DC - Os Místicos

Um Banho nas Sombras

Nanda Parbat, 2º dia, crepúsculo.

— Espere aqui, senhor. — a mulher saiu pela grande porta de madeira.

— Giovanni Zatara! — um homem emergiu das sombras. — Quando recebi a ligação de Destino, não poderia esperar tão grande surpresa.

— Você está tão surpreso quanto eu, Ra's. — Zatara o encarou, segurando o elmo dourado de Nabu. — Eu ainda não entendi totalmente o plano de Nabu, mas, que escolha eu tenho?

— Temos todas as escolhas!

— Mestre! — a mulher voltou. — Temos duas visitantes e... hum... um gato.

— Na verdade, Teekl é uma gata! — Zatanna adentrou a câmara. — Pai?

— Zatanna! — eles se abraçaram. — O que está fazendo aqui?

— Te protegendo! — ela encarou Ra's Al Ghul. — Há algo errado aqui e...

— Desculpe, Zatanna. — Ra's se aproximou. — Mas não deixarei que você entre neste templo sagrado e me desonre.

— Espere! — Donna interviu. — Você poderia nos dizer o porquê de estar aqui?

— Nabu tem um plano. — Zatara respondeu. — Assim que ele descobriu um pouco mais sobre Nakarvu, ele decidiu eliminar todas as chances de sucesso na missão dele de se alimentar do Caos e da Ordem.

— E ele decidiu fazer isso junto com um dos representantes do Caos? — Zatanna perguntou, olhando de canto para Ra's Al Ghul.

— Basicamente.

— Eu não sou um Lorde do Caos ou um Agente. — Ra's caminhou para perto da porta. — Mas não poderia negar a proteção que Nabu pediu para o seu pai.

— Ele quer proteger você do que? — Zatanna perguntou ao pai.

— Eu estou morrendo, Zatanna! — os olhos da mulher se encheram de lágrimas. — Espere! — ele a conteve, antes de abraçá-lo. — Quero que você entenda que é inevitável.

— Mesmo com os Poços?

— É. Parece que agora eu sou digno da sua confiança. — Ra's Al Ghul disse.

— Não foi legal. — Donna comentou.

— Os Poços vão retardar o efeito. — Zatara a encarou. — A magia da Ordem é tão prejudicial quanto a do Caos. O tempo em que estou exposto a ela já começou a mostrar efeitos.

— Os Poços vão ajudar com que seu pai continue por mais tempo conosco. — Ra's disse.

— Mas por que agora? — Zatanna perguntou, engolindo o choro. — Por que Nabu decidiu te manter vivo, sem poder estar unido contigo?

— Ele teme não conseguir se unir com outro ser. — Zatara desviou o olhar. — Na verdade, eu temo que ele irá querer se unir a você.

— Se preciso for!

Com essa declaração, o elmo, nas mãos de Zatara, começou a reluzir e a se movimentar. Zatara o encarou e ergueu-o, para colocar sobre a cabeça, porém, o objeto voou de suas mãos e foi em direção a Zatanna.

— Nabu! — Zatara gritou. — Tínhamos um acordo.

Zatanna encarou o elmo, que reluzia mais. Sentiu que deveria pegá-lo e colocá-lo, mesmo com a resistência do pai em deixá-la. Zatanna se afastou, agora com o elmo em mãos, o ergueu à cima da cabeça e o vestiu.

— Zatanna, Filha de Zatara! — a voz de Nabu ecoou na mente de Zatanna. — Seja bem-vinda!

O interior do elmo era uma sala redonda, totalmente dourada, onde se conseguia ver o exterior por dois grandes vãos no formato do capacete do Senhor Destino. Zatanna estava sozinha, mas sentia a presença forte de Nabu ao seu redor.