Bang Chan

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Novamente me encontrava ao lado dele, como sempre e como todos os dias (obviamente a palavra "sempre" já enfatizou isso); apesar de saber, que ele não irá me retribuir do jeito que eu queira.

Ser trouxa as vezes pode ser normal, indoloroso (deixando claro que não sei se essa palavra realmente exista e se existe, foda-se, tô nem aí, para porrah dessa palavra); mas quando você se vê ao lado de Kim Seungwoo, ser trouxa é a última palavra que posso falar.

E ele como todos os dias, gritou, empurrou, chutou, ameaçou e foi embora. E eu como todos os dias, arrastei, sentei e chorei. E todos os dias, foram se repetindo, se repetindo e se repetindo, me fazendo ser uma bomba relógio, que poderia explodir no horário da raiva.

Ter dor de cabeça, fechar meus olhos e perguntar para eu mesma se esses barulhos poderiam ser o barulho do vento, enganando a eu mesmo como o vizinho de cima. Eu poderia ficar louca e pensar que é isso mesmo, me obrigar a acreditar que minha falta de coragem, de denunciar um agressor é uma simples loucura e que esse barulho é o vento.

Toc, toc, toc ...

Levantar com cuidado e devagar andar até a porta, subir o zíper de meu moletom e respirar fundo, abrindo o trinco e logo após a maçaneta, me vendo de frente a ele, o garoto que eu nem ao menos conhecia mas que me trazia paz, todo o momento que sua voz, vinha ao pé do meu ouvido.

- Está tudo bem aqui - Chan perguntou e eu sorri fraco.

- Não - Eu disse baixo, simples e sem ânimo.

- Possa saber o porquê ou fazer algo - Chan perguntou atencioso e eu assenti.

- Apenas me trate como uma garota normal, não tenha dó de mim e me deixe ser sua vizinha que nem as outras - Eu disse séria, olhando no fundo dos olhos de Chan.

O garoto negou rindo baixo.

- Você nunca seria normal, mesmo querendo - Chan disse honesto, respirando fundo quando a frase terminou.
- Você aguenta o que muitos não aguentaria, você é linda, esperta e amigável, você é especial - Chan disse me olhando.
- Você trabalha e chega em casa, esperando, não dormi ou assistir um filme mas sim apanhar - Chan disse baixo.

Eu abaixei minha cabeça e sorri.

- Me ajude - Eu supliquei num sussurro.

- Te ajudarei quando você me disser, olhando em meus olhos, que quer ter eu ao seu lado - Chan disse, antes de virar a costa e sair de frente a minha porta.

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『 romantic ⁰¹ 』on trackOnde histórias criam vida. Descubra agora