Capítulo I - Pinky Promise

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Naquela madrugada, Jeongyeon conseguiu encontrar Tzuyu bem rápido. Ela não estava estranha, ela estava normal. Completamente.

-Desculpa por ter sumido sem avisar, eu... apenas precisei. - Tzuyu disse quando percebeu Jeongyeon, que logo se sentou ao seu lado. -Sei que ninguém confia em mim pra ficar sozinha, porque né... viciada é uma viciada, se encostar a boca em álcool perde tudo, se cheirar alguma coisa acaba tudo, se sentir o calor da fumaça na garganta perde o controle. Vira uma pessoa fraca.

-Você não é fraca. Tudo que aconteceu com você... não foi atoa, não foi fraco. Eu sei o que sente. -Jeongyeon pega sua mochila, tirando duas garrafas de refrigerante. Entregando uma a mais nova ao seu lado. -Pessoas tem vícios. Você não se torna fraca por ter. Mas precisa aprender a controlar, Tzuyu.

-Sim... eu sei disso. Só que eu simplesmente não consigo, é algo tão difícil. Você não tem idéia. - Sentiu uma certa ansiedade batendo em seu corpo. Sua perna começou a se mexer sem parar. Ela precisava fazer algo.

-Você se tornou uma fumante bem ativa, não? - Jeongyeon olhou tentando disfarçar sua preocupação, mas não conseguia. -Tem alguma coisa com você?

-Só um cigarro, nada demais. Eu estou andando com menos pra ver se eu diminuo na base da força e do ódio. -Tzuyu puxou do bolso de seu casaco um isqueiro e um cigarro que nem sabia se ia acender com aquele vento. Mas por um milagre, conseguiu. - Desculpa ter te preocupado quando você mesma me disse que não ia mais se importar com isso.

-Eu não disse exatamente isso...

-Disse e você sabe. - Tzuyu se levantou, respirando fundo e soltando a fumaça de sua boca de uma forma calma.

-Você é mimada, Tzu, alguém precisava te mandar a real. - Jeong se levantou, encarando a mais nova a sua frente. Se a conversa tivesse acabado ali... tudo estaria bem. -Não consegue passar um dia sem olhar pro seu próprio umbigo? Tem gente que se preocupa com você, acorda. Eu sei o que está acontecendo com você e se chama: Não superar o chifre.

Tzuyu riu irônica, colocando a mão esquerda no bolso de sua calça e a direita retirando o cigarro de sua boca e jogando no chão, pisando nele para apagar. Se aproximou de Jeongyeon, soltando a fumaça que estava em sua boca no rosto da mais velha.

-Eu posso não ter superado meu chifre por muitos motivos. Não sei se foi por eu ter visto a cena, se foi pela Mina não se justificando, se foi o cara me chamando pra se juntar com eles, se foi meu resto do ensino médio das pessoas me chamando de corna. Eu não faço a mínima idéia porque eu não supero. Agora, quem está olhando pro próprio umbigo nesse momento? - Tzuyu deixou Jeongyeon sem resposta. Sem reação. Ela tinha acompanhado a história de Mina e Tzuyu. No dia que toda aquela briga aconteceu, Tzu foi pra casa de Jeongyeon. Em que momento havia perdido sua amiga?

Quando percebeu, Tzuyu já estava andando pro outro lado. Provavelmente indo para casa de um de seus vários "amigos", ou pra própria casa. Não sabia, ela não contava mais absolutamente nada para ninguém.

-Vai se foder... e ainda pega meu refrigerante. - Jeong revira os olhos, subindo em sua bicicleta novamente e pedalando a direção de sua casa.

Nesse momento, Nayeon estava saindo de casa. O que acreditava ser a última vez. Havia deixado uma mensagem para suas amigas, imaginando que ninguém leria pois estava de madrugada.

Andou lentamente, observando atentamente cada canto do caminho.

Chegou a uma ponte que era relativamente perto de sua casa. Aquele lugar era conhecido como pontos de encontro, pedidos de namoro e, coincidentemente, suicídio.

Eu prometo, Nayeon - 2YEONOnde histórias criam vida. Descubra agora