Capítulo 5

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Roberta

— Ele é a grande novidade que você ia me falar? — Oscar estufou o peito e os homens se encararam na minha porta de entrada como se fossem dois galos de briga estudando o oponente. — Eu me lembrava de você mais alto.

— Engraçado, você também era menor na minha memória. Sua namorada sabe que tomar bomba causa impotência?

Forcei-me a segurar o riso, uma vez que eu sabia muito bem disso... Matheus me olhou por cima do ombro de Oscar e apesar deste não ter notado o deslize que cometi, o mesmo não poderia ser dito do homem que um dia chamei de amigo.

— Continua um Babatheus! — Oscar meio resmungou, meio exclamou.

A minha vontade era de revirar os olhos. Quando começou a ser chamado de Oscaralho — depois deles terem discutido durante uma partida de futebol —, o meu namorado, que na época era só um irritante colega, quis revidar e passou dias até achar o xingamento "perfeito": Babatheus, uma mistura de babaca e Matheus. Não ficou tão bom ou criativo, além de ter sido longe de ser original, mas serviu.

— E eu sinto como se estivesse de volta à quinta série! — Coloquei-me entre os dois. — Já que estamos aqui e somos todos velhos amigos, vamos nos sentar e comer. — Antes que a gente se encaminhasse para o outro cômodo, puxei Matheus pela camiseta: — O que você está fazendo? — sussurrei.

— Vim pedir uma xícara de açúcar para a vizinha. — Levantou uma sobrancelha de forma sugestiva.

Cruzei os braços.

— Estamos no Brasil, aqui ninguém pede isso.

— Só vim checar se você está fugindo de mim ou não, já que não apareceu ontem para saber como a tia Dulce está.

Engoli em seco, ele sabia que não importava a quantidade de trabalho que eu tivesse, o bem-estar dela era prioridade.

— Como ela está? — perguntei envergonhada.

— Bem, acordou cedo e tomou suco, mas logo dormiu por causa do remédio para o resfriado. Deve ficar deitada até mais tarde. — Ele me observou com mais atenção, um centímetro para a frente e estaríamos mais perto do que o socialmente recomendado. As memórias da noite passada voltaram com tudo para a minha mente e foi um esforço hercúleo não entregar nada. Apesar disso, ao olhar para Matheus, senti meu corpo inflamar como se ele soubesse dos meus mais sórdidos segredos. — Você está bem mesmo? — questionou.

Afastei-me dois passos para uma área mais segura.

— Claro, por que não estaria?

— Não sei, me diga você — falou sugestivo. — Está corada agora e ontem, quando eu estava terminando de afinar o violão, ouvi uns barulhos vindos da sua janela. Pensei em bater uma... — fez uma pausa longa antes de continuar — vez na sua porta. Só para ver se estava tudo bem.

Meu ex-melhor amigo (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora