Os Amantes Desafortunados do D12

O Casamento

Depois de aproximadamente 2 meses de preparação finalmente chegou o dia de eu me tornar a senhora Katniss Everdeen Mellark. Peeta não fez questão que eu assumisse o nome dele, mas é uma questão de tradição no distrito 12, então resolvi segui-la, assim como a cerimônia de assar os pães, eu sempre achei ela bonita e por estar me casando justamente com Peeta não poderia ficar de fora, mas vetei terminantemente, para o desespero de Effie, as ideias da Capital, principalmente as de Plutarch, não vou fazer do meu casamento algo que já estava previsto por Snow. Já bastava que seria o casamento do Amantes Desafortunados de um jeito ou de outro, quer eu goste ou não, como Peeta sempre me lembra, nós somos duas pessoas que foram fundamentais para a construção do país em que vivemos hoje, eu sou O Tordo e ele será sempre o vitorioso que lutou contra a Capital por minha causa, então não pude evitar que a coisa toda fosse televisionada e que fosse maior do que eu gostaria, por mim seria apenas Peeta e eu na prefeitura, eu usaria uma calça e uma jaqueta e Peeta uma camisa e calça simples, assinariamos os papéis, depois assaríamos o pão em casa com minha mãe, Haymitch e Greasy Sae como convidados apenas e depois vida que segue, porém Plutarch e Effie tinham outra ideia para o casamento do Tordo e agora eu estou aqui cercada pela minha equipe de preparação sendo depilada, massageada e maquiada, como sempre, eles fazem milagre com minha aparência. Fora Peeta, essas 3 pessoas são as únicas que conseguem me deixar confortável com minha pele de retalho e meu corpo nú, mas não havia segredos nesse aspecto entre eles e eu a muito tempo.
Sou trazida de volta a realidade com Flavius dizendo
- Katniss não sei o que fazer com seu cabelo, quem sabe um penteado bem elaborado para a noiva, um coque bem alto? Ahh eu trouxe apliques maravilhosos para adicionar volume e cumprimento o que você acha?
Antes que eu possa responder ouço a voz de minha na porta do meu quarto dizendo
- Porque você não faz a trança dela como eu ensinei para vocês a tanto tempo atrás? Acho que Cinna ia gostar.
- Mãe - eu digo, me levantando para abraça-la, essa é a primeira vez que ela vem até aqui desde que Prim se foi e sei que está sendo difícil pra ela, mas o fato de ela ter vindo por mim me enche de emoção, então ouço Octavia dizer
- Flavius por que você não deixa a mãe de Katniss cuidar do cabelo dela? Afinal é o dia do casamento da filha dela.
- Ahhh claro e eu nunca fiz aquela trança tão bem quanto a senhora. - responde ele. Eu sorrio para eles agradecida, eles se retiram discretamente e me deixam sozinha com minha mãe, ela me puxa para a cama para se sentar ao meu lado, me entrega uma caixinha e diz
- Algo emprestado, algo novo e algo azul.
Reconheço as palavras de um antigo ritual que já não usamos mais, porém não discuto, abro a caixinha e tem 2 acessórios, um prendedor de cabelo azul que parece novo e um brinco lindo e antigo. Eu o olho cautelosa e a encaro
- Isso é lindo mãe, obrigada.
- Isso era da minha mãe, meu pai deu pra ela quando se casaram e ela me deu quando me casei com seu pai, acho que é a sua vez agora. Guarde com carinho e de a sua filha no dia que ela se casar.
Eu estremeço ao pensar que um dia poderia ser mãe, nunca quis ter filhos, mas verdade seja dita eu nunca quis me casar e aqui estou eu, mas não é hora para discutir isso, então dou um abraço apertado nela e me deixo sussurrar.
- Gostaria que ela estivesse aqui, aí sim seria perfeito.
Minha mãe me afasta, toma meu rosto em suas mãos, olha nos meus olhos e diz - Ela está Katniss. Ela está dentro dos nossos corações. Enquanto nós vivermos Prim também viverá. Tenho certeza que ela está muito feliz por você onde quer que ela esteja. Mas agora me deixa fazer seu cabelo logo antes que aqueles malucos resolvam colocar uma peruca cor de rosa em você.
