11. A Ceita

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   Pouco a pouco, os olhos de Daniel se abriam e sua visão ia se adaptando ao ambiente.

   A primeira visão que teve foi de suas pernas encolhidas diante de si.

   Suas costas pendian sobre algo macio.

   Lá fora, era possível ouvir o cantar dos grilos, indicando que estava de noite.

   Daniel olhou em volta.

   Estava em um local cuja as paredes eram feitas de madeira pura e iluminadas por uma luz vermelha.

   Os olhos de Daniel miraram o chão ao seu redor.

   Velas.

   Algumas velas vermelhas espalhadas ao redor dele, em cima de um arco preto rabiscado no chão que parecia formar um círculo dando a volta por ele.

   E tinha uns rabiscos no meio.

   O ambiente era quente e abafado.

   Daniel sentiu aquela coisa macia mexer-se atrás de si. Pareciam as costas de outra pessoa.

   João!

   ㅡ João! ㅡ Daniel chamou tentando levantar-se do chão. ㅡ João, é você?! ㅡ Daniel tentava separar os braços e as pernas, mas seu esforço era em vão, pelo que ele sentia, seus membros estavam amarrados.

   ㅡ Daniel! ㅡ A voz atrás de Daniel revelou-se de fato ser a de João. ㅡ O que tá acontecendo?!

   ㅡ Eu não sei! ㅡ Daniel gritou de volta virando a cabeça o máximo que podia para João.

   ㅡ Daniel, fomos sequestrados! Eles vão matar a gente! ㅡ João gritou visivelmente desesperado.

   *raaaang*

   O ranger de uma porta soou no ambiente.

   João olhou para sua direita e Daniel para sua esquerda.

   Diante dos dois estava um ser encapuzado usando um sobretudo preto com detalhes vermelhos nas bordas, parado, segurando uma porta de madeira. Atrás de si o horário se revelava noturno.

   ㅡ Porra... ㅡ João praguejou. ㅡ Fomos sequestrados pela Akatsuki!

   O ser entrou no ambiente e atrás dele mais três pessoas encapuzadas iguais a ele o acompanhava.

   Os dois últimos entraram carregando algo. Algo que parecia ser pesado demais, já que estava sendo arrastado no chão.

    João e Daniel acompanhavam atentamente a entrada dos encapuzados.

   O som de algo se arrastando sobre o chão de madeira soou no local.

   O segundo encapuzado saiu da frente dos dois últimos e oque eles carregavam foi revelado, ou melhor, quem eles carregavam.

   Um corpo inerte, cada braço da pessoa era puxado com o auxílio dos dois encapuzados. Não dava para ver direito, já que a única iluminação no ambiente eram as velas. A cabeça da pessoa estava abaixada fazendo os cabelos cobrirem seu rosto, cabelos esses cacheados e brilhantes.

   Sem delicadeza, os dois homens encapuzados jogaram o corpo inerte sobre o círculo no chão de madeira bem ao lado de João e Daniel.

   *cablam*

   João e Daniel olharam para o corpo inerte.

   A pose que se encontrava fazia seus cabelos cobrirem o rosto. Os dois braços morenos estavam estirados sobre o chão de madeira, cobertos pelas mangas do casaco preto que usava.

Como Ir Para O Inferno (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora