13. Sem Remorso

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   O rosto de João estava vermelho da dor que ele aguentava em sua nuca da agulha da máquina de tatuagem a perfurando.

   Cristiny observava a cena encostada na parede do estúdio com os braços cruzados.

   Daniel, já com sua tatuagem feita, ficava a admirando no reflexo de um pequeno espelho que refletia um espelho maior atrás de si, dando a possibilidade de ter a visão do pentagrama feito em sua nuca.

   Cristiny estava desconfiada daquela coisa toda.

   O som da máquina cessou.

   ㅡ Pronto? ㅡ Perguntou João, recebendo o silêncio como uma resposta de Manu. ㅡ Ok, quem cala consente.

   João se levantou da maca e se dirigiu até Daniel para pegar o espelhinho afim de ver sua nova tatuagem.

   Cristiny observou sua amiga fazer as duas tatuagens. Se é que era sua amiga naquele corpo. Durante todo o processo, Manu ficou de cabeça baixa com os cabelos cacheados caídos sobre o rosto, e assim ainda estava naquele momento.

   ㅡ Quem... Quem é você? ㅡ Cristiny perguntou à morena reunindo um pouco de coragem.

  Daniel, que tinha um conhecimento básico de demônios por assitir uns filmes de possessão se intrometeu:

   ㅡ Não se pergunta o nome de um demônio, eu vi isso nos filmes.

   Cristiny balançou a cabeça desacreditada.

  ㅡ Daniel, Demônio? É a Manu! ㅡ Cristiny voltou o olhar para a amiga.

   ㅡ Cristiny, você não viu o que eu e João vimos. Viu aqueles caras?

   Cristiny se recordou de ver sua amiga inconsciente ser arrastada para fora da caminhonete por dois homens usando capas vermelhas.

   De surpresa, Manu se levantou da cadeira que estava sentada, e para uma surpresa maior, ergueu sua cabeça, fazendo seus cachos irem para trás, revelando o rosto mesma manu, mas com aqueles olhos que não lhe pertenciam.

   Cristiny começou a suspirar nervosa, encarando aqueles olhos negros, que também a encaravam de volta. Sua respiração foi ficando cada vez mais pesada, ela sentiu náusea, tontura, e de uma vez, caiu sobre o piso do estabelecimento.

   João e Daniel ficaram com medo quando a morena se virou para eles.

   Se encararam em silêncio por alguns segundos quando João quebrou o silêncio:

   ㅡ Por favor, leva ele. Ele vendia drogas no orfanato.

   ㅡ Eu não vim levar ninguém... ㅡ Manu disse soltando uma voz rouca. ㅡ ...não agora.

   ㅡ Você veio nos ajudar? ㅡ João perguntou, nervoso por estar na presença de um ser demoníaco que podia tacar fogo naquele lugar em questão de segundos, assim como fez na cabana.

   Após uns segundos de silêncio, o demônio respondeu:

   ㅡ Sim, digamos que eu vim ajudá-los. ㅡ O demônio sorriu.

   Daniel e João voltaram a trocar olhares, olhares estes de extrema desconfiança.

   ㅡ Estas tatuagens em vocês tem poder. ㅡ O demônio voltou a falar. ㅡ Tem o sacrifício do sangue de vocês e o manejo detalhado de um demônio, vulgo "eu".

   Manu aproximou-se da maca onde João estava deitado e pegou a máquina de fazer tatuagens que estava encima, em seguida aestendeu para João e lhe ordenou que a pegasse.

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⏰ Última atualização: May 06, 2020 ⏰

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