Capítulo 1 - Sol

407 53 18
                                    

Gente! Não costumo falar antes do capítulo, então vai ser bem rapidinho! Para melhor organização, vou dividir agora os capítulos não mais em SOL/ DANILO, mas também em Capítulo 1 - Sol, Capítulo 1 - Danilo. Por que teoricamente ambos fazem parte de um capítulo só, a única coisa que muda é quem está narrando a cada momento...

Ain... Estou curiosa sobre o que vão achar das nossas novas tretas!!!

Boa leitura =)



Capítulo 1 - SOL

Metíola me trazia à tona tanto lembranças boas como lembranças ruins.

As boas, poucas por sinal, se remetiam ao passado que vivi com Lara, aos sonhos antes de serem frustrados, a alguns garotos aqui e acolá que havia pegado, e, claro, aos cupcakes red velvet dados escondidos a um certo garoto desolado.

Já as ruins, disputavam espaço para darem seus ares de graça, me lembrando porque eu havia abandonado Metíola e porque só agora, depois de 3 anos inteiros, eu havia voltado e decidido encarar meu passado de volta. Ainda que doesse amargamente.

Eu podia estar em Metíola por uma causa boa, afinal, eu ia me casar, quisesse a mocreia da minha sogra ou não. Ainda assim, haviam coisas em Metíola que cutucavam a ferida que só agora eu descobria que ainda estavam com casquinhas e que, insensatamente, eu arrancava sem dor nem piedade como aquelas crianças sem noção. A começar pelo fato de que eu estava voltando para casa e eu sabia o que me esperava no que deveria ser o meu doce lar.

Se minha irmã não estivesse ali dando as caras de boa moça, haveria meus pais falando no meu ouvido, dizendo o quão imprestável eu era. O que só se unia ao fato de que eles nem se dispuseram de ir me ver no hospital. Havia muito ressentimento para tão pouco espaço no meu coração. E esse era só o começo.

Eu sempre seria comparada a minha irmã, eu seria obrigada a ouvir sobre o maldito do meu ex marido como se ele fosse uma salvação ― mesmo morto, como se ele não fosse um babaca estúpido que quase me estuprou ― e outras coisas como sua irmã não pode fazer isso, ela tem alergia e blá blá blá faça para ela, Solange. Eu não gostava dessas péssimas memórias.

Toquei a campainha tentando me esconder sob meus óculos escuros. Era minha máscara quanto a tudo que eu ouviria dos meus pais.

Minha mãe abriu a porta de casa e ficou me encarando por meio segundo. Parecia tentar identificar quem eu era. Talvez porque nunca me olhara por mais do que dois segundos ou porque com três anos sem voltar para Metíola, eu havia mudado e muito.

― Sol? ― Assenti confirmando a dúvida e, o que recebi, foi ainda mais surpreendente para o tanto de loucura que eu estava esperando:

― Entre, temos que conversar mesmo. ― Arqueei uma sobrancelha sem entender bulhufas do que minha mãe dissera, mas a acompanhei para dentro mesmo assim. Claro que olhei para os lados esperando a câmera que me contaria a pegadinha que estava acontecendo com a minha família.

Por dentro, meu lar parecia a mesma coisa de sempre. O mesmo cheiro cafona de cravo na porta de entrada por causa do maldito borrifador, a mesma sala entulhada com tapete cor de tijolo e sofás e poltronas forrados com uma capa marrom. A mesma televisão ligada no canal de esportes com meu pai vendo o mesmo jogo pela quinta vez no dia, o mesmo cheiro de comida queimada na cozinha, porque sem eu para cozinhar, mamãe vivia esquecendo o arroz no fogo ou coisa parecida e deixando queimar. Coisas tão familiares que senti meus olhos encherem-se de lágrimas, ainda que não fossem de saudade, mas de tristeza por lembrar de tempos naquela casa que eu não queria ter vivido.

