A Verdade Não Contada - JungKook -

A criatura

Após um tempo meu corpo começa a se recuperar, abro meus olhos e vejo que estou em cima de uma cama com uma toalha molhada na cabeça. JungKook estava adormecido ao meu lado.

Olho para a janela que estava aberta e  vejo que ainda era noite, ou melhor, madrugada. Levanto tentando não fazer barulho, mas minha tentativa foi inútil. JungKook acorda rapidamente e me olha preocupado.

- Você está bem? Está sentindo alguma coisa? -ele pergunta.

- Estou bem, não se preocupe. 

Percebo que ainda estou com a mesma roupa, o que significa que ele não a trocou. Felizmente  ela já estava seca.
Vou em direção a janela para observar a lua e as estrelas, o que me fez lembrar de meu pai. Quando eu era criança, meu pai me levava a uma floresta, para podermos observar as estrelas juntos. Era bom. Mas, ele começou  a sair em inúmeras  expedições nas quais estudava plantas e animais. Não fazia nada sem ele, por isso comecei a ler, para preencher  o vazio.

Então, vejo em cima de uma árvore uma espécie de coruja com chifres. Sua oenugen era de cor branca, suas asas estavam queimadas, mas isso não  a impedia de voar. Ainda assim sua aparência era encantadora, seus olhos grandes e verdes como esmeraldas a vanglorizavam, a tornando uma das criaturas mais belas do local.

Um toque suave em meus ombros me fez sair de meus pensamentos. Olho e vejo que é  JungKook. Volto  meu olhar para a maravilhosa paisagem noturna.

- Está  pensativa. Ainda se pergunta se ele lugar realmente  existe? -ele fala.

- Não  sei, ainda não tenho certeza. -respondo mantendo meu olhar fixo na paisagem.

- Nada vai fazê-la  mudar de ideia, não  é?

- Tudo é  possível.  Talvez esse lugar realmente exista. 

- Olhe. -ele aponta para o alto das árvores.

O sol nascia com seus raios de luz e calor acariciando as folhas das árvores  fazendo-as se avorar de um jeito sutil.

- Esse lugar pode ser cheio de encantos e  belezas, mad também tem o seu lado ruim. -diz ele sério.

- Como assim?

- Sua presença pode fazer com que criaturas despertem. Criaturas extremamente perigosas. 

- Por que?

- Você não  é  daqui. E há  algo em você  que te faz mais especial que todos os seres existentes nesse lugar.

- Desde pequena eu venho aqui, e o que eu tenho de especial?

- Elas aguardavam o momento  certo em que você  ficaria tempo o suficiente aqui para que pudessem agir. São são sedentas por sangue. Então, tome cuidado a partir de agora.  Já  se passou um dia, seu perigo aumenta  a cada minuto.

- Por que está  me dizendo isso?

- Nós  vamis sair. -diz ele ignorando completamente  minha pergunta.

- Para aonde?

- Um lugar onde você  possa estar segura.

Tudo ficou quieto. Da sua boca não sai nenhuma palavra. Sua atitude me deixa apreensiva.

- Vamos agora, enquanto está cedo. -ele segura minha mão olhando firmemente em seus olhos.

- Posso confiar em você? -indago.

- Você  confiou em mim até esse momento, por que vai perder a confiança  agora? -seu olhar é  simultaneamente gélido  e zeloso-
Suas mãos  apertaram fortemente  as minhas fazendo  meu corpo estremecer. O que há de tão  nefasto nesse lugar?