A Esposa do Imperador - 1

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Tem gente que nasce para ser poderoso.

Tem gente que nasce para ser temido.

Tem gente que nasce para ser filho da puta.

Eu nasci para ser os três.

Meu nome é Sasuke, da Casa Uchiha, e meu atual status é de Imperador. Antes eu era rei, mas isso é o tipo de história que não tenho interesse em contar. Para resumir: conquistei, conquistei, conquistei e tripliquei as terras de meu pai, unificando a nação numa coisa só sob uma mesma coroa.

Se as pessoas concordaram com isso ou não, eu não me importo. O caso é que ante o perigo iminente e só existindo eu para decidir alguma coisa, fiz o que era preciso ser feito. E quem reclamar, está desafiado. Mas acho que a grande maioria gostou da “nova gerência”, já que não sou um soberano tão ruim quanto pode parecer, sabe?

Os impostos que eu cobro não são altos - só para quem me irrita muito eu cobro uma taxa extra de “Gastos Morais”, porque consomem muito a minha paciência e a minha boa vontade, que já são poucas, e acrescento juros de “fiança” - e eu sempre disponho recursos para o cultivo das terras, afinal 50% das produções não-perecíveis são entregues todos os meses a mim para que seja armazenado em meu armazém pessoal - com fins de evitar a fome futura.

Quanto ao resto, tenho meus próprios rebanhos e minhas próprias fontes de renda financeira, o que garante um império bem de boas. 

Mas o caso é que com o peso da coroa, vem o peso das responsabilidades e, de quebra, rivalidades herdadas. Eu dou de conta de tudo? Não vou mentir: quase tudo, daí vem meu título de “Filho da Puta Imperial” - que eu tenho certo carinho porque diz muito de mim. Uma das coisas que odeio, evito e penso dez vezes para não mandar para a guilhotina quem me sugere, é a “socialização”. Tenho que fazer eventos para os nobres que são meus vassalos e comparecer com um sorriso no rosto e uma educação que não me pertence.

Eu não gosto de socializar, não gosto de ter que lidar com bajulações e trivialidades que me são inúteis. Prefiro passar o dia dormindo ou o dia guerreando do que estar no mesmo salão de nobres e reis gordos, com as caras rosadas de vinho no rabo e seduzindo mulheres com suas riquezas. Essa parte do trabalho não é para mim, nem um pouco, de modo que consigo fugir às vezes e outras não.

Agora, estou na fase do casamento. Todos os meus conselheiros, os meus generais e quem mais tiver com escalão para exigir alguma coisa de mim me atazanam a cabeça com a pergunta “E quando vai se casar para ter um herdeiro?”. Existem questões mais importantes que casar e ter filhos, como assegurar a proteção das fronteiras mais ao norte. Mas alguém lembra que estamos em guerra?

Não, claro que não, as pessoas só querem saber de eu encontrar uma mulher, fodê-la e pôr mais um monte de Uchihas mal encarados no mundo. Não, obrigado, dispenso. Já é difícil lidar com um só Uchiha, sendo eu mesmo, não quero ter que ouvir gritos de “papai, papai” quando estiver dormindo. Quero paz, Senhor, paz para vencer minha guerra e dormir tranquilo sabendo que os aldeões estão salvos, é pedir demais por algum acaso?

Eu não estou me negando a transar com mulheres, veja bem. Eu gosto de sexo. Sexo é bom. Mas com o sexo vem os filhos e eu não gosto de crianças. É só por isso que evito. Meu padrinho era um guerreiro poderoso que me ensinou tudo e um pouco mais do que sabia, mas gostava demais de companhia femininas - não que seja errado gostar delas, na verdade é muito bom. O que aconteceu? Pimba, a mulher aparece anos depois com um moleque que é praticamente gêmeo do meu padrinho quando ele mesmo era moleque. E aí? Foi obrigado a largar tudo e virar Conde para casar e ser pai.

Gosto da guerra, da batalha, do tintilar das espadas e dos machados, gosto de estar na linha de frente e ver o medo no rosto dos meus inimigos, gosto de saber que pelo meu esforço e a minha coragem, outros homens serão inspirados a proteger a nossa nação, eu gosto de tudo isso.

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