capítulo 5 - os olhos

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Quando finalmente o professor percebeu o ponto vivo e imóvel na sala e ela deixou de ser invisível aos seus olhos tudo ficou assustador.

Dizem que os olhos são as janelas da alma e todos possuímos mistérios, Até os mais leigos , aos simplistas , do que mais possuí papéis com notas valiosas ou os que tem do seu tesouro um papel sem cor e desgastados com palavras sorridentes. Tudo é observado por sua alma e pela primeira vez, os olhos de outro alguém se tornou prisão do seu auto mistério.

Enquanto encarava o professor o seu corpo foi puxado com toda a violência para trás e ela caiu, como se tivesse na beira um abismo, os claros verdes campos dos olhos minados do professor se tornaram tão profundo como a água. Ela desejou chegar ao fundo, ela desejou viver, e morrer antes que encontrasse o fundo.
ela se movia com a intensão de voltar para o topo, ela queria sair daquilo. ninguém nunca quer encontrar o fundo, o fundo do poço ou fundo do penhasco.
Mas a sua mente estava em silêncio, como nunca antes ocorrido. Ela mergulhou e afundou por minutos, seus pulmões não estavam suportando a falta de ar .mas.afundou como se esperasse uma luz no fim do oceano ou um colchão, como se tudo fosse um simples sonho.
Antes que o desepero batesse em seus pensamentos vazios, ela observou cada pedaço daquele lugar estranho que lembrava o oceano de águas frias e escuras e em uma queda livre sem fim ela chegou ao lapse das estrelas. A suposta água tinha pequenas luzes dançantes que se deu lugar a uma galáxia horizontal infinita aos seus olhos, como se estar descendo e subindo não tivesse nenhuma importância as estrelas ou as águas era tudo que a cercava.
Quando uma mão quente e macia segurou seu pulso e em um susto o desespero pela falta do oxigênio apareceu ela inspirou buscando o último folego , enquanto era puxada com velocidade para a realidade. Tudo voltou para as quatros paredes amarelas da sala de aula a realidade voltou.
O professor tinha desaparecido , ela estava tão eufórica com toda a situação , que seu único plano foi correr para fora dali. Correr para longe do lugar que revelava seu mistério.
Ela correu apavorada para o mais longe da sala. Queria encontrar algum banheiro que infelizmente não lembrava em que corredor ficava o bendito apresentado pela moça gentil. Mas ela tinha que fugir, ela não sabia do que fugia mas seus pés os levavam para qualquer lugar que lembrasse um porto seguro , infelizmente eles não contavam com a idéia de não estar só naquele lugar.


* * *

Figurantes na minha história como quanto parece que outras pessoas são. Elas estão ali todos os dias mas não são tão importantes ao ponto de fazer parte da sua vida. Como as pessoas na TV... que estão ali para fazer algum sentido para a imagem Como os fãs que são como números , as pessoas passam por nossos olhos por alguns segundos mas não trazem efeito ao coração ou algum sinal de afeto. Todos somos figurantes na história de alguém.

Timothy gardner era um figurante em minha vida , até onde minha maratona desesperada e sem rumo a procura do banheiro me chocasse contra um desconhecido completo, fazendo com que acidentalmente minha testa acertasse a sua. Jogando com toda a força dois corpos no chão.
Aconteceu, kira a introvertida estava no chão e quem diria, loucautiando desconhecidos no corredor, acho que minha mãe deve estar orgulhosa por tomar atitude e com a rapidez de comunicação aqui.
Então eu lembrei que eu precisava dizer algo ou simplismente explicar. " nossa desculpa, acabei de ter um momento perturbador na sala de aula e estava correndo desespero. sim acontece " ou dizer " te achei bonitinho e decidir te bater, pois sou masoquista" o que estou pensando. Quem é essa garota? É a mesma que não ousaria ter tantas piadas no subconsciente.... ah pensa, pensa... o que dizer. Eu não vi sequer seu rosto e nem queria encarar.

O figurante ja estava de pé quando finalmente pensei que deveria levantar. Olhei para os joelhos e lá estava duas manchas vermelhas marcadas no macacão jeans na área dos joelhos e estampada também a vergonha com as duas bolas vermelhas na maçã do rosto. Um silêncio constrangedor ganhou força. E ele quebrou aquele silêncio.

- meu nome é timothy Gardner, bom sou mais conhecido como timmy - meu silêncio e a falta de coragem de o olhar nos olhos reinava
- você costuma tentar matar pessoas no corredor da escola? - com um ar brincalhão acrescentou - bom é... por que foi uma honra sobreviver a batalha dama....é senhorita - ele encarou meus joelhos - é...moça bonita que precisa da enfermaria - ele resmugou alto suficiente para ouvir "O que eu to fazendo" - espera ainda, ele estava caçoando? Ele estava querendo deixar a situação pior? Ele queria que eu falasse? Pensa kira meu Deus pelo menos um pedido de desculpa gesticula qualquer coisa, ele merece pelo menos um pedido de desculpa...
- nã..não jogo assim....
- o que? - o que eu estou fazendo.
- pessoas no chão, não as jogos dessa maneira, você é a primeira não que eu queira jogar pessoas no chão, isso é masoquismo e vergonhoso. Desculpe - eu tava com vergonha da situação, ele tentou segurar a risada , vi que estava com um sorriso nos olhos. mais se controlou.
- qual seu nome moça masoquista? -
- kira...e não sou masoquista
- então só kira , você precisa encontrar a enfermaria, os seus joelhos .....- aaaaaa meus joelhos, eu só queria que aquele diálogo acabasse o mais rápido possível - tudo bem, não preciso de ajuda
- Além de masoquista é desumilde? vamos moça você me batizou com a primeira queda fatal da minha vida não provocada por mim - Não tinha como recusar , eu não sabia onde encontrar o banheiro e muito menos a enfermaria. Eu só queria que aquele garoto que não queria encarar e nem olhar nos olhos fosse embora. para poder... o que eu quero ? eu estou perdida, a quem eu quero enganar. Tudo aqui anda interligado com o caos e como esse tinha sido um diálogo péssimo! quem era timothy? Ele era de algum grupo de palhaço anônimo? Figurantes do corredor? E toda a cena da sala que ainda me trás calafrios.
Apenas respostas o que eu preciso. Mas que tipo de respostas seguir.

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