20. As quase certezas e as (in)certezas de uma amizade com benefícios sexuais.

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Capítulo vinte:
As quase certezas e as (in)certezas de uma
amizade com benefícios sexuais.

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Há um barulho. Baixo, longínquo, fraco.

Mas eu ainda estou submersa demais na minha fantasia do mundo dos sonhos para assimilar os sons e distinguí-los com clareza e razão. Por isso, por ser superficial demais, eu apenas o ignoro, para o bem da minha saúde mental, ou qualquer que seja o bem que boas noites de sonho proporcionam à um ser humano que não possuí uma boa noite de sono há dias. Então, eu ignoro-o e tento voltar a me banhar no meu lago de ilusão, que agora, porém, me parece estranhamente raso demais para que eu possa me jogar de cabeça sem com que eu me machuque. Mas ainda assim eu tento; me preparo para saltar e mergulhar fundo, até que algo me detém outra vez.

Outro barulho, mais alto, mais próximo, mais potente.

Sinto minhas pálpebras se espremerem umas nas outras,

Sabe aquele momento, antes de acordar, que as aranhas do seu cérebro tecem suas teias, pouco a pouco, até que elas formem um novelo coerente de consciência?

É o cúmulo de borrões de tudo que aconteceu no dia anterior, até você se dar conta de onde está?

Aquele momento em que você fica desnorteada, sem saber de nada?

Bom, estou tendo esse momento agora, e admito: tem algo diferente. Me sinto como se estivesse deitada sob as nuvens.

Sinto o cobertor por todo o meu corpo, o tecido quente e fofinho me mantendo aquecida contra o vento frio que entra no quarto.

Estou recobrando a consciência, e percebo que estou sem meu vestido. Ontem eu estava com ele, então porquê agora não estou?

Então os borrões se tornam imagens concretas.

Me lembro que Jungkook me convidou para o aniversário de um amigo, e que eu aceitei o convite. Lembro também que ele me apresentou aos amigos, que dançamos e demos uns amassos na sala, até alguém pedir para irmos para o quarto. Fomos pro quarto e...

Minhas bochechas esquentam quando caio na realidade. Deus do céu, fizemos isso?

Pergunta idiota, hein?

Claro que é uma pergunta idiota. A julgar a falta de roupa no meu corpo, é óbvio que transamos. E agora, quando me lembro de mais algumas coisas, posso dizer que a noite de ontem foi fantástica. Me sinto feliz, e, bem, talvez isso diminua a vergonha que eu sinto por ter transando na cama do melhor amigo do Jungkook, não é?

É, talvez.

Estou totalmente acordada agora, e, quando me espreguiço, sinto que posso dormir mais algumas horinhas antes de levantar, já que esse colchão é ótimo.

Rolo na cama, me esparramando, e não há nenhum sinal de Jungkook. Exceto claro, pelo seu cheiro maravilhoso impregnado nos lençóis e nos travesseiros.

Inspiro com vontade seu cheiro, me embriagado com seu perfume, até que um sentimento de vazio me invade. Quero Jungkook aqui comigo, quero poder beijar e acariciar a sua pele cheirosa.

The Deal - Jk. Where stories live. Discover now