Nós rimos cheias de saudades de Prim e ela se põe a trabalhar em meu cabelo como fez no dia da colheita a tanto tempo atrás. Depois de terminar ela encaixa o prendedor delicadamente no topo da trança e eu coloco os brincos, minha equipe de preparação entra e soltam alguns Oh's e Ah's como forma óbvia de que gostam do que vêem, logo atrás vem uma Effie emocionada que me entrega o pacote com meu vestido, ela está mais emocionada do que eu esperava e então algo me ocorre, Cinna. Esses traços, essa caligrafia no pacote são de Cinna, olho de maneira inquisitiva para Effie e ela me diz
- Cinna fez esse vestido na época em que você e Peeta ficaram noivos, mas me fez prometer que você só o usaria quando fosse se casar com alguém que amasse de verdade, achei que esse era exatamente o caso, então o trouxe.
Eu abri o pacote e era tão claro que aquela era uma crianção de Cinna que não consegui conter as lágrimas, todos aqueles que eu perdi e realmente queria aqui hoje parecem ter arrumado um jeito de voltar pra mim, Prim através de minha mãe e Cinna através desse vestido, peço para que me ajudem, e assim que me vejo vestida no espelho perco o fôlego, Cinna sempre foi genial mas dessa vez ele se superou, meu vestido é branco, longo, mas é leve e tem uma fluidez maravilhosa ele é confortável e nada extravagante e ainda assim é elegante, tem a quantidade certa de brilho e me faz parecer a noiva mais linda que eu já vi, nesse momento percebo o quanto estou feliz por me casar com Peeta, me viro para encarar minha pequena plateia e os pego a todos com lágrimas no olhos emocionados por mim, então sem dizer nada lhes dou um abraço que é interrompido por um Haymitch razoávelmente sóbrio na porta
- É até que você dá pro gasto docinho. Mas está atrasada e o garoto tá achando que você fugiu pra floresta. Desçam vocês todas, já.
Minha mãe me dá um beijo e desce, a cerimônia será realizada na vila dos Vitoriosos onde a Capital conseguiu montar um palco impressionante, muitos amigos vieram de outros distritos Joana, Beetee, Annie e o pequeno Finnick, mas Gale não virá, ele enviou um presente e disse que estaria de plantão e não poderia vir, claro que nós sabemos que não é esse o motivo, mas no fundo eu agradeço não tê-lo aqui hoje. Esse dia é meu e de Peeta e mais ninguém importa.
Quando fico sozinha com Haymitch percebo que ele se arrumou, se barbeou, está alcoolizado mas não tanto como de costume, ele me faz dar uma voltinha no lugar e solta um assovio de aprovação
- Ual você está mesmo bonitinha docinho, Cinna sempre teve o dom de te fazer ficar mais arrumadinha. O garoto vai gostar, ele esta vivendo o dia mais sonhado da vida dele vê se não estraga tudo Katniss.
- Obrigada Haymitch, mas acho que você esqueceu que você é quem geralmente estraga tudo. Vê se não vai cair de bêbado no meio da cerimônia tá legal?!
Nós rimos e ele me estende o braço, eu o tomo e me sinto paralisada de medo então sussurro pra ele
- Haymitch estou com medo. Acho que nunca senti tanto medo na vida. Encarar todas aquelas pessoas, o país inteiro, me casar com Peeta... Não consigo respirar.
- Katniss para com isso. Eu não sou o Peeta que te acalma em um olhar e eu não bebi o suficiente pra isso, você passou pelos Jogos Vorazes, Pelo Massacre Quartenário, pela guerra e tá morrendo de medo de casar com aquele cara? É sério isso? Eu já disse uma vez e repito, nem que você vivesse mil vidas você não mereceria ele, continuo acreditando nisso, mas por alguma razão bizarra ele resolveu te amar. Então aguenta firme aí, respira fundo e vamos lá. Esquece as câmeras e tudo mais e se concentra nele. Ele vai conseguir te livrar dessa como sempre te livrou em todas as entrevistas que vocês deram.