Pode parecer algo de irmã sentimental e dramática que acha que é a última rosquinha do pacote, mas, infelizmente, a verdade nua e crua é que eu não ofereço saudades para ninguém e quase sempre sou esquecida tipo a lata de atum no armário que a gente só lembra de comer quando é a última opção. Sim, eu sempre seria lembrada como última opção, abaixo, inclusive, do gato da rua que ia pedir comida todo dia, religiosamente, na casa dos meus pais.

― Estavam falando na tv que você se machucou. ― Começou mamãe pelo caminho seguro e cheio de dedos. Meu pai desgrudou o olhar da tv esperando que eu desse alguma resposta.

― Sim. O meu ex marido... me sequestrou. E se matou no final. ― Maior resumo do que eu tinha feito, impossível. Mas eu também sabia que se eu tentasse falar muito sobre o ocorrido, lembraria dos traumas que ainda estava tentando lidar daquele dia.

― Você sempre foi péssima para escolher homens. ― Disse mamãe, porque ela sempre tinha que terminar me colocando para baixo. Típico dela. Não seria minha mãe se ao menos não tentasse. ― Você deveria pedir uns conselhos para sua irmã, ela deve ter uns amigos para te apresentar. Vou pedir um amigo rico para que você não precise mais trabalhar e...

― Eu vou me casar mãe. ― Interrompi ela de falar. Não somente porque estava cansada dos discursos de mamãe, ainda mais se tratando da minha perfeita irmã com amigos perfeitos que poderiam me salvar de qualquer coisa, mas também porque depois da longa viagem até Metíola, eu só queria ir dormir. Portanto, quanto mais rápido eu acabasse com o papo e já recebesse a dose diária de desprezo da minha mãe de uma vez, melhor para mim.

― De novo? ― Ela parecia realmente assustada. ― Com quem?

― Sol? ― Perguntou papai. Suspirei.

― Vou me casar com Danilo Leão, acredito que vocês saibam quem é. ― O silêncio perdurou por alguns segundos até que o cérebro de mamãe parecesse fazer as sinapses corretas e ela quase gritasse:

― É o filho daquela quenga? ― E até que eu poderia concordar com mamãe, afinal, tínhamos algo em comum, odiávamos a minha sogra, mas antes mesmo que eu pudesse continuar a linha de pensamento e até mesmo concordar com mamãe e unir forças contra minha sogra, me assustei quando minha mãe tentou me acertar com um guarda chuva.

― Tanto homem rico no mundo e você vai ficar justamente com o pobretão filho de uma quenga! Justamente com ele! Você é tonta ou se faz de??? Onde eu errei, Deus, para fazer nascer uma filha tão burra? ― E enquanto minha mãe resmungava, ela continuava tentando me acertar com o guarda-chuva, como se assim pudesse resolver a raiva, agonia, seja lá o que ela tivesse! Qual o problema da minha mãe com a mãe de Danilo? Porque diabos ela nunca tinha agido assim com a Lara e agora estava agindo com Danilo e cia?

Porque agora não é só amizade, é casamento do que você está falando. Acusou o meu cérebro.

Eu sabia que minha recepção não ia ser boa, mas estava longe de achar que ia ser tão ruim assim. Com um guarda chuva de recepção e um ponto de interrogação. O que será que envolvia minha mãe e minha sogra?

Era algo que eu realmente gostaria de descobrir.

*~*~*

Alguém aí tão curioso quanto eu das tretas que envolvem as duas mulheres??? 

A gente está só iniciando... Porque no capítulo 2 já os asseguro de que vai vir treta hahaha...(estou escrevendo ainda e já estou amando o que estou conseguindo escrever!)

Esse livro diferente do outro, vai vir cheio de "Vou causar" da nossa querida sogrinha <3

Não percam! E torçam comigo, porque, olha... Danilo e Sol vão precisar =D

Bjinhoos

Diana.


Ajude-me a casar. (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora