DC - Os Místicos

A Verdade Enlaçada

Gotham, 2º dia, meio-dia.

— Eu nunca confiei naquele moleque! — Donna comentou. — Sei lá, quem anda tanto assim com um gato que não seja louco ou coisa parecida?

— Eu te entendo. — Zatanna riu.

— Podemos ir? — Donna olhou para fora. — Estamos perdendo tempo em resolver essa questão.

— Sim. Podemos. — Zatanna deu a volta na ilha da cozinha e ficou de frente para Donna. — Mas preciso ter certeza de que você quer se envolver com isso?

— Zee, eu...

— Donna, eu não posso correr o risco de saber que...

— Cuidado! — Donna puxou Zatanna para o chão.

Pela janela, logo atrás delas, um vulto negro atacou, deixando cacos de vidros flutuando no ar. Zatanna rolou pelo chão, evitando outro ataque – que fez o assoalho quebrar em diversos pedaços e ficarem paralisados. Donna tentou golpear, mas seus punhos atravessaram o vulto, como se fosse feito de fumaça.

— "Son etropelet arap o oçarret od oidérp" — Zatanna conjurou, segurando o braço de Donna.

As duas mulheres sentiram seus corpos sendo puxados para cima e logo apareceram no terraço do prédio. Gotham estava coberto por uma nuvem negra e outros vultos cortavam o ar. Donna puxou o laço brilhante da cintura e laçou um dos vultos, o puxando para perto. Zatanna colocou as mãos dentro do corpo esfumaçante e liberou algum tipo de energia brilhante.

— Deixe ir! — ela disse para Donna, que a olhou descrente. — Precisamos saber como eles se criam. É um rastreador.

Donna soltou mais do laço, rodopiou o vulto e o lançou no céu. Dois olhos vermelhos em chamas apareceram no céu escuro e se direcionaram à Zatanna. A feiticeira andou alguns passos para perto da beirada do prédio e encarou os olhos, como se desafiasse. Um grunhido alto foi escutado e a nuvem negra começou a se desfazer.

— Eu fiquei com medo do seu olhar. — Donna riu. — O que você acha que foi isso?

— Ele sabe! — Zatanna voltou para perto de Donna. — Ele sabe que estou indo atrás de algumas respostas.

— O que quer fazer?

— Achar essas respostas, o mais rápido possível. — Zatanna apontou a mão para um espaço vazio perto delas e um portal abriu. — Vamos!

Donna e Zatanna atravessaram o portal e a Dimensão Neutra as rodeou. Klarion estava sentado, de costas para elas, olhando fixamente para um ponto avermelhado logo à sua frente. O menino bruxo não se movimentou, nem com a aproximação das mulheres.

— Klarion? — Zatanna o chamou. — Eu tenho algumas perguntas.

— Vá embora. Quero ficar sozinho.

— Moleque! — Donna laçou o menino. — A moça tem umas perguntas para te fazer. — e Donna entregou o laço para Zatanna. — Comece com perguntas simples.

— Qual o seu nome?

— Eu... Ah! — ele resmungou. — Klarion, o menino bruxo.

— Você me conhece?

— Sim!

— Quem eu sou?

— Zatanna Zatara, uma das maiores feiticeiras que... ah... eu conheço.

— Eu gostei disso! — Zatanna disse para Donna.

— Não se acostume. — ela respondeu.

— Muito bem! — Zatanna voltou para Klarion. — Você sabe quem é esse ser de olhos vermelhos?