CAPÍTULO IV ━ HERDEIROS DE KHALEDIA

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𝐈 𝐕 𝐀 𝐍 𝐘 𝐀

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𝐈 𝐕 𝐀 𝐍 𝐘 𝐀



No jardim, lá embaixo, duas crianças brincavam.

Estava sentada diante da janela, deixando o sol da manhã bater em seu rosto. Os olhos de Ivanya iam de um lado para o outro conforme eles corriam. Estava tão distraída que não percebeu a chegada apressada do jovem mensageiro. O garoto devia ter pouco mais de doze anos e carregava em suas mãos um pedaço de pergaminho, enrolado e com uma fita dourada para selá-lo. Arqueou uma de suas sobrancelhas, uma mania que havia adquirido, sempre que ficava curiosa com algo, acabava fazendo isso. Abriu um sorriso para seu empregado e pegou o pedaço de papel.

— Obrigada, Harwin — disse, depositando um beijo em sua testa. — Há algo mais que eu precise saber?

O garoto chutou o ar a sua frente. Um certo silêncio pairou no ar, a princesa encarava a criança a sua frente. Semicerrou seus olhos esperando por uma resposta, sabia que ele estava omitindo informações. Sempre foi boa para detectar quando lhe escondiam algo. Seus lábios se contraíram em um sorriso, os olhos cor de caramelo eram astutos e não ansiavam vencer, mesmo que não fosse uma competição. Harwin virou o rosto rendido e a mulher soube que havia ganho o que desejava.

— Vossa Alteza, seu irmão, Declan, está de volta a Yandrin — disse o menino. Os olhos da mulher brilharam. Em outra época teria se enchido de entusiasmo com a sua chegada, mas com o tempo, tudo havia mudado, agora não tinha certeza se gostaria de vê-lo.

Com um aceno de cabeça pediu para que o jovem se afastasse e pode vê-lo correndo o mais rápido que conseguia pelo corredor.

Voltou-se para o pergaminho em suas mãos. Mesmo hesitante, abriu cuidadosamente o papel. Era fino e continha o cheiro doce dos incensos, algo comumente usado pelos antigos humanos de Khaledia. Sua respiração estava pesada, sentiu uma leve tontura ao imaginar o que poderia estar escrito. A ansiedade por uma resposta era tanta que parecia que iria desmaiar antes mesmo de ler seu conteúdo.

As mãos de Ivanya tremiam. Não sabia dizer se estava excitada para ler o continha no pergaminho ou se era para ver o seu irmão após tanto tempo separados. Seus cabelos amendoados caiam como uma cascata em suas costas, deixando em evidências os cachos delicados, trabalhados com pequenas camomilas para enfeitar e deixar os fios com um aroma agradável. Uma pequena ruga acentuou-se em torno de seus olhos, estava tensa e começava a sentir seu corpo vacilando. Por um breve momento, se distraiu com as vozes das crianças brincando entre a plantação de azaleias no jardim. Lembrou-se de sua própria infância, quando ainda era feliz com seus pais e Declan. Quando ainda era livre. Abaixou a cabeça, encarava seus pés. O cinto em sua cintura lhe apertava e deixava seu corpo ainda mais estático.

Respirou fundo. Tentava perder o receio de ler o que havia sido escrito na carta. Por algum motivo tinha medo de se decepcionar com a resposta. Havia formulado um plano em sua mente e queria que tudo corresse perfeitamente. Se houvesse uma peça faltando tudo poderia dar errado e odiaria que isso acontecesse. Seus olhos escuros acolheram as palavras e sentiu um certo alívio ao lê-las.

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