JORNADA AO DESCONHECIDO?

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Em outra parte do reino, longe daquele lugar das trevas, no castelo de Whitecastle. O príncipe Hilbert Ygdrazz White se perdia pela biblioteca real. Hilbert procurava por um livro ou pergaminho antigo que poderia esclarecer o paradeiro das ilhas, na verdade de um lugar mais específico. Essas antigas ilhas escondiam as pedras gigantescas onde estavam registrados segredos importantes. Seu interesse era urgente, pois os soldados do reino, os brigadistas e a Brigada dos Lobos haviam capturado cultistas com símbolos desconhecidos marcados em seus corpos. A brigada contém alguns dos melhores patrulheiros e mensageiros do reino e é, com mérito, muito reconhecida dentro e fora dele. Infelizmente, todos os que foram capturados com vida estranhamente haviam morrido queimados ou devorados por um maligno miasma sombrio. Isso é um tipo de magia negra usada para se evitar que segredos sejam revelados, mágica proibida, anciã e oculta. Hilbert estava atormentado por uma série de sonhos sobre o fim do mundo, escrituras élficas em pedras negras gigantescas e sobre uma ilha de cor negra que nunca tinha visto antes. Não dormia bem há algumas semanas. Algo em sua mente lhe dizia que isso tudo não poderia ser apenas coincidência.

Hilbert é um jovem com olhos cinza, estatura de um metro e oitenta e cinco centímetros, com semblante esguio e delicado, porém com grandes músculos definidos, cabelo curto e loiro bem claro, sempre penteado para trás. Sua pele é muito branca e nunca modificava seu tom até quando ficava exposto pela luz solar. Seu rosto tem proporções harmoniosas e suaves. Suas vestes eram de preferência negras ou de cores fortes, pois isso ajudava a dar cor aos seus olhos e sua pele pálida, mas naquela noite se movia incógnito pelas sombras graças a um capuz e manto escuro que trajava cobrindo todo seu corpo. Movimentava-se fluidamente pelas enormes estantes de madeira maciça e cantos da biblioteca do castelo. Ao chegar à ala próxima ao local que continha pergaminhos e livros élficos, Hilbert pensou que as aulas de línguas e literatura antiga tinham sido um grande desperdício de seu tempo.

Em uma estante estavam os manuscritos das lendas da fundação do reino, mas ele não sabia sobre o exato paradeiro dessa específica estante. Entretanto, sabia que se houvesse alguma pista sobre essa ilha negra de seus sonhos e as grandes pedras com inscrições, elas provavelmente estariam por ali.

— Acho que devo estar próximo, pois essa é a sessão de livros que está na língua élfica. Algumas escritas nos monólitos negros lembravam as runas élficas. Melhor esperar Jorguenir. — pensou Hilbert. Seus pensamentos vagavam por muitas outras possibilidades negativas para o desfecho de seus sonhos e pressentimentos.

— Se esses sonhos malditos forem um tipo de presságio enviado pelos deuses, vou precisar agir o mais rápido que puder! Isso pode ser uma ameaça a frágil paz desse mundo já conturbado. Cada ação será decisiva. — diz Hilbert baixinho e fitando os livros.

Outra sombra marchava vagarosamente pela biblioteca gigantesca e escura de quatro andares, que possui livros e pergaminhos de escritores dos sete reinos. A outra presença na biblioteca era a do lorde Jorguenir Yurgdraz. Era um senhor rico e aristocrata que vinha de uma linhagem muito antiga de Whitecastle. Sempre se sentaram ao lado direito do trono. Apoiavam e aconselhavam os monarcas e seus filhos em qualquer decisão tomada, mesmo que a mesma não estive de acordo com seus ideais tradicionais e nacionalistas. Embora todas essas características politicas pudessem atrair ódio de alguns setores do reino, o lorde era uma pessoa extremamente confiável para com a família real. Por esse motivo, e pela sua paixão pelos livros e línguas incomuns e estrangeiras, o príncipe o havia convocado para aquele local sombrio naquela hora tardia. Sua barba e cabelos longos e grisalhos, postura arqueada e óculos de leitura mantinham no lorde uma figura de sabedoria.

Um diálogo de vozes sussurrantes começava a tomar forma enquanto os dois se aproximavam daquela sessão estrangeira e com cheiro de coisa velha. Apenas a luz fraca de uma vela iluminava o caminho de ambos. Ao se aproximar de Hilbert o Lorde faz uma pequena reverência ao qual o jovem responde com animosidade.

As Crônicas do Reino de Whitecastle: Livro I - A  Jornada do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora