BRUTO |em revisão|

18.

Alicia Madden.

Não sei o que ele deve ter pensado quando abriu a porta para mim, naquela noite.

Talvez não quisesse me ver tão cedo. Afinal, passamos um tempo considerável naquele apartamento. Nos entregando, sem freios ou receios.

— Não se assuste. — iria dizer logo. — Não sou pegajosa. Te darei espaço.

Queria comentar que não creio em juras de amor eternas. Mas ora, Jordan não me propôs isso, sequer mencionou.

Apenas me prometeu, intensos e insandecidos orgasmos. E certamente, ele cumprira.

Ainda sentia minha intimidade sensível. Esperançosa.

Enquanto, ele me lançava fugazes sorrisos, cortando legumes na tábua de madeira, eu apreciava cada detalhe de sua fisionomia viril.

— Uma cerveja? — perguntou-me.

Pisquei rapidamente, saindo do torpor que me encontrava.

— Antes tinha sido champanhe. — brinquei.

— Quis ser requintado. — sorriu, charmoso.

— Foi adorável. — continuei a mexer o molho vermelho na panela. Tinha que tirar os olhos desse homem e focar minha atenção em outra coisa. Eu prometi ajudá-lo nesta tarefa. — Mas eu prefiro muito mais uma boa cerveja.

— Saindo...

— Obrigada. — peguei uma longneck de sua mão e beberiquei o gargalho. Ele repetiu o processo.

Nos olhando demoradamente.

A sintonia estralava ao nosso redor. Nossos olhares eram magnéticos. Conectados.

Achegou-se para perto do fogão, onde jogou os legumes cortados no molho.

— Está bom. — experimentou e me ofereceu. — Prove!

Coloquei a colher na boca e degustei o molho, que realmente estava muito gostoso. Encorpado e temperado.

— Uma delícia! — sorri.

— Somos uma boa dupla, cherry.

— Concordo. — tomei mais um gole da cerveja. — Somos muito bom juntos.

Uma sombra de sorriso em seu rosto. Os olhos brilhosos. Jordan me deu as costas, indo pegar algo mais na geladeira.

Mordi o lábio e praguejei mentalmente.

Não quis que saisse dessa forma. Como se "realmente" somos bons estando juntos.

Sem pressão, Alicia. Sem pressão!

— Homens não gostam de ser pressionados, querida. — minha irmã dissera uma vez para mim. Eu tinha 14 anos, e acabava de levar um fora de um garoto. — Uma mulher sabe quando um homem é importante para ela. Mas eles não entendem isso. Não teem essa compreensão. 

— Ele deveria ter me pedido para ficar, Mila. Me dizer "te amo" — choraminguei, deitada em seu colo. Minha irmã afagava meus cabelos, enquanto eu olhava estática, meus tênis encardidos.

— Mas ele não disse, Alicia. E ainda bem que não disse. Por que isso faria você acreditar que tudo seria para sempre. Quando na verdade nunca é, meu amor. Nunca se deixe vencer pela emoção, entendeu?

— Entendi, Mila... entendi. — apertei com força os olhos, deixando a última lágrima escorrer.

— Alicia? Está me ouvindo? — volto ao presente, balanço a cabeça e encaro Jordan, que me olha curioso.