Passado, presente, futuro

12 2 0
                                    

Lizz

Depois da maneira intensa e original que o Josh me pediu em casamento, eu percebi que era real.  Agora eu iria mesmo embarcar nessa loucura de vida a dois. Só me pergunto até que ponto eu permaneceria fiel a mim mesma e não me tornaria um joguete nas mãos dele.
Não que eu tenha achado que ele queria jogar comigo, ao contrário. Apesar de ser, claramente, um descarado e ter fama de pegar e não se apegar, ele era um homem.
Soube respeitar meu espaço, sem abrir mão do dele, soube expor sua opinião sem se impor. Isso já era suficiente para estabelecer confiança. Bom, pelo menos para começar.

Então, agora, eu estava me arrumando um pouco mais do que o normal para ir ao trabalho e, depois, me encontrar com minha futura sogra e cunhada, assim como com meu futuro marido, num restaurante, para entregar as fotos e almoçar.

Antes de ir, eu ia dar uma passada na casa da minha mãe, depois iria ao Stúdio, mas ela avisou que não estaria. Na certa foi se encontrar com o Daniel, esses dois nunca se desgrudavam.

Cheguei à empresa e vi que teríamos um dia cheio, vários carros no estacionamento, a equipe certamente estaria bem ocupada. Gosto disso. Porque mais ocupação significa mais clientes, mais clientes significa mais trabalho, mais trabalho significa mais empenho, mais empenho significa melhores resultados, que por sua vez implicam mais clientes, que implicam melhores pagamentos e o ciclo se repete, isso mantém famílias em segurança financeira e empregados contentes se dedicam mais ao trabalho que têm. Todo mundo ganha.

Eu sei que sou conhecida no meio em que atuo como a dama de gelo, por causa da maneira que sempre me portei nas relações interpessoais e como administro meu negócio. Mas cada um dos meus parceiros de trabalho sabe que sempre fui justa e leal. Todos eles estão comigo desde muito tempo e todos têm participação nos lucros.

Ao chegar no hall de acesso à minha sala, vejo um homem que faz meus passos desacelerarem. Eu passei anos da minha vida me preparando para esse encontro, mas nunca imaginei que seria tão cedo. Tão logo ele nota minha presença, levanta-se e vem em minha direção.

- Desculpe vir sem agendar, sua secretária falou que talvez você não pudesse me atender, mas...

- Ela está certa, eu não posso atendê-lo.

- Ora, vamos Lizzie, já faz muito tempo desde a...

-  Minha agenda está lotada pelos próximos dois anos e ainda que houvesse vagas, não temos nada para tratar. Aquela é a porta de saída - apontei - este é o caminho até ela, use ambos. Passar bem.

Ao passar por ele, em direção a minha sala, desejo bom dia aos demais e entro no escritório, fechando a porta atrás de mim. Encosto-me nela e levo a mão ao peito. Nunca imaginei que o reencontro com ele pudesse me deixar tão descompensada. Pra falar a verdade, de todos os lugares que imaginei este reencontro, no meu local de trabalho foi o único local que não me ocorreu ser possível.

Tomo um copo de água com gás para me acalmar e, em seguida, chamo cliente a cliente que estão agendados para atendimento.

Incrível como o tempo voa, quando estamos ocupados!
Mal pisquei e chegou a hora de ir ao restaurante entegar as fotos. Pego a bolsa e, subindo na moto, sigo para o local marcado.
Parece estranho o que vou dizer, mas durante o trajeto tenho a impressão de estar sendo seguida e espero que ele não tenha se atrevido.

Assim que estaciono, vejo Joshua, à entrada, aparentemente irritado, enquanto conversa com alguém pelo celular. Basta que seus olhos me encontrem para se suavizarem.
Eu já disse como esse homem é intenso e imoralmente pecaminoso?!
Ele sequer precisa olhar para nenhuma outra parte do meu corpo. Basta olhar daquele jeito despudorado para meus olhos e já sinto um arrepio me percorrer. Nossa senhora das calcinhas molhadas!!! Eu sei que é ridículo e bem clichê, mas ainda assim é a verdade. Dura e crua.

Ternos e ClicksOnde histórias criam vida. Descubra agora