16.

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● Capítulo +18


Alicia Madden

Jordan Harrison era um homem mau.

Sentia diversão em infligir, castigar, punir. Um desejo sádico. Um prazer obscuro.

Mas que os Santos me perdoem, eu não podia negar que estava adorando aquela dominação.

Seu comportamento severo. Os olhares impetuosos. As palavras de ordem. Os toques que incandeciam minha pele. Ardor.

— Sente-se.

Jordan puxou uma cadeira e apontou. Fiz o que disse. Estiquei as costas, mãos descansando sob as coxas. Nos olhamos fixamente. Eu esperando a cada comando seu.

O desconhecido me fascinando e me amedontrando na mesma medida.

Lento, como um predador diante de sua presa, ele caminhou até o armário. Exigiu que eu me mantesse olhando para a parede. Eu o sentia, rondando-me. O coração aos tropeços, a respiração subindo e descendo.

Quando retornou à minha frente, tinha cordas nas mãos. Engoli em seco. Paralisada.

— Levante os braços e afaste as pernas.

A voz doce e autoritária. 

Obedeci. Um calor insano percorrendo cada célula do meu corpo. Era fácil assim, apenas sendo seguindo suas ordens. Eu não precisava calcular minhas ações. Somente... obedecer.

Como uma boa menina.

A ponta de seus dedos tocou minhas coxas, subindo lentamente. Não tirava o olhar do meu, nem por um segundo. Senti o tecido de sua camisa, vagarosamente, sendo arrancado de meu corpo. Deixando-me somente de calcinha. Soltou então meu cabelo, os fios sedosos raspando o alto de meus seios.

Com um delicadeza ímpar, afastou a franja de meu rosto. E sorriu. Arrebatador.

Não consegui retribuir. Compenetrada, em cada ação que ele tomava. Atenta. Aprendendo. Apreciando.

Eu o vi indo para trás de mim, cruzando meus braços atrás das costas. Deixei que fizesse o que quisesse comigo.

Jordan era dominador. E eu, assim como desejei, sua submissa.

Assustei-me quando senti os fios ásperos das cordas. Com maestria e devagar, começou seu trabalho.

— Sabe o que significa SSC, Alicia? — Perguntou.

Ele sabia que eu não sabia! Mas queria deixar-me ciente de tudo. Apreciei isso nele. Sua paciência em ensinar.

— Não. — murmurei.

— São, seguro, consensual. Está convicta de sua decisão?

Aquilo era real. Estava acontecendo. Ali naquele prédio, em um condomínio luxuoso. Naquele quarto eu deixei o controle para fora. Me submeteria.

E incrivelmente, senti-me liberta.

— Sim. — firmei a voz. — Estou.

— Serei responsável. Não irei marcar sua pele de forma permanente. — Jordan começou a tecer voltas e nós, prendendo-me. A voz denotando uma certa frieza, mansa demais. — A mente humana é complexa. Única. Diversos aspectos requerem estudo e trabalho. Dia após dia procurando aprimorar. O refinamento vem com o tempo. Até aquilo tornar-se um hábito.

Mordi os lábios, ouvindo atenta sua explicação. Meu ventre aquecendo, avolumando.

— Nem sempre o prazer é algo que se obtém diretamente. Prazer é uma palavra que abrange muitas coisas. Concorda? — não respondi. — Ler um livro, receber uma massagem nos pés depois de um dia estressante, um banho quente de banheira, uma taça de vinho... atingir o êxtase antes mesmo de ser visto a olho nu. — seguro a respiração, quando ele arremata de uma vez as cordas, não deixando um milímetro para que eu possa me mexer.

BRUTO |em revisão|Onde histórias criam vida. Descubra agora