"Ah...eu já estou muito velho pra isso certo, Maya?" Um suspiro cansado escapa entre os lábios. Olhando o papel um pouco envelhecido.No papel, a imagem de uma mulher no campo de flores era tão realista que beirava a realidade. Os olhos da mulher eram um azul profundo, os cabelos negros como a noite e a pele levemente bronzeado. Um sorriso branco brilhava em seu rosto. Maya Hokkaido.
Apenas pelos belos traços do rosto não era difícil indentificar quem era a mulher. Maya Hokkaido. Esposa do chefe da alcatéia Hokkaido, Eliont Hokkaido, e mãe de Erick Hokkaido.
"Se ao menos você estivesse aqui... Tudo seria mais fácil. Você poderia ver nosso garotinho. Ele cresceu tanto. Ele até descobriu amor... E a dor... Eu... Eu sinto tanto sua falta" seus dedos acariciaram a foto desgastada com carinho e saudades.
A morte não espera por ninguém. Em um dia você está bem e tem uma família completa e no outro toda essa felicidade é quebrada e tirada de você.
Bang!
Seus olhos se erguem do papel quando a porta é aberta com força.
"Alfa! Erick sumiu! Nós olhamos no hospital e o garoto também sumiu!"
"Oque!? Pela Lua! Ele também descobriu como me dar trabalho!" Ele se levantou do assento e murmurou antes de guardar a foto e sair. "Você tem certeza que o garoto não está nas proximidades?"
"Eu pedi pra procurarem pela área mas ninguém achou nada." O homem olhou estranhamente para Eliont. As pessoas podiam não comentar mas, desde a morte de Maya, Eliont se tornou um pai coruja com o filho."Não deveríamos procurar seu filho primeiro?"
"Aquele garoto não vai morrer tão cedo ele quer me matar de preocupação antes! E uma coisa é certa, onde quer que o garoto estiver o meu filho vai estar lá. Mattew!"
"Aqui!" Um homem ruivo com uma cicatriz no queixo esquerdo apareceu de quem sabe aonde.
"Junte os mais rápidos e fortes. Esqueça a preparação. Traga apenas o essencial. 15 ficam pra trás e 5 saem para patrulhar ao redor o resto vem comigo." Sua voz era firme e decidida. "Céus! Esse garoto vai desgastar esses meus ossos velhos até virar pó!" Apesar do tom preocupado também havia confiança no seu filho.
Sua maior preocupação era aquele garoto. Se algo acontecesse com ele, seu filho seria um cavalo sem rédeas novamente. Fora de controle.
Eliont caminhou até uma casa e bateu na porta.
"Joseph." Um homem em torno de 24 a 25 anos, baixo como um adolescente, pele pálida e olhos negros como a noite atendeu. Seus cabelos negros cacheados iam até os ombros. Apesar na aparência bonita seus olhos e rosto permaneciam com uma expressão sem emoções quase o tempo todo.
O homem se afastou um pouco surpreso retomando a cara de poker.
"Alfa" Joseph, beta. Era o médico e o homem responsável pela pesquisa e descoberta na alcatéia. A ciência, a curiosidade por conhecer o desconhecido era sua única paixão. Ele seria algo como um xamã talvez. Suas descobertas ajudou a tribo em muitas ocasiões. Mas...
Seu único defeito também era a falta de tato para conversar certos assuntos...
"Quando aquele garoto voltar vocês terão uma longa conversa." Eliont olhou os olhos inexpressivos e deu um suspiro. "Você sabe. Você precisa aprender a interagir com as pessoas nem tudo pode ser explicado apenas com a ciência..."
"Eu... Eu..." Apesar de ter muita iniciativa pra conversar quando o assunto era descobertas, ele simplesmente travava para conversas comuns do dia a dia."Eu não entendo!"
"Oque você não entende?" Ele olhou para o garoto corado que parecia ter milhões de palavras enterradas na garganta. "Apenas diga. Tá tudo bem."
"Ele...eu não entendo. Eu tinha certeza! Ele ia morrer! E agora esta vivo!" Ele soltou frustrado como se estivesse inconformado com o fato.
"Aaah!" Um suspiro longo saiu de Eliont." Era disso que eu falei agora. Primeiramente não diga como se estivesse decepcionado com a vida dele. Ele é o parceiro do meu filho ..."
" Não! Não foi isso! Eu... Eu..." Ele abaixou a cabeça e apertou os dedos de uma mão contra os da outra era uma mania que ele tinha sempre que tentava dizer algo.
"Eu sei. Você só está frustrado por não entender a situação, mas eu também não entendo e eu sei que não foi sua intenção, mas querer abrir o corpo de alguém...
"Não! Era minha intenção abrir! Veja! Se o corpo já estiver morto então. Mesmo que eu abra não faz mau já q..." Um par de orelhas de lobo surgiu na cabeça mostrando sua falta de controle. Ele desparou a falar como o previsto. Pra coisas como essa ele simplesmente não se cansa.
"Mas não está certo abrir o ente querido de alguém ...
"Mas ele estaria morto e...e se eu descobrir a cura posso salvar mais... mais..."
"Ah" outro suspiro cansado." Eu sei. Eu sei. Mas seria doloroso para meu filho." O garoto abaixou a cabeça e as orelhas como se fizesse algo errado.
Ele não conseguia entender. Se ele ia salvar muitas vidas abrindo um morto qual era o problema?
"Arrume as coisas, você vai junto." Os olhos inexpressivos do garoto se arregalaram. "Pode haver pessoas feridas. Traga alguns dos seus também." Ele se virou e saiu sem mais sermões. O garoto ficou um tempo surpreso antes de cair em si novamente. Ele esperava ser julgado ou até expulso.
"S-sim alfa!" Ouvindo o grito não muito firme, Eliont parou e deu um meio sorriso, sem se virar, e continuou andando.
"Ah!Essas crianças realmente cansam em minha velhice. Eu ando suspirando muito ultimamente."
---CONTINUA---

VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão Selvagem
RomanceO nascimento de um ômega puro é raro, tanto quanto o de um alfa lúpus, pois ambos têm os sentidos mais aguçados que os outros de sua espécie e ao mesmo tempo eram incrivelmente irresistíveis, seus cheiros são mais fortes, mais atrativos... Então o q...