Após três longos dias de caminhada, acabo chegando a uma pequena civilização -uma vila chamada Nazo - cheia de carroças com mercadorias pesadas casas simples feitas de madeira e um povo que aparentava ser simpático.
Maravilhada com aquilo, sigo meu caminho tendo que desviar de alguns homens apressados. Precisava de um lugar para descansar; meus pés doíam de tanto andar, minhas mãos doíam por segurar a mala pesada por tanto tempo, meu corpo ansiava por um bom descanso. Olho com mais atenção para as casas na intenção de encontrar um dormitório para eu poder ficar por pelo menos um dia.
Decido finalmente pedir informação para alguém. Uma senhora que estava sentada em um banco desenhando algo em um pedaço de papel.
- Com licença, a senhora poderia me dizer se tem algum dormitório por aqui? Um lugar onde eu possa passar a noite? -pergunto educadamente.
Ela me olha, sua face não muda.
- Logo ali na frente você vai encontrar um local onde possa dormir. O nome é Hana, basta entrar e perguntar se tem algum quarto livre. Não cobram caro, é um local aconchegante. -ela volta o seu olhar para o desenho- Você está tão abatida, menina. O que houve?
- Bom... estou procurando pelo meu pai.
- Você se perdeu?
- Na verdade ele sumiu.
- Espero que consiga encontrá-lo.
Quando eu me viro para ir embora, sinto uma mão em meu pulso, rapidamente olho para trás para ver quem é. Era apenas a senhora.
- Leve isso. -ela me entrega uma folha com o desenho já pronto.
- Senhora, eu não tenho dinheiro para pagar.
- É seu. Não precisa pagar. Isso irá lhe ajudar a achar seu pai. Não perca. E tenha cuidado. Essas terras não são seguras. -ela solta o meu pulso, volta para sua cadeira e começa a fazer outro desenho.
O desenho que ela me deu tinha vários galhos de vários tipos de árvores com alguns animais, como pássaros e insetos. Os galhos estavam entrelaçados formando um coração humano, sem entender dobro o papel, o guardo no bolso do meu vestido e sigo meu caminho.
Depois de alguns minutos encontro o Hana, uma placa feita de madeira com uma linda rosa desenhada para simbolizar o significado da palavra. Sem esperar muito entro no estabelecimento, sou recepcionado por um rapaz sorridente.
- Boa tarde, senhorita!
- Boa tarde, ainda tem algum quarto vago?
-Temos sim! Por quanto tempo vai ficar aqui?
- Apenas um dia, parto amanhã à tarde.
- Certo, logo adianto que não servimos refeições. Custa 50 ienes.
Dou o dinheiro e espero o mesmo me entregar a chave.
- Aqui está! -se entrega a chave- Suba as escadas e entre no corredor à direita, seu quarto é o último do corredor. Se precisar de algo, perto de sua cama tem uma corda que ao puxar o sino de seu quarto toca aqui embaixo e assim que escutamos o badalar do seu sino, vamos ao seu encontro.
- Obrigada. -vou na direção das escadas com lentidão por conta da dor que estou sentindo em meu corpo.
Sigo todas a instruções e chego ao meu quarto.
É um quarto simples, mas aconchegante. Com uma cama, uma poltrona pequena e em outra porta o banheiro. Por sorte a cama estava virada para o Oeste e naquele momento o sol estava se pondo.
O céu estava parecendo uma aquarela de cores, o azul se encontrando com o laranja e o amarelo, ao lado alguns feixes de luz rosa. Uma perfeição.
Quando o Sol finalmente se vai, decido tomar um banho e dormir.Aos poucos vou enchendo a pequena banheira de madeira com a água que tinha dentro do tanque. Quando está em uma quantidade agradável para mim, tiro minhas roupas e entro na banheira. A água fria entrando em contato com o meu corpo o fazia relaxar. Fecho os meus olhos e me recordo dos momentos que passei naquele mundo extraordinário, me recordo de JungKook, me recordo de meu pai.
Sem avisar uma lágrima escorre pelo meu rosto até se encontrar com a água da banheira, depois daquela várias outras vieram. Um choro silencioso. Dor silenciosa. Ansiedade. Preocupação com meu pai. Medo.
Me acalmo e saio da banheira indo me vestir e finalmente dormir. Meu corpo cansado entra em contato com aquele colchão macio aliviado. Sem esperar muito meus olhos cedem e adormeço.Acordo quando o Sol ainda estava surgindo. Sento no colchão e fico observando a vila clareando pouco a pouco.
- O Sol nasce iluminando todos os lugares... até mesmo os mais obscuros. Com sua luz ele traz esperança de um dia melhor... mas ao ir embora leva tudo com ele. Logo após vem a Lua, que mostra a sua dependência do Sol para brilhar, pois não consegue fazer sozinha. Apesar de ser obscura e representa a tristeza ela ainda está lá lindamente. Somos como a lua, dependentes de uma força maior. - digo para mim mesma.
Naquele momento minha força maior é encontrar meu pai. Quando o Sol finalmente estava em seu posto decido levantar e me preparar para um novo dia.
Ponho minha mão dentro do bolso de meu vestido e de lá tiro o desenho feito pela senhora no dia anterior.
- Mas, o quê esse desenho representa?
Decido que vou perguntar isso pessoalmente. Pego um pouco de dinheiro para poder comprar algo para me alimentar e saio.Rapidamente encontro o local onde a senhora estava no dia anterior, mas ela não estava lá, e sim um senhor vendendo ervas medicinais.
- Com licença, senhor. Por acaso sabe onde está a senhora que faz desenhos?
- Ninguém vende desenhos por aqui, menina. E aqui é o meu lugar de venda. -diz ele seco.
- Mas senhor, ela me deu esse desenho. -mostro a folha- Ela estava aqui e queria saber o significado dele.
Ele observou a folha preocupado.
- Menina, essa folha está em branco. Não tem nenhum desenho aí.
- Como não?! Não consegue ver? - digo quase gritando.
- Não tem nada aí! Acho melhor você procurar um médico. Está louca!
Louca.
Louca.
Louca.
Aquela palavra ecoou em meus ouvidos, uma palavra que sempre me atormentou, e que agora estava de volta.
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A Verdade Não Contada - JungKook -
FanfictionDesde a infância fui considerada uma criança diferente. Louca. Nunca me encaixei nos padrões impostos pela sociedade. Além disso, tenho sonhos... Sonhos se repetem, mas que nunca têm fim. Aventuras perigosas que me fazem ver a morte passar pelos meu...