegamos em um congelador e tocamos em algo que já está ali a algum tempo. Poderia ser exagero expressasse assim, porém era algo bem nítido e real nas mãos daquele rapaz. Ânsia, dor, amargo, dejavú, ansiedade, tristeza, todos esses sentimentos se resumiram em uma cegueira. Podia-se dizer que era capaz de enxergar não as coisas que estavam a sua frente, porém - metaforicamente - ele não enxergava. Jungkook roía as unhas de suas mãos gélidas enquanto o suor insistia em lhe molhar deixando nítido o quanto ele estava fora de si, sua perna não parava quieta, o que deixava claro o quão ansioso o mesmo estavam. Quando Namjoon chegou ao hospital, Jungkook pediu para que o mesmo entrasse em contato com os pais de Joy e com Irene e Wendy, já que se conheciam e ele tinha certeza que todos iriam ajudar. Ao ficar sozinho novamente Jungkook pode olhar pra suas mãos, ali ainda estava o vermelho carmesim do sangue daquela que se jogou na sua frente para poupar sua vida.

Joy havia sido uma inconsequente -Pensava Jungkook - se o mesmo soubesse que aquele ser imundo tentaria contra si ou a alguém que tanto ama se prejudicasse tanto ele jamais teria marcado aquela maldita reunião. As pernas do mesmo não conseguiam para de tremer enquanto ele permanecia sentado olhando para a porta do bloco cirúrgico sem se cansar. Suas unhas de uma das mãos já não existiam e o mesmo pôde sentir o gosto de ferroso em sua boca, a ânsia de vômito se fez presente, porém o mesmo não saiu dali.

- Wendy e Irene estão a caminho, os pais da Joy sairão daqui a pouco também. - Namjoon alertou mas Jungkook não arredou os olhos das portas de madeira com um vidro e onde mais em cima tinha o nome do bloco cirúrgico.

- Certo. - Passou a roer a última unha que havia lhe restado daquela mão, aliás o último pedacinhos dela. Namjoon suspirou e sentou ao lado do amigo.

- Com quanto tempo de gravidez ela estava? 

- Dez semanas, dois meses e meio. - ainda se mantinha olhando para o mesmo lugar.

- Eu sabia que vocês ficavam, mas não sabia que era sério. - encostou suas costas no banco. - Também não fazia ideia de que ela estava grávida.

- Ninguém sabia, eu não quis contar pra não colocar ela em risco. - Encostou também suas costas no banco. - Eu não podia contar enquanto eu não desse um jeito no Jongin, e quando descobri que ela estava grávida, eu...- fez uma breve pausa. - Eu quis esperar mais, só que ela é secretaria do Hoseok, e a barriga já estava começando a aparecer, pouquinho mas estava e logo ele ou mais alguém notaria. Ali eu sabia que eu deveria colocar o plano em prática, assumir o que me foi dado e dá um jeito no Jongin, mas agora eu não posso apenas dá um jeito. - Olhou pra Namjoon por um breve momento e voltou a olhar a porta. - eu preciso acabar com ele de vez.

- Eu estou do seu lado. - Foi a única coisa que Namjoon falou. Ele daria apoio ao amigo seja no que fosse.

- Era como se toda a cena que aconteceu com meu pai estivesse se repetindo. Eu vi ele matar meu pai diante dos meus olhos e isso doeu tanto em mim, e agora eu ver que ele atirou na mulher que eu amo, e ainda com meu filho na barriga... Isso não pode ficar assim, isso tem que parar. - Namjoon balançou a cabeça concordando com o que seu amigo tinha dito.

- Senhores? - A enfermeira havia acabado de sair do bloco cirúrgico e veio até eles. Os dois se levantaram na mesma hora. - Vim dar notícias do estado da senhorita Joy.

- Como ela está? - Jungkook estava trêmulo e nervoso.

- Desculpe mas, posso saber o seu grau de parentesco com a paciente? - Ela sorriu simpática.

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