Ele tem razão é claro, mas eu estou mesmo nervosa. Então respiro duas vezes e aceno com a cabeça pra que possamos ir. Assim que apareço na escada Effie acena para a música e eu começo a descer apoiada por Haymitch, pelo menos não me enfiaram em um daqueles sapatos ridiculamente altos sendo assim, possível caminhar sem virar meu pé, quando chego na porta da minha casa olho em volta e reconheço os rostos dos convidados, amigos do 12 e de outros distritos, minha mãe, e todos aqueles que importam pra mim, que ainda estão vivos, acenam e sorriem quando me vêem, aí eu procuro por ele, quando o vejo não consigo enxergar mais nada, só tenho consciência do braço de Haymitch porque ele me segura quando eu decido correr até Peeta... Peeta está lindo e elegante com um terno preto e sóbrio, bem clássico assim como eu, imagino quem foi o estilista dele, mas seja quem for foi fenomenal, ele está sorrindo pra mim com lágrimas nos olhos, nunca o vi tão feliz e vê-lo daquele jeito me faz sorrir, um sorriso de verdade.
A cerimônia foi linda e simples como eu queria, assamos o pão e repartimos com nossos convidados, depois de assinar os papéis fui declarada Senhora Peeta Mellark e eu só lembro de beija-lo por um tempo maior do que deveria até ouvir minha mãe pigarrear para nos separar, causando uma série de riso entre os convidados e em nós dois.
A festa decorreu bem, tivemos que falar com um repórter ou outro mas Peeta sempre tomou a frente me deixando fora dessa coisa irritante, eu sorri, dancei e honrei o distrito 12 curtindo a festa do meu casamento com Peeta.
Quando a festa chegou ao fim e as pessoas foram embora fomos para casa, Peeta se mudou pra lá oficialmente, levando apenas uma chocante quantidade de tinta, o que fez minha mãe erguer uma sobrancelha ao perguntar pelo resto das coisas e ser informada que já estavam todas lá, eu corei e nós mudamos de assunto, entramos e Peeta me pegou no colo e me levou para o quarto, assim que entramos no quarto ele me colocou sobre a cama e me beijou quando desceu seu beijo para o meu pescoço ele sussurrou
- eu te amo senhora Mellark
Ele continuou me beijando enquanto eu arquejava e me perdia em seus beijos, seus aromas e seus sabores. Peeta deslizou seus dedos pelas minhas costas enquanto abria meu vestido, a muito eu deixei de ficar insegura com ele, pois ele conhecia meu corpo muito bem, não havia qualquer parte de mim que Peeta já não houvesse tocado, beijado e visto antes, mas ainda assim ele faz parecer que me via pela primeira vez, me olha com desejo e vejo seus olhos brilharem enquanto me despi, quando seus lábios não estão nos meus eles estão no meu pescoço, no meu ombro, em meus seios ou sussurrando em meu ouvido, me perco nele e ele se perde em mim e quando estamos finalmente saciados os primeiros raios de sol já começam a surgir pela janela, me recosto nele e absorvo o nosso cheiro misturado, observo o peito dele subir e descer ofegante assim como eu, coloco minha perna sobre a sua perna mecânica e tenho uma lembrança de quando estávamos voltando para casa depois dos primeiros jogos, ele me perguntou o que faríamos agora e eu disse que tentariamos esquecer, ele me disse que não queria esquecer e eu tive certeza que estava perdendo o menino do pão, aquela lembrança fez meu coração apertar e eu sussurro no ouvido de Peeta
- Não sei viver sem você, sem seu cheiro, sem seu sorriso... Estou muito feliz nesse momento por poder ter você só pra mim, por inteiro e por ser apenas sua também.
Ele me abraça mais forte e me dá um longo beijo adormeço ainda colada a ele, ainda respirando nosso cheiro, ainda feliz por ser a senhora Peeta Mellark.