Capítulo 4 - Sol

275 24 21
                                    

Capítulo 4 - Sol

Ver Danilo partir era doloroso, mesmo que eu soubesse que seriam por apenas algumas horas.

Não sabia dizer quando isso começou, mas foi algum tempo depois de que sai do hospital, tenho certeza. Comecei a necessitar de Danilo em todas as partes, ao meu lado, nem que fosse para apenas me dar um olhar de incentivo. Tudo porque eu tinha medo de o perder desde esse momento. Tudo porque meu coração não aguentava no peito a possibilidade de que eu fosse sequestrada novamente e dessa vez nunca mais pudesse te lo ao meu lado.

Esse talvez era a pior parte que havia ficado em mim de todo o trauma pelo qual passei.

Não conseguia ficar longe de Danilo por muito tempo. No entanto, para que ele não percebesse isso é ficasse preocupado, eu tentava na medida do possível parecer que estava bem. Uma hora, tinha certeza, isso ia passar. E quando passasse, eu voltaria a viver sem bengalas.

Ao menos era no que eu queria acreditar.

Suspirei enquanto via Danilo partir. Decidi tirar o momento para arrumar meus papéis enquanto esperava a cobra da mãe de Danilo que tinha dito que iria comigo ver o tal bolo.

A hora avançava implacavelmente e quando percebi que estava já em cima de hora para sair, bufei e fui atrás de achar minha sogra atrasilda.

Ela estava tranquila na cozinha comendo e rindo com Vanessa enquanto comia alguns biscoitos. Novamente, era como se a Vanessa fosse a nora dela. Bufei irritada tentando chamar a atenção dela.

— Já está na hora. A senhora não vem? — Disse incomodada, mas a senhora que havia colocado um biscoito na boca deu de ombros.

— Acho que passo. Pode ir.

— Se conseguir ir.  — Disse Vanessa e as duas mulheres riram como se aquilo fosse uma espécie de piada interna. Deveria ser. O que só fez com que eu ficasse em estado de alerta, esperando o que diabos elas tinham feito.

Fui procurar a chave do carro de Danilo no quarto dele e como imaginara, não estava ali. Peguei meu celular e tive que mandar uma mensagem para Danilo perguntando o paradeiro da chave.

Deixei na escrivaninha do quarto — Ele escreveu.

Não estava na escrivaninha do quarto, como já era de se imaginar.

Bufei enquanto voltava em passos pesados até a cozinha. Com a minha melhor cara de quero matar minha sogra, se possível, disse entredentes:

— Onde está a chave do carro?

— Que carro? — Perguntou minha sogra com a melhor cara de que era Santa.

— O carro do Danilo.

— Ah, você está dizendo do carro que não é seu? — Disse Vanessa se intrometendo e me fazendo bufar de raiva.

— Esse carro mesmo. Você viu? — Eu sabia que ela tinha visto, mas que ela nunca admitiria isso para mim. O que logo foi confirmado.

— Não vi não. — bufei.

— Vocês me tiram do sério. Mas de qualquer forma não vou gastar meu tempo aqui brigando com vocês. — E me virei para subir as escadas novamente.

— E como você vai então, sol? — perguntou minha sogra soltando veneno. Sorri e acabei por conta do meu orgulho caindo na isca. Falei:

— Acontece que tem uma coisa chamada Uber, sogrinha. — mas não consegui terminar de falar, porque tive que correr atrás de uma idiota de Vanessa que já havia disparado escada acima.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 31, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Ajude-me a casar. (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora