♡ 17 - "Não me dê esperanças" ♡

400 39 1
                                    

- América? Acho que Rosie está com fome - ao entrar na sala, vejo uma bebê muito agitada nos braços do pai.

- Olha filha, seu pai acertou o seu cronograma - coloco Rosie em meu colo, afasto a manta que estava nas pernas de Severo e me sento entre elas.

Era automático, assim que Rosie estava em meu colo no horário do "mamar" se acalmava.

- Você vai conseguir - Severo sussurra.

- Severo, não. Eu estou amamentando.

- América, não temos tempo para isso. Saiba que tudo é seu, por direito.

- Caso algo der errado... - eu estava derrotada.

- Você vai conseguir - ele afirma, mesmo enquanto eu podia sentir a dor que sua voz carregava.

- Nós vamos conseguir, entendeu? Você sabe que eu não consigo sem você - lágrimas já começavam a escorrer pelo meu rosto.

- McGonnagall vai estar com vocês, Narcisa você já sabe...

- Você não tem ideia do quanto eu preciso de você ao meu lado

- América, quantas vezes eu vou ter que lhe dizer?

- Severo, você é minha vida. Eu não sou a mesma de antes, você é responsável por isso, e eu sou infinitamente grata por tudo que vivi nesse ano. Obviamente Rosie não foi só uma "obra" minha - sabia que ele estava com aquele sorriso de lado que eu tanto amava - e eu amo ela de um jeito inexplicável, mas...

- Eu sei, eu sei.

- Feliz três meses Rosie - acaricio seu rostinho.

- Tenho que admitir, ela tem pais incríveis.

- Tem sim, mas se ela for para a Lufa lufa eu depeno aquele chapéu.

- Voce vai ser mandada para Azkaban - ele diz, me fazendo rir.

- Então tomara que ela tenha seu gênio, a família tem que ser sonserina - sinto os lábios de Severo pressionando meu ombro.

- Ou eu depeno aquele chapéu.

- Ah é?

Passamos a tarde juntos, queríamos fazer aquele dia especial. Mas sabíamos oque estava para acontecer, não estava sendo fácil para ninguém.

De alguma forma Rosie sabia que algo não estava bem, o pai não havia voltado para casa a noite e por isso ela ainda não tinha dormido. Tive que colocá-la em minha cama, Severo era o único capaz de acalma-la e bem... ninguém estava bem.

Minha mente trabalhava em me manter positiva, mas eu sabia a realidade. A batalha havia começado, o patrono de McGonagall entrou no apartamento trazendo a mensagem que a mesma havia mandado.

Quando o relógio da cozinha marcou três da manhã eu finalmente soube, havia acontecido. Estava tentando colocar Rosie para dormir enquanto a ninava andando pela casa, foi nesse exato momento que ela mais chorou e meu coração se partiu. E eu estava destruída, com a esperança de conseguir.

Eu esperei ansiosamente, aparentemente Rosie sabia que algo estava para acontecer pois ela finalmente conseguiu dormir. Mas a agitação continuava, lembro de ler em algum livros que as mães podiam transmitir emoção para seus filhos e agora posso comprovar parte de seu fato.

"Pode vir, está na hora" - foi oque o patrono de McGonnagal disse ao chegar no apartamento.

Aparatei imediatamente com minha filha para Hogwarts, a diretora da Grifinória estava me esperando prontamente na antiga sala do diretor.

- Oi - é a única coisa que pensei em falar.

- Oi minha filha - ela suspira aliviada - como ela é linda! - Minerva diz assim que me aproximo com Rosie em meus braços.

- Obrigada - sorrio - espero que a madrinha tenha paciência com o humor, é igual ao do pai - "esperançosa" era a palavra que me definia.

- Madrinha? - seu cenho estava franzida.

- Espero que aceite o convite, você não tem ideia de o quanto seus passos foram necessários para tudo dar certo.

- América... é claro que eu aceito - ela diz surpresa - agora me de essa menininha, você tem um amor para acordar.

Coloco Rosie entre os seus braços, que logo se aconchega no peito da diretora.

- Boa sorte - Minerva diz.

- E pensar que a última vez que eu fui até a mansão dos Malfoy estava sendo por ordem do MACUSA...

- Você está indo para começar uma nova vida

- Não me dê esperanças - já estava pegando o pó de flú perto da lareira.

- É uma coisa coisa necessária em momentos difíceis.

- Obrigada Minerva - a visão da bruxa com a minha filha em seus braços se misturavam com as chamas verdes.

Ao chegar na mansão, a primeira visão que tive foi de Potter apontando a varinha em minha direção.

- Calma, está tudo bem - escuto a voz de Narcisa.

- Vocês se conhecem? - a voz do menino tinha um tom de nervosismo que eu nunca tinha visto.

- Sim - dou os meus primeiros passos pela sala de estar.

- Você está bem?

- Não utilizamos esse termo, ok? Estou apenas aguentando, por Rosie.

- Quem é Rosie? - Malfoy Júnior pergunta, entrando na sala.

- Minha filha - dou de ombros me aproximando de Narcisa. Que logo me abraçou.

- E filha de Severo - os olhos dos meninos se arregalaram ao escutarem a confissão vinda de Narcisa.

- Ele tem? - Draco começa.

- Uma filha? - Potter finaliza a pergunta.

- Severo tinha uma vida bem ativa enquanto vocês enchiam o saco dos professores nos corredores de Hogwarts, Rosie é uma prova disso - dou de ombros.

- Ela está calma demais, não está? - Draco volta a se pronunciar.

- Diferente de vocês - aponto para os meninos - eu estava mais do que preparada para tudo isso, podemos começar?

- Sim, vamos logo com isso - Narcisa diz, me guiando até o local onde o corpo de Severo estava.

Enfim tudo aquilo estava se encaixando, o "vamos conseguir" estava ainda mais perto de acontecer. Severo havia morrido, mas seus tempos sombrios como comensal pelo menos estavam servindo para alguma coisa. Sua horcrux, toda a sua raiva e rancor por Tiago Potter pelo menos serviram para algo.

O colar que eu firmemente segurei desde que senti a morte do homem que eu amava finalmente seria útil, e a vida dele não seria mais dividida em dois.

O perfume perfeito - Snape Fanfic [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora