Pesadelo

182 29 5
                                    

Sophia estava em um lugar diferente, não estava se lembrando de ter saído da clínica, não lembrava de muita coisa, antes de ser trancada naquele quarto, e dos diversos remédios que tinha tomado.
Mas agora estava acordando, era como estivesse submersa e nada fosse real para ela.

Observou o quarto onde estava, uma cama enorme com lençóis quentinhos a abraçava, estava com uma camisola verde, tinha um curativo em seu braço, o quarto era arejado, grandes janelas e um lustre muito bonito.

Tinha se lembrado do rosto de um homem, tinha tocado em seu rosto, era estranho, pois o homem usava uma máscara, estava ela delirando?

Ainda não sabia muito bem se estava limpa de remédio, sua fala não saía, suas pernas não a obedeciam.

Gritava internamente, mas ninguém iria a socorrer, tinha arrepios e perguntas, de como ela tinha parado nesta casa.

Observava as empregadas, que eram gentis com ela, sempre cuidando que não faltasse nada. Não via muitas pessoas, talvez aquele homem era um médico, sempre ele me visitava, e me examinava, mas ela não podia perguntar sobre ele. Apenas o olhava.

As noites, ela era levada a banheira, a água era boa. Um empregada a banhava e sempre massageava seus cabelos com carinho, queria agradecer por isso, mas não podia, nada saia de sua boca.

Já na cama, Sophia adormecia rápido. Mas nessa noite, estava agitada, talvez aquilo fosse um pesadelo?

Na sua mente, ela estava de volta ao casarão, onde Artis e ela estavam, aquela noite onde tudo desmoronava. Artis estava ardendo em chamas e ela estava lá, observando e ouvindo os gritos de socorro. Sophia estava se debatendo, não queria aquele pesadelo, não queria reviver aquilo.

Erik estava acostumado em ter as noites em claro, era costume e não tinha como fazer ele dormir cedo. Andava pela casa, e relembrava suas aventuras na ópera, lembrava do sorriso de Christine...

Ao parar no quarto de Sophia, Erik viu alguma agitação, a jovem estava se mexendo e se debatendo, aproximando viu que talvez fosse um pesadelo.
Sentado na cama, Erik cuidadosamente pegou sua mão e levou até a testa da jovem, ela estava suando, talvez estaria com febre.

- Fica. A jovem babuciava.
- Perdão? Você falou? Erik se surpreendeu.
- Fica... Aqui... Eram palavras quase perdidas, pois eram tão baixas.

Erik observou que a jovem estava agarrando a mão dele, ele tentou tirar a sua mão, mas novamente a jovem falava.

- Fica comigo. Sophia estava chorando.

Erik então esperou Sophia largar sua mão, observou a jovem que estava mais tranquila. E sentou na poltrona em seu lado, pegando no sono.

Sophia estava sofrendo, aquele pesadelo, não era possível não queria reviver aquilo
Mas de repente tudo se acalmou, uma paz estava dentro dela, ela apenas sentiu um carinho, um calor gentil, não queria que aquilo acabasse. E ela sussurava "Fica"

Ao acordar percebeu que o homem de máscara estava dormindo na poltrona, será que era dele a mão que ela segurou? Será que ele tinha ficado ali, toda a noite?

Sophia não sabia, mas estava agradecida por ele ter ficado.

RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora