Eu preciso fugir,
pra um lugar que tenha paz
tô cansada de ver aqui jaz .
Preciso chegar numa esquina
e fazer críticas sobre a vida,
correr desesperadamente
com medo que o tempo me atropele, não me deixa contente.
Tô cansada de estar nesse contexto
nesse conjugar do texto
do verbo estar no presente,
e ver que estou ausente.
Mais uma viatura
mãe chorando por Vir- Aturar
de um lado um filho sangrando
e o Celu-Lares filmando.
Eu queria tanto
ao pé descalço da poesia
ser menos um traço dessa hipocrisia.
Ao menos nessa sanidade
a santidade
não me faz cair de joelhos
e pedir com os olhos aos mesmos
que ali te dão corda
pra tu se enforcar.
Em meio a Conde da Boa vista
as marquises de lojas escritas
NÃO HÁ VAGAS!
Em ver estômagos vazios ,
pessoas dormindo no chão frio,
me deparo com os preços e prazos
pessoas sentadas pra vendedor lhe colocar um sapato
Daí eu me indigno '' Não tem mão pra calçar não?''
o vendeDor ; eu tenho que causa boa impressão
por que se não...
já sabe,
Não há vagas !
O mundo todo padecendo e eu aqui querendo ser em horas vagas
a heroína ?
É que em meio as esquinas
em meio à contextos
tudo que posso fazer é um texto
e o preço de tudo isso,
não cabe na poesia
nem mesmo aquele sal que vem da maresia .
E por que o poeta , senhores
tem que ver tudo isso e calar horrores?
Muito,
nada
tudo
sobra
e haja nota,
tudo que vai volta.
Não posso dá jeito em tudo,
já entendi que deus se faz de surdo
por que '' queria tanto'' poderia
mas percebi que lá em cima, só ria,
e aqui
em baixo
só ch-Oram.
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Isso é amoRal
PoetryE se a minha vida for um livro, o meu é sem moral meu caos é uma poesia única sem começo , meio e final.