17.

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Alicia Madden.




Meu objetivo de vida, nunca fora compreender o amor. E embora algumas pessoas, tenham ferido meu coração, nunca tocaram minha alma.

Jordan Harrison era uma exceção.

Ele tocara minha alma. Como também, meu corpo. Meu coração.

Tudo estava planejado? Ou ele fazia sem ser intencional? Sem desinteresse nenhum?

É noite. E o breu escuro no céu, contém vestígios brancos. Eram as estrelas que me vigiavam naquele momento, caminhando até a casa de Harrison.

Quando meu cérebro reconhecia que estaria com ele ao meu lado, emitia efêmeros sinais: meu coração agia, rápido; a respiração entrecortava; as mãos trepidavam e ficavam úmidas; a pele ficava sensível.

Sentia-me sempre uma adolescente ao encontro do namorico no colegial.

Poderia ele, sentir o mesmo que eu?

Eu tinha certeza que não. Jordan Harrison era um homem seguro de si. Não demonstrava ser frágil ou inseguro. Suspirei. Que bobagem, Alicia! Harrison é um ser humano como outros, tem suas falhas e fraquezas.

Demonstraria um dia a mim então?

Estava sempre com a guarda imposta, contudo, carinhoso e terno comigo. Mas sabia, eu via, os fundos de seus olhos eram impetuosos, agressivos.

Ia agradecê-lo pelo presente. Totalmente inesperado. Nunca imaginei que me presentearia. Deus, preciso retribuir sua generosidade. Mas com o quê?

Ando mais rápido, pelas ruazinha de pedras irregulares. Sua casa está a poucos metros de mim. Um ligeiro e inconveniente pensamento me vem. Sharon Hutch saberia que o quadro era para mim? Um presente exorbitante e caro de seu ex amante. Seguro uma risada, gostaria de ver sua expressão.

— Ele veio com outra mulher. — A amiga disse.

Isso não é relevante. O que Jordan e eu tivemos supera qualquer casinho bobo que ele esteja tendo. Diz Sharon.

Jordan fazia isso por todas?

Não sei se brigaria com Sharon Hutch, por ele. Não por ela ou por ele, mas por mim. Mesmo estando muito envolvida, não me dignaria a lutar por ele. Pelo menos, não sem uma certeza. Algo concreto.

Preciso ter em mente: tudo isso irá acabar. Tão rápido como começou. Eu iria voltar a São Francisco, continuar com minha vida, tenhos tantos planos.

Droga, a vida é um instante. Uma hora temos um pé no conto de fadas e o outro no abismo.

Encho-me com uma longa respiração e aperto sua campanhia. Repito algumas vezes o ato e não obtenho resposta. Quando já estou quase desistindo, a luz do hall de entrada acende e escuto o tilintar das chaves do outro lado.

Solto a respiração, que nem percebi que segurava. Ele está ao telefone, mas pede um minuto a pessoa do outro lado da linha. Seu sorriso se expande, ao olhar para meus pés, estou de pantufas. Está frio e elas são demasiadamente confortáveis.

— Entre. Fique a vontade. Eu já volto, cherry.

— Oh, tudo bem. Eu só queria te...  — mas Jordan rapidamente me dá as costas e caminha apressado até um cômodo. — Hum... certo.

Faço o que diz, entro em sua casa. Dessa vez com sua autorização, que fique claro!

Todo o piso era arcapetado, em tom de vesde-musgo. Sua casa tinha personalidade. Um tanto sombria, devo ressaltar. Mas transmitia requinte, peças caras e finas. Estava surpresa com toda a decoração, meio antiga mais muito bem cuidada e luxuosa. Era diferente do amplo apartamento, muito mais claro, límpido. Mas igualmente suntuoso. Tive a certeza que Jordan era rico. Admirei, todos os quadros e peças douradas e marcantes.

BRUTO |em revisão|Onde histórias criam vida. Descubra agora