EM QUE POSSO AJUDAR?

116 11 19
                                    

“Dando segundas chances
Não preciso de todas as respostas
Me sentindo bem na minha pele
Eu apenas continuo dançando
E se ficarmos aqui por tempo suficiente
Nós veremos que tudo isso é por nós
E nós pertenceremos”

Uma semana desde a chegada na Flórida e eu simplesmente não aguentava mais ficar naquela casa com os ‘bolinhos de chernobyl’ vulgo minhas primas. Então decidi sair por aí e conhecer meu inferno temporário.

‘Talvez eu encontre um grupo de Nômades e me junte a eles para dar o fora desse lugar.’

Alguns minutos de caminhada e vários quarteirões depois, vejo a placa colorida de uma pequena sorveteria. Estão fazendo uns trinta e cinco graus aqui e definitivamente não é uma má ideia me afogar em sorvete agora. Entro na sorveteria já sabendo o que pedir, como de costume uma casquinha de Baunilha, o melhor sabor existente!

Aqui é realmente bem bonito, toda a decoração e o clima tropical é acolhedor. Talvez a cidade em si não seja tão ruim assim. Vou até o balcão e de repente  as palavras me fogem a mente. Não só as palavras como tudo.

_ Olá, em que posso ajudar? _ pergunta o atendente atrás do balcão com um sorriso no mínimo desarmante. ‘Puta merda! Esse é o cara mais lindo que já vi em toda minha vida!’

Ele é alto de cabelos loiro-escuros que formam leves cachos. Lábios avermelhados e olhos em um azul intenso. Seu rosto tem feições bem definidas e ainda sim é de uma certa delicadeza angelical. Não deve ser muito mais velho que eu e seu sorriso... Acho que tive um mini infarto!

_ Hm... É... _ pigarreio tentando imaginar qualquer coisa para dizer ou forças para sair correndo daqui então com um certo custo desvio o olhar para o cartaz logo atrás dele onde há um monte de tipos de sorvetes diferentes e um desenho animado de um morango gigante. _ Morango? _ ‘isso foi uma pergunta?’

_ Sim? _ ele pergunta meio confuso. ‘Morango o que sua tonta?!’

_ Uma casquinha... Casquinha de morango... _ Ele ri enquanto anota o pedido no papel.

_ É para já! _ diz e vai até a máquina e começou a preparar o sorvete. ‘Que corpo!’ Eu mentiria se dissesse que não passou pela minha cabeça sair correndo dali naquele instante. _ Aqui está. _ ele me entrega o sorvete e eu o pago pelo mesmo. Ele busca o troco. _ Muito obrigado, tenha um bom dia. _ diz sorrindo.

_ Obrigada. _ Digo de forma mais entusiasmada do que deveria. Sai da sorveteria sabendo que provavelmente estou mais vermelha que um tomate. ‘Melissa... Porque você é assim?’

***

Fiquei caminhando pelo bairro por mais um tempo pensando nas vergonhas passadas e cheguei as seguintes conclusões:

Um: Deus as vezes é injusto. Aquele rapaz é uma obra de arte! A beleza dele dá para dividir para uns quatro e ainda sim sobra.

Dois: Essas férias acabaram de se tornar mais interessantes do que pensei que seriam. 

Três: O não eu já tenho e não tenho muito a perder, seja qual for o desfecho da história eu vou ter o que dizer sobre essas férias. Em circunstâncias normais jamais voltaria lá, mas não tenho nada melhor para fazer e estou na f*cking Flórida! Se der errado de qualquer forma moro em outro estado mesmo. É só fingir que nada aconteceu...

Resumindo, eu tinha um plano. Ele foi bolado no desespero do tédio absoluto então não era lá muito inteligente.

Vou voltar até a sorveteria, uma hora vou ter coragem de chamá-lo para sair! Nem que isso leve o mês inteiro!

Treat People With Kindness – Harry Styles
SEE YOU SOON 💕

WATERMELON SUGAR - DANIEL SHARMAN Onde histórias criam vida. Descubra